16 de janeiro de 2012

CRESCIMENTO ACELERADO x LENTIDÃO MISSIONÁRIA

Evangélicos crescem mas carência missionária é lenta no Brasil. 

Ao mesmo tempo em que número de evangélicos no Brasil cresce, a obra missionária segue de forma bem mais lenta do que deveria.

O acelerado crescimento numérico dos evangélicos no Brasil que já alcança 20,23% da população poderia ser um indício de que o País pode se tornar uma potência nas obras missionárias em todo o mundo, mas a realidade é que a obra missionária segue de forma bem mais lenta do que deveria.

Apesar do conhecimento cada vez mais difundido das demandas missionárias levando à comoção e decisões pessoais, o trabalho é deixado em mãos de missionários de carreira e agências especializadas.

De acordo com o pastor José Crispim Santos, promotor setorial da Junta de Missões Mundiais da Convenção Batista Brasileira (CBB), a igreja brasileira está bem inteirada acerca dos desafios missionários da atualidade, mas as ações ainda não são suficientes para o tamanho deles.

“Há muitas agências missionárias divulgando o tempo todo, além da mídia que noticia fatos que demonstram o sofrimento humano, físico e espiritual ao redor do planeta. Nossa avaliação é que, diante deste cenário de grande carência espiritual, a Igreja tem dado sua contribuição – entretanto, isso é insuficiente, quando a missão é, de fato, tornar Cristo conhecido em toda a Terra”, disse Santos à revista Cristianismo Hoje.

Mas a s lideranças cristãs continuam apostando no potencial do povo brasileiro. Devido à boa receptividade em todos os países, particularmente de religião islâmica e hindu. A análise é do diretor executivo das Missões Mundiais (JMM), pastor João Marcos Barreto Soares.

Simpatia e espontaneidade são as características apontadas que fazem os brasileiros serem bem recebidos em várias partes do mundo, e o crescimento numérico acelerado dos evangélicos não é tão relevante diante desse aspecto.

O pastor Soares também questiona o potencial dos brasileiros: “estamos preparados para isso? Temos feito tudo que podemos?” Ele lembra, fazendo alguns cálculos de acordo com o número oficial de evangélicos batistas, de que as ofertas destinadas a missões mundiais e nacionais alcançaram um montante considerável, mas se dividido pelo número de crentes, o resultado é desanimador. São 66 centavos por semana destinados à obra missionária.

Outro aspecto destacado pelo diretor executivo da JMM é o número de missionários “per capta” – cerca de uma para cada 10 mil batistas brasileiros. E questiona: “Será que temos nos esquecido de que há mais de 4 bilhões de pessoas que nunca ouviram falar de Cristo, que há pelo menos 2.200 povos que não conhecem a Palavra de Deus?”.

A responsabilidade dos brasileiros também é lembrada pelo missionário da JMM no sul da Asia Gabriel Azam, que administra uma agência missionária com cerca de 100 obreiros. Ele cita o crescimento do islamismo no mundo e diz que os brasileiros tem a responsabilidade de alcançar os adeptos do Islã. “Para esse grupo Deus separou o Brasil. Os muçulmanos não são receptivos aos americanos e aos ingleses, mas com relação aos brasileiros, todas as nações são amistosas. Isso não é um acidente. Deus preparou tudo isso”, conclui.

O missionário conclama para que a igreja brasileira assuma a responsabilidade de levar o Evangelho. “Precisamos admitir que é um pecado não levar o Evangelho aos muçulmanos – pelo uma vez na vida eles precisam ouvir”.

A presença missionária brasileira atualmente chega a 2300 missionários no exterior atuando em 50 países. Só a Junta de Missões Mundiais enviou 612 obreiros, distribuídos entre Europa, áfrica ocidental e sul, norte da áfrica, ásia e Oriente Médio a América Latina.

8/2011

Christian Post

7 de janeiro de 2012

ÍNDIOS FAZEM FESTA POR AD KARITIANA


Primeiro templo evangélico é inaugurado na tribo do interior de Rondônia

Na manhã de 23 de outubro, uma caravana da Assembleia de Deus em Porto Velho (RO), conduzida pelo seu líder, pastor Joel Holder, chegou à aldeia Karitiana para inaugurar o primeiro templo evangélico naquela tribo indígena. Na caravana, a irmã Linduína Holder, esposa do pastor Joel, a banda de música da igreja e demais ir-mãos líderes e missionários.

Após entoarem o hino "Assembleia de Deus, vem comigo ouvir a Palavra de Deus" (144 da Harpa Cristã) e lerem uma passagem da Bíblia Sagrada, os pastores Raimundo Trindade (líder da congregação entre os Katrinas) e Joel Holder abriram a porta da nova igreja, e toda a aldeia entrou cantando, dando início à inauguração do templo.

A celebração também conta com a participação dos jovens e do Círculo de Oração, que cantam hinos a Deus em sua língua materna. Irmã Linduína Holder trouxe uma saudação à nova igreja. A declaração de Renato, presidente da Associação Karitiana, ao dizer que sentia muita vontade de chorar de felicidade porque agora tinha um templo de Deus na comunidade, arrancou glórias a Deus e aleluias da igreja. "Estou emocionado. Deus é maravilhoso com a gente! Estou tão feliz que não tenho palavras... Deus tem nos abençoado com saúde e força no nosso dia-a-dia. Ele deixou nossa língua tupiarikém para adorá-lo. A cultura karitiana é de Deus em primeiro lugar. Queremos servi-Lo e aqui não há pajelança. Faz tempo que o nosso pajé é Jesus Cristo", afirmou Orlando, o cacique da Tribo Karitiana. O pastor Joel conclui a inauguração lembrando a mensagem do Evangelho: "Deus inaugurou o Plano da Salvação, Jesus o cumpriu e o Espírito Santo é quem o aplica, convencendo o homem do pecado, da justiça e do juízo". No mesmo dia, as águas do Rio Sabotí receberam seis vidas para serem batizadas e a festa teve o saldo de dois adultos e sete crianças aceitando a Cristo.

O Evangelho chegou à Tribo Karitiana quando, vindos do Summer Institute of Linguistics nos Estados Unidos, chegam para trabalhar entre os Karitiana os missionários David e Rachel Landin. De 1972 a 1978, eles dedicam-se a pregar-lhes a Palavra de Deus e estudam a língua para, em seguida, efetuar a tradução do Novo Testamento. Porém, poucos anos depois, houve uma rotura na tribo por causa da religião, com metade ficando ao lado do pajé e a outra metade com o pastor. Os Karitianas criam que a pessoa possuía quatro almas e que, após a morte, partiam para uma nova vida de abundância com Deus.

Após a saída dos pastores David e Rachel Landin, certa noite, um dos novos crentes, o irmão Walter, teve um sonho em que Deus lhe dizia: "Fique do lado da Assembleia de Deus e eu trabalharei contigo. O mundo conhecerá o que farei entre vocês". O hoje pastor Geovaldo Karitiano também testemunhou que Deus lhe falou através de um sonho, dizendo que com três dias enviaria um servo dele para ajudar à obra ali. Exatos três dias depois, chegou o pastor Raimundo Trindade, enviado da AD em Porto Velho, declarando: "Esta é a aldeia que o Senhor me revelou. Vou trabalhar aqui com vocês".

A nova igreja tem quatro cultos por semana. O culto é na língua nativa, incluindo os hinos da Harpa Cristã, traduzidos do português. Os irmãos da tribo Central evangelizam os das aldeias Bom Samaritano, Rio Preto e Rio Candeias. É uma população de aproximadamente 600 pessoas, divididas em 4 comunidades, sendo que 50 famílias indígenas vivem na tribo Central, onde está localizada a igreja. Dois professores músicos, Osvaldo e Paulo Karitiano, ajudam a formar músicos na igreja, que já conta com uma orquestra de 10 violões, teclado, baixo e guitarra.

A igreja de Porto Velho tem papel fundamental na comunidade karitiana, doando roupas, calçados, alimentação, kit de saúde e outros auxílios. Há na tribo uma escola de nível fundamental, com professores inclusive de português. "A nova geração dominará bem a língua portuguesa", afirma o pastor Raimundo. Hoje, são 106 crentes, sendo 54 membros. Há ali três pastores karitianas: Geovaldo Karitiano, Dirceu Walter Karitiano e Epitácio Karitiano - os dois últimos fizeram parte da fundação da igreja.

JÊILE VIEIRA SCHWAMBACH

Mensageiro da Paz, dezembro de 2011.