23 de dezembro de 2011

O EVANGELHO SEGUNDO ELAS

Por Marli Lima | De Dondo, Moçambique

Crianças ouvem histórias baseadas em passagens da "Bíblia", traduzida em dialetos locais: Deus é Mulungo, ou Muluko

Durante três dias, 120 mães e seus filhos participaram de um encontro de mulheres cristãs em Nampula, norte de Moçambique, em convivência com um grupo de 14 mulheres brasileiras. Haveria depois reunião semelhante em Dondo, na região central do país. As brasileiras eram missionárias, de diversas profissões, que em sua viagem de propagação do cristianismo, um percurso de duas semanas, dormiram e comeram nos lugares visitados, contaram histórias bíblicas, ensinaram trabalhos manuais e culinária, deram assistência odontológica, fizeram palestras sobre saúde, entre outras atividades. Muitas das moçambicanas tinham vindo de aldeias distantes até 200 quilômetros.

Naqueles mesmos dias, outros brasileiros, agentes de uma corrente missionária que tem crescido substancialmente nos últimos tempos, faziam trabalho semelhante em diversos países.

O Brasil já foi um grande receptor de estrangeiros que desembarcavam aqui para evangelizar e criar igrejas. Agora o movimento é inverso: o país é um dos que mais enviam missionários ao exterior, o que se explica pelo crescimento da população de evangélicos e pelo estímulo de igrejas e agências missionárias à formação desses agentes religiosos e internacionalização de seu trabalho. Hoje, o número de missionários brasileiros que levam o cristianismo a outros países só é superado pelo de americanos. No ano passado, os Estados Unidos tinham 127 mil pessoas pregando foram de suas fronteiras. Do Brasil haviam partido 34 mil. Nos dois casos, incluem-se evangélicos e católicos. São dados do "Atlas do Cristianismo Global", editado pela Edinburgh University Press.

O crescimento da população de evangélicos é fator para a presença marcante de brasileiros em missões no exterior

De acordo com Todd M. Johnson, um dos autores da publicação, o número de missionários brasileiros que foram trabalhar em outros países em 2010 corresponde a 188 por milhão de cristãos. A proporção da América Latina é de 107 e a global, de 184 por milhão de cristãos. Ou seja, o Brasil está acima da média mundial.

Em 2010, o Brasil tinha em seu território 20 mil missionários estrangeiros, ou 101 por milhão de brasileiros. Nesse caso, o número é menor que na América Latina, de 172 por milhão de moradores. Mas ainda é bem maior que a média global, de 58 por milhão de pessoas.

O casal Antonio e Sirley Silva é ligado à Junta de Missões Mundiais (JMM) da Convenção Batista Brasileira, instituição com 600 missionários em 58 países. Os dois são professores de teologia e lideram em Nampula um programa de educação pré-escolar, também aplicado em outros países, que atende perto de duas mil crianças, de quatro e cinco anos, e usa conteúdo baseado na "Bíblia".

Se, em alguns países, há a necessidade de aprendizado de idiomas, em outros, como Moçambique, o português é um aliado. A brasileira Noêmia Cessito foi enviada pela JMM para o país africano há 27 anos, quando ainda se vivia uma guerra civil, encerrada em 1992. Casou-se com um pastor moçambicano, teve dois filhos e hoje mora em Dondo, onde realiza trabalhos de ação social, educação e evangelismo.

Mulheres aprendem trabalhos manuais em tecido: padre diz que não se trata apenas de fazer evangelização, mas de promoção humana

Com a creche Pequenas Sementes, que funciona no terreno da igreja, e a escola El Shaddai, ela atende 850 crianças, que, além de ensino, recebem uma refeição por dia (para muitas, o único alimento). Por meio de voluntários, os batistas de Dondo também apoiam diariamente 150 mulheres com aids (o país é um dos mais afetados pela doença). E, de segunda a sexta-feira, servem sopa a adultos e crianças internados no hospital que fica a duas quadras do templo.

Para Karina Bellotti, professora do departamento de história da Universidade Federal do Paraná, doutora em história cultural e com publicações na área de história das religiões, um dos lados positivos do trabalho missionário é justamente o estabelecimento de sistemas educacionais e de assistência à saúde, como ocorreu no Brasil, que possui escolas e hospitais ligados a instituições religiosas. Um dos lados negativos, segundo ela, "é que algumas dessas missões viam os colonos ou os brasileiros como sem religião, desconsiderando sua cultura ao querer catequizá-los".

Não só a África ou países pobres têm sido alvo de missões de brasileiros. E nem só com sermões. Em julho, integrantes do grupo de teatro Oxigênio, da Igreja Presbiteriana Central de Curitiba, embarcaram para Madri, na Espanha, e fizeram apresentações de rua e em igrejas para 4 mil pessoas em 21 dias. Até uma penitenciária de Madri entrou no roteiro.

O trabalho foi realizado em parceria com a agência Jovens com Uma Missão (Jocum), que é internacional (está em 180 países) e reúne representantes de várias igrejas. O ramo brasileiro da Jocum conta com 250 missionários em outros países.

Grupo teatral da Igreja Presbiteriana Central de Curitiba fez seu trabalho missionário na Espanha, com várias apresentações

No caso das mulheres enviadas a Moçambique, a preparação para a viagem começou meses antes, com busca de informações sobre o país e levantamento de doações. Todas levaram para uso próprio apenas cinco quilos de bagagem, na mala de mão. Nas outras duas malas de 32 quilos a que cada uma tinha direito foram levadas doações. Cada mulher teve de levantar dinheiro para pagar seus custos de passagem e hospedagem - algumas receberam doações de milhas aéreas.

Em Dondo, o grupo ficou hospedado em uma casa que é usada por missionários americanos. A van 1990, usada nos deslocamentos para diferentes projetos desenvolvidos na cidade de 55 mil habitantes, foi conduzida por Ercílio Greva, moçambicano de 24 anos que se converteu ao cristianismo aos 17 e hoje estuda engenharia, é treinador de handebol e trabalha para uma ONG americana.

Algumas mulheres deram aulas de música, pintaram e redecoraram as salas da creche. Outras fizeram atendimento odontológico com um consultório portátil levado do Brasil e prepararam uma festa para os pequenos. As aulas de culinária das brasileiras encheram a cozinha construída no fundo do terreno da igreja.

Uma das alunas era Ana Paula, de 36 anos e mãe de oito filhos, sendo os dois últimos gêmeos de três meses de idade. Ela contou que queria "dar os bebês", porque ficou viúva e não tem condições de criá-los. Em outras salas ou no quintal, as moçambicanas aprenderam a fazer fuxico (flores de tecido) e também bijuterias.

Sirley e Antonio Silva, casados, professores de teologia: dirigem em Nampula um programa de educação pré-escolar que atende perto de 2 mil crianças

O pastor Jerônimo Cessito, marido de Noêmia, que está cursando mestrado em educação, fez questão de mostrar a escola El Shaddai, aberta em 2006. Há mais espaço para a construção de salas, para hortas, um poço e uma capela, que ainda depende de recursos. "Uma coisa que aperta meu coração é a criança", contou. "Se não fizermos nada, ela vai crescer do mesmo jeito. Se fizermos, poderá fazer diferença no país."

As salas da escola eram de madeira, mas atraíam cobras e foram substituídas por tijolos. De madeira ficou apenas o lugar onde a cozinheira Francisca Fernandes prepara as refeições dos alunos. Ela mostrou um pacote com arroz enriquecido com soja, vegetais e temperos. "É da América", disse. Uma igreja de Minnesota (EUA) doou 1 milhão de pacotes de 390 gramas cada um para os projetos desenvolvidos em Dondo.

Nas salas, as crianças usam camisetas de cor laranja enviadas por brasileiros. No pátio, brincam com parquinho construído por meio de doações. Mas a realidade continua sendo dura. Malária é algo comum lá. As pessoas dormem cobertas por véus, usam repelentes contra insetos e, mesmo assim, correm riscos.

Noêmia nunca passou um ano sem a doença. Ela mostrou o posto de saúde que atende duas mil pessoas e tem médico e enfermeiro cedidos pelo governo. Uma maca, quando encaixada em uma bicicleta, serve de ambulância.

Ali é um dos locais em que Juliana Mota, de 27 anos, nutricionista de São Paulo, vai fazer o acompanhamento do desenvolvimento das crianças. Ela chegou em julho e vai embora em dezembro. Marisa Ferreira, paulistana de 47 anos, é pedagoga e desembarcou no país para ficar um ano, já ficou cinco e não tem data para voltar. Na mesma vizinhança, a igreja está construindo uma padaria, onde um padeiro vindo do Rio de Janeiro vai passar três meses ensinando os moçambicanos a fazer pão.

Dondo é cortada pela ferrovia por onde começaram recentemente a transitar trens da Vale carregados de carvão. Com investimentos estrangeiros e melhoras na economia, ofertas de emprego estão aparecendo. "Há oportunidades, mas é preciso estar preparado", disse a professora moçambicana Helena Reich. Ela é casada com Edmundo, também professor. Segundo ele, na região cada pessoa vive com o equivalente a US$ 1 por dia, ou cerca de 30 meticais, que é a moeda local.

Com a malária e a aids, há na região muitas viúvas, algumas infectadas com o vírus. Júlia Bola, de 40, perdeu o marido há dez anos para a malária e, atualmente, faz parte da equipe que realiza visitas a soropositivas. Tem quatro filhos, mas só ficou com dois, porque os outros foram morar na capital, Maputo, com a família do marido. Agustinho, 12, um dos filhos, abraçou as missionárias vestido com a camiseta do Brasil que ganhou na igreja. Ele dorme em uma esteira ao lado da mesa e sofre de tuberculose.

À noite, os adolescentes prepararam um culto típico de aldeia. Como faltou luz, usaram lamparinas com querosene. Depois de músicas e danças típicas, foi oferecido um jantar que é considerado banquete. As brasileiras comeram com as mãos, como é comum no país. No prato havia "shima," (receita tradicional, feita com farinha de milho branco e água), além de arroz, molho de tomate, peixe e matapa (caldo de couve, mandioca e amendoim).

No domingo, foi programada visita a uma aldeia. O trajeto foi feito em três horas em asfalto com buracos e estrada de chão. No caminho, o motorista parou em uma vila para arrumar o freio da van. Um rapaz, que disse chamar-se Gaspar, chegou até a janela e perguntou o que as mulheres estavam fazendo. Uma disse que estava em uma missão e perguntou se ele conhecia Jesus. "Dizem que ele veio só para os brancos", respondeu o rapaz. Enquanto a missionária mostrava trechos da "Bíblia" que dizem que ele "veio para todos", apareceu outro jovem, para dizer que havia aceitado Jesus "como salvador pessoal". Gaspar tomou a mesma decisão e ficou com a "Bíblia".

Na aldeia, o grupo foi recepcionado com festa. Após culto e estudos em grupos, os participantes receberam doações dos pacotes de arroz enviados dos Estados Unidos. Em seguida, foi oferecido um almoço às visitantes. Sobre a mesa havia um roedor caçado no mato, em molho, arroz e pato assado.

Na aldeia não se fala português, mas o dialeto sena. Foi preciso usar tradutor na comunicação. No encontro de mulheres, em Nampula, muitas só sabiam o dialeto macua. Em sena, Deus é chamado de Mulungo. Em macua, é Muluko. A "Bíblia" foi traduzida para os dois dialetos.

"Na África, sem a igreja, o sofrimento seria maior", afirma o padre Camilo Pauletti, diretor das Pontifícias Obras Missionárias (POM), que tem 52 anos e morou 6 em Moçambique. De acordo com ele, a atividade exercida lá "não era apenas de evangelização, mas de promoção humana". O padre foi para ficar três anos e pediu para permanecer mais três. Teve 20 malárias. "Corri risco de morte duas vezes, mas quem vai para uma missão como essa sabe que corre riscos." Sobre os dialetos e limitações, ele tem uma opinião: "Às vezes, não é preciso fazer muito, basta estar junto". Pauletti foi mantido pela Igreja Católica do Rio Grande do Sul e por amigos. Ajudou a fazer 70 poços de água comunitários e batizou 7,2 mil pessoas, grande parte adultos. O padre planeja visitar o país em 2012.

Segundo levantamento do Conselho Missionário Nacional (Conima), da Igreja Católica, há 1.829 brasileiros da denominação que estudam ou trabalham no exterior e exercem atividades missionárias, a maioria mulheres (80%). Do total, 29,8% estão na África, 27,6% na América do Sul e 26,5% na Europa.

Na volta ao Brasil, as mulheres foram recebidas pela família e até uma pequena orquestra tocou no aeroporto de Curitiba no desembarque. Muitas já planejam o retorno à África.

www.valor.com.br

29 de novembro de 2011

NOVO CAMPO MISSIONÁRIO

Acari/RN

A Graça e a Paz no nome Santo de Jesus Cristo de Nazaré a todos os irmãos e irmãs.

Amados, nossa família depois de algum tempo pregando a Palavra de Deus em algumas partes do Sertão Nordestino, nos deparamos com várias cidades e comunidades muito carentes da Palavra de Deus, pessoas se prostituindo, usando drogas, escravas do vicio e das armadilhas do diabo para destruição da humanidade.

Em uma cidade chamada Acari no Rio Grande do Norte, onde mora meu pai e sua família (o qual conheci aos nove anos de idade) vimos a necessidade de implantarmos uma igreja naquele lugar.

A pequena cidade de Acari, no Seridó do Rio Grande do Norte possui população de 11.209 habitantes (IBGE, 2000), sendo 8.865 habitantes na zona urbana e 2.344, na zona rural, uma cidade de bioma caatinga, terra seca e de pouco sustento, a população em sua maioria, se sustenta através de aposentadorias.


É considerada a cidade mais limpa do Brasil e abriga um importante acervo religioso do século XVIII, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário.

Uma festa do rosário em devoção a padroeira é realizada com celebrações religiosas: novenários, missas, batizados, procissão e eventos sociais: pavilhão da festa, leilões, bingos, sorteios, quermesse, apresentação folclórica do Pastoril e encontro dos grupos convidados dos Negros do Rosário.

Devido a esse patrimônio e essas festas bem populares na cidade a maioria da população é de uma cultura totalmente idólatra.

Acari não tem poucas igrejas evangélicas, e em toda a cidade se pode encontrar apenas 6,9% da população convertida ao evangelho, pouco mais de 700 pessoas.

Ganhamos um terreno em uma comunidade dentro da cidade medindo 7,5 X 15m, vamos construir uma casa com um salão para iniciarmos um trabalho evangelístico naquele lugar.

Estamos precisando de suas orações, e se possível ajuda financeira este proposito, já ganhamos alguns materiais de construção, mas ainda falta muito, a mão de obra é a mais cara de todas.


Peço a você, meu irmão e minha irmã em Cristo Jesus, vamos nos unir para atingir esse lugar, o evangelho deve ser pregado.

Se você sentir o desejo de nos ajudar, só se sentir o desejo, não peço que tire de onde você não tem, peço que se você sentir o desejo nos ajude, precisamos muito de você.

E se você não pode ajudar financeiramente para a construção da casa missionária com o salão para os cultos, apenas ore por esse propósito. “Deus vai te ouvir, eu creio nisso”.

Conta para oferta
Caixa Econômica Federal
Ag. 0805 Op. 003 C/C. 368-0
Renato Magnus de Souza Costa
Deus te abençoe grandemente, em nome de Jesus!
Renato Magnus, Erica Juliana e filha, Ana Sara
Contato: (84) 8712.3193 OI | (84) 9912.9344 TIM
renatomagnus@live.com | erica-julliana@hotmail.com

15 de novembro de 2011

OPERAÇÃO MOBILIZAÇÃO

A Operação Mobilização tem suas raízes nas orações de uma dona-de-casa norte-americana. Nos anos 50, Dorothea Clapp começou a orar fervorosamente pelos estudantes locais de um colégio. Ela pediu a Deus que tocasse o mundo através da vida daqueles jovens. E Deus respondeu suas orações!

A Sra. Clapp deu um Evangelho de João para um dos estudantes, que futuramente entregaria sua vida ao Senhor, em uma reunião de Billy Graham. Aquele jovem era George Verwer, o fundador da Operação Mobilização.

Na universidade, George e dois amigos se encontravam regularmente para orar. Eles sentiram um peso espiritual pelas necessidades do México. Em 1957 os três amigos venderam algumas coisas pessoais para arrecadar fundos e doaram suas férias de verão para distribuírem Evangelhos e literatura cristã no México. Os estudantes voltaram no verão seguinte, e depois no outro...

Quando eles se formaram em 1960, George e seus amigos viajaram para a Europa. Eles começaram a trabalhar na Espanha, compartilhando o Evangelho e distribuindo literatura. Mas a tarefa de alcançar toda a Europa parecia ser muito grande.

George e sua pequena equipe se deram conta de que o plano de Deus era mobilizar Sua igreja para alcançar as nações. Quando eles começaram a compartilhar esta visão, centenas de cristãos responderam. Então, a Operação Mobilização nasceu.

Em 1963, 2.000 cristãos tinham se unido nas campanhas evangelísticas de verão na Europa. Ao mesmo tempo, no primeiro ano, equipes foram para o subcontinente índico e para o mundo muçulmano. Seu compromisso era alcançar aqueles que nunca tinham ouvido falar do Evangelho.

Com este começo bem simples foi que a OM se originou. Hoje, mais de 6.000 missionários estão trabalhando em 113 países trazendo a verdade imutável de Deus para milhões de pessoas a cada ano.

No Brasil, a Operação Mobilização estabeleceu sua base em 26 de julho 1986 no Rio de Janeiro, sob a liderança de Décio Sanchez de Carvalho. A partir de julho de 1993 até o mês de Março de 2005, continuou a crescer e desenvolver seu ministério sob a liderança de Humberto Maia Aragão e desde Abril de 2005 está sob a liderança de Júlio Moromisato Jr.

Hoje, localiza-se na cidade de São José dos Campos/SP, onde funciona toda a estrutura administrativa, de treinamento, capacitação e envio de missionários.

Nosso principal foco tem sido motivar a igreja, recrutar e treinar brasileiros para serem enviados aos povos menos alcançados do mundo, além de apoiar as igrejas brasileiras com treinamentos de capacitação e em nosso contexto buscar demonstrar o amor de Deus de maneira prática através de Ajuda e Desenvolvimento Humanitário.

http://www.om.org.br/

2 de novembro de 2011

CML - EDIÇÃO DE ANIVERSÁRIO

Clique nas imagens para ampliar. Edição especial de aniversário da Cruzada Mundial de Literatura, uma agência missionária com distribuição de literatura evangelística em todo o mundo. A CML esteve presente em minha infância com seus boletins informativos de missões, dos quais tenho alguns exemplares guardados com muito carinho. Que Deus continue a abençoar essa obra tão preciosa. Feliz 4 de novembro de 2011!

23 de outubro de 2011

PERSEGUIÇÃO X LIBERDADE RELIGIOSA

Duas fontes atuais nos ajudam a definir o que é a perseguição – As Convenções da ONU (Organização das Nações Unidas), e a própria Bíblia Sagrada.

De acordo com o Artigo 18 da Declaração Universal de Direitos Humanos, de 1948: “Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular”.

O Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, de 1966, expandiu esse Artigo:

1. Toda pessoa terá direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião. Esse direito implicará a liberdade de ter ou adotar uma religião ou crença de sua escolha e a liberdade de professar sua religião ou crença, individual ou coletivamente, tanto pública como privadamente, por meio do culto, da celebração de ritos, de práticas e do ensino.

2. Ninguém poderá ser submetido a medidas coercitivas que possam restringir sua liberdade de ter ou de adotar uma religião ou crença de sua escolha.

3. A liberdade de manifestar a própria religião ou crença estará sujeita apenas às limitações previstas em lei e que se façam necessárias para proteger a segurança, a ordem, a saúde ou a moral públicas ou os direitos e as liberdades das demais pessoas.

4. Os estados-partes no presente Pacto comprometem-se a respeitar a liberdade dos pais - e, quando for o caso, dos tutores legais - de assegurar aos filhos a educação religiosa e moral que esteja de acordo com suas próprias convicções.

Pode-se dizer então, que o individuo é perseguido se for privado de qualquer dos elementos fundamentais da liberdade religiosa.

Segundo o fundador da Portas Abertas, Irmão André, “perseguição não se refere a casos individuais, mas sim, quando um sistema, político ou religioso, tira a liberdade de um cristão ou o acesso à Bíblia, restringe ou proíbe o evangelismo de jovens e crianças, atividades da igreja e de missões.

Para o Irmão André, não é legítimo usar o termo perseguição para descrever uma tragédia individual que ocorre numa sociedade que concede liberdade religiosa. É um termo que deve ser reservado para comunidades inteiras que enfrentam campanhas organizadas de repressão e discriminação, como ocorreu no estado de Orissa, na Índia, em 2008.

Perseguição segundo a Bíblia

Além do apóstolo Paulo, os cristãos do Novo Testamento enfrentaram cinco fontes de perseguição:

Governantes (Atos 12.2)
Sacerdotes (Mateus 26.3,4; Atos 2.36; João 18.31; Atos 7.54-59)
Mercadores (Atos 16 e 19)
Agitadores (Atos 17)
Família (Mateus 10.35,36)

Enfim, a Bíblia afirma: “De fato, todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2 Timóteo 3.12).

Para grande parte dos cidadãos do mundo ocidental, cristãos ou não, o tema “perseguição religiosa” pode soar estranho. Uma das explicações talvez seja o fato de que a maioria dos países deste lado do globo vive em plena democracia e por isso, em geral, as pessoas estão acostumadas a ter seus direitos garantidos por lei. No entanto, essa ideia de que a liberdade e o acesso a direitos fundamentais estão consolidados para a maior parte da população mundial neste século 21 tem se mostrado uma ilusão.

Os países que apresentam elevados índices de restrições à religião não são maioria – 64, no total –, porém abrigam a maior parte da população mundial.

Países como China, Índia, Irã, Iraque, Afeganistão, entre outros, costumam ocupar as manchetes por diferentes motivos, mas raramente são vinculados pela mídia secular à perseguição, muitas vezes implacável, que impõem aos adeptos da fé cristã. Admitir e conhecer a realidade da perseguição é o primeiro passo para que a Igreja se posicione ao lado daqueles membros do Corpo que sofrem por seguir a Cristo e para que passe a agir em favor deles.

Se quiser saber mais detalhes sobre a perseguição nos dias de hoje, leia o livro A fé que persevera – Guia essencial sobre a perseguição à Igreja, de Ronald Boyd-MacMillan, publicado pela Portas Abertas.

No livro, Ronald Boyd-MacMillan afirma: “[Há] dois elementos centrais que nos levam além do Artigo 18. Primeiro, nas palavras de um pregador palestino ‘Isso não diz respeito a nós’. A perseguição diz respeito a Cristo, e a trindade do mal (carne, mundo e diabo) está tentando chegar até Cristo por meio de nós. Não somos nós, estritamente falando, o objeto da perseguição. Nós somos as vítimas dela. Segundo, a perseguição é universal. Essa trindade do mal está perseguindo Cristo, o nosso novo Senhor, estejamos definhando num campo de trabalhos forçados ou deitados no convés de um iate. Bastante simples: se levamos conosco a nossa nova identidade de Cristo, seremos perseguidos”.

portasabertas.org.br

10 de outubro de 2011

CORÉIA DO NORTE

Local no planeta onde ser cristão é mais difícil. Os cristãos são presos, torturados e mortos. No entanto, a Igreja está crescendo: há cerca de 400.000 cristãos no país

A Igreja e a Perseguição Religiosa
A Igreja

O cristianismo chegou à península coreana, no final do século XVII, através de católicos coreanos feitos prisioneiros de guerra e enviados ao Japão pelos algozes japoneses que invadiram o país com o propósito de dominar a China. Em terras nipônicas, os coreanos tiveram contato com o evangelho (muitos dos quais se tornaram mártires) e, quando puderam retornar a seu país, levaram consigo a nova fé. O início do cristianismo no país se deu no século XVIII (1793), quando a igreja passou por perseguições isoladas, mas suas raízes já estavam suficientemente fortes e fincadas na Coreia. Antes da guerra que dividiu a península corenana, a capital do país, Pyongyang, abrigava quase meio milhão de cristãos, constituindo na época 13% da população. Após a guerra, muitos cristãos fugiram em direção ao sul ou foram assassinados.
A perseguição

A Constituição prevê a "liberdade religiosa", no entanto, na prática, o governo restringe severamente qualquer atividade religiosa, exceto o que possa ser supervisionado rigorosamente por grupos reconhecidos oficialmente, ligados ao governo. Uma autêntica liberdade religiosa não existe, apenas igrejas rigorosamente controladas pelo governo. As igrejas que existem na cidade hoje são basicamente "igrejas de fachada", servindo à propaganda política sobre a liberdade religiosa no país. Quase todos os cristãos na Coreia do Norte pertencem a igrejas não-registradas e clandestinas. O culto deles se constitui de um encontro "casual" de dois ou três deles, em algum lugar público. Lá eles oram discretamente e trocam algumas palavras de encorajamento.

A perseguição aos cristãos foi intensa durante o período de dominação japonesa, especialmente devido à pressão exercida pelos dominadores para a adoção do xintoísmo como religião nacional. Desde a instalação do regime comunista, a perseguição tem assumido várias formas. Inicialmente os cristãos que lutavam por liberdade política foram reprimidos. Depois, o governo tentou obter o apoio cristão ao regime, mas como não teve êxito em sua tentativa, acabou por iniciar um esforço sistemático para exterminar o cristianismo do país. Edifícios onde funcionavam igrejas foram confiscados e líderes cristãos receberam voz de prisão. Ao ser derrotados na Guerra da Coreia, soldados norte-coreanos em retirada frequentemente massacravam cristãos com a finalidade de impedir sua libertação.

O Estado não hesita em torturar e matar qualquer um que possua uma Bíblia, quer esteja envolvido no ministério cristão, organize reuniões ilegais, quer tenha contato com outros cristãos (na China, por exemplo). Os cristãos que sobrevivem às torturas são enviados aos campos de concentração. Lá, as pessoas recebem diariamente alguns gramas de comida de má qualidade para sustentar o corpo, que deve trabalhar 18 horas por dia. A menos que aconteça um milagre, ninguém sai desses gigantes campos com vida.

Em setembro de 2007, a revista Newsweek destacou o drama dos cristãos norte-coreanos. Um desertor, Son Jong-Nam, converteu-se quando fugiu para a China, onde conheceu um grupo de missionários cristãos. Após certo tempo, ele voltou ao seu país como missionário. Lá, foi detido e acusado de ser espião. Atualmente, ele está no corredor da morte em Pyongyang. Son cresceu em boas circunstâncias por ser filho de um alto oficial. De acordo com a Newsweek, a esposa dele, grávida, perdeu o bebê depois de ter sido espancada durante um interrogatório na Coreia do Norte, por ter criticado o controle de alimentos de Kim Jong-Il. Desde o final do século XIX, cerca de cem mil norte-coreanos mantêm a fé cristã clandestinamente, segundo cálculos da Newsweek. Até mesmo Kim Il-Sung, o primeiro ditador da Coreia do Norte, falecido recentemente, veio de uma família cristã devota.

De acordo com missionários, os cristãos norte-coreanos mantêm suas Bíblias enterradas nos quintais, embrulhadas em plásticos. Alguns pastores na China oram por doentes e pregam através de interurbanos feitos por telefone celular, segundo a reportagem. Tudo isso num intervalo de tempo que vai de cinco a dez minutos. Os "cultos telefônicos" têm de ser rápidos e muitas vezes são interrompidos bruscamente, porque a Coreia do Norte usa rastreadores para localizar os telefones.

História e Política

Localizada na metade setentrional da Península da Coreia, no leste asiático, a Coreia do Norte é caracterizada por altas montanhas separadas por vales estreitos e profundos. Densas florestas cobrem cerca de dois terços do país. O topônimo Coreia deriva-se de Koryo, "alto e belo", nome da dinastia que governou o país de 918 a.C. até 1392 d.C. Os habitantes da península coreana imigraram da Sibéria entre os séculos X e XIII a.C. No ano 108 a.C., os chineses dominaram a península e a dividiram em 4 colônias chinesas. No século XIII, Koryo foi invadida por mongóis, que passaram a ter grande influência na corte. E em 1392, Yi Song-gye fundou a dinastia Choson (Yi), que durou até 1910.

O século XX foi decisivo para a configuração política atual do país. Com interesses políticos e econômicos sobre a península coreana e sobre outros países da Ásia, o Japão anexou a Coreia ao seu território, transformando o país em seu protetorado. Com a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, a Coreia se viu livre para se consolidar como nação independente no cenário mundial. Foi a partir de 1945 que o cenário político atual da Coreia começou a se formar: nesse ano, com o apoio da União Soviética, o norte se proclamou independente do sul, recusando-se a cooperar com as Nações Unidas e passando a se chamar República Democrática Popular da Coreia, chefiada pelo primeiro ministro Kim Il Sung. No ano de 1950, o norte invadiu o sul da península, na tentativa de unificar a península sob o regime comunista, desencadeando a “Guerra da Coreia” (1950-1953), que culminou com a divisão definitiva da Coreia e a criação de dois novos países: Coreia do Norte e Coreia do Sul, o primeiro comunista e o último capitalista. O armistício assinado em 1953 definiu o paralelo 38 como a zona desmilitarizada da Coreia. A zona desmilitarizada entre os dois países continua sendo uma das áreas mais fortificadas e impenetráveis do mundo. A guerra quase irrompeu novamente no fim da década de 90, mas foi evitada graças a esforços diplomáticos. Não obstante, ainda há grande tensão entre as duas Coreias.

Desde a divisão, a Coreia do Norte teve apenas dois presidentes: Kim II Sung, que governou o país até 1994 e seu filho Kim Jong-il, que está no poder desde então. O governo exerce uma política unipartidária e é considerado como uma autocracia, ou ditadura comunista totalitária. O país tem sido profundamente marcado por um "culto à personalidade" que elevou o falecido ditador King Il-Sung, pai de Kim Jong-Il, à posição de deus. O mais provável é que Kim Jong-il seja substituído no governo do país por seu filho, Kim Jong-Un.
População

A população norte-coreana é de pouco mais de 24 milhões de pessoas, sendo 60% urbana. Etnicamente, ela é constituída quase que totalmente por coreanos (99%). Há um pequeno número de chineses e japoneses residindo no país. Segundo estimativas do governo, 70% da população não professa nenhuma religião. O restante segue crenças asiáticas, como xamanismo, confucionismo ou budismo. Há grupos cristãos de protestantes, católicos e ortodoxos.

Quase 100% da população é alfabetizada e tem acesso à educação. A população sofre com a fome, já que normalmente os alimentos do país são primordialmente direcionados ao exército. Há abertura para organizações humanitárias atuarem, a fim de aliviar a fome da população, mas os esforços não são suficientes. Isso acontece parcialmente por causa da corrupta liderança das forças militares. Eles interceptam muitas cargas de alimento e desviam-nas para os seus soldados. O próprio presidente Kim Jong-Il disse, certa vez, que só precisa que 30% da população sobreviva.

Economia

A economia da Coreia do Norte é totalmente centralizada no Estado, totalmente planejada pelo governo; a indústria pesada e a agricultura (arroz, milho, batata, soja) são as principais atividades econômicas do país. Pyongyang é o centro comercial do país; as relações econômicas da Coreia do Norte com outros países são poucas, sendo a China o principal parceiro comercial do país. O turismo é também uma importante fonte de renda para a Coreia do Norte: todo turista ou grupo de viajantes deve conhecer o país sempre acompanhado de um guarda ou representante do Estado.

http://www.portasabertas.org.br/cristaosperseguidos/perfil/coreiadonorte/

23 de setembro de 2011

PROJETO COLÔMBIA

A meta é pregar a palavra, salvar almas, discipulá-las e prepará-las para o anúncio do evangelho.

Cleuseni Lopes, que por algum tempo atuou na Venezuela, e Keyla Cordeiro, aceitaram o desafio e foram em busca de almas em terras colombianas.

Através destas duas moças que corajosamente se disponibilizaram para a abertura do trabalho no país das guerrilhas, drogas e tráfico de armamentos, os Gideões Missionários da Última Hora, mediante suas vidas, adentram um território perigoso, onde o evangelho, em sua Constituição Federal, não é reprimido, mas em algumas localidades quem ditam as normas são os grupos guerrilheiros que, sem nenhum respeito à integridade física de pastores e missionários, espancam, ameaçam e até mesmo matam os que anunciam Cristo.

Após sete meses na Colômbia, precisamente na cidade de Maicao, estado de Guajira, vivendo debaixo de constantes ameaças, tensões, conflitos internos, insegurança física e pressões psicológicas por não terem o visto religioso de permanência no país, nossas missionárias foram convocadas para uma entrevista com o cônsul do país, para coleta de informações do real motivo de ali estarem.

Mesmo sendo as indagações e respostas relacionadas ao evangelho, por alguns minutos tiveram a oportunidade de ministrarem a Palavra àquele homem, que, por sua vez, em seu aspecto físico, não se convenceu com as palavras do evangelho por elas anunciadas. Contudo, liberou a estada de nossas missionárias para o desenvolvido de suas atividades espirituais.

A missão transcultural é um desafio para todos que desconhecem as realidades culturais de algumas localidades. O despreparo e o medo não são empecilhos que detêm as ações de homens e mulheres que têm por objetivo a pregação do evangelho.

Cleuseni conta-nos que a cultura é um grande desafio na adaptação não somente de missionários, mas de estudantes que procuram o país para seus aprimoramentos culturais. Os Gideões, neste novo projeto, permanecem enviando-lhes a prebenda mensal.

Quando chegaram à Colômbia, uma das dificuldades que encontraram neste período de adaptação foi o entendimento dos dialetos que costumeiramente são usados na comunicação de alguns nativos. O espanhol, como língua oficial colombiana, não é totalmente adotado pelas populações de comunidades distanciadas dos grandes centros urbanos.

A Missionária Cleuseni conta que o inconformismo com a indiferença de muitos com a situação de várias partes do mundo, o acomodamento de grandes igrejas, fazem com que a preocupação e o senso de responsabilidade aumentem sobre elas.

Não podemos ser indiferentes frente ao quadro que vemos todos os dias. Enquanto nos enclausuramos dentro de nossas igrejas, usufruindo de nossos confortos e comodidades, há milhares que caminham a passos agigantados para uma eternidade sem Deus, sem poder desfrutar das bênçãos conquistadas por Cristo através dos méritos da cruz.

Quando chegaram à Colômbia, Cleuseni e Keila levaram consigo algumas roupas, panelas e um violão. Através da música, crianças começaram a ser atraídas para os cultos em ar livre, pois as batidas de seus dedos nas cordas ressoavam canções cristãs que tocavam os coraçõezinhos dos pequenos colombianos.

“Os indígenas eram resistentes à amizade, pois tinham medo de ser discriminados; foi um começo muito árduo, passamos por todas as dificuldades que são comuns de uma missão transcultural: o medo do desconhecido, grupos armados, a resistência das pessoas ao tentarmos aproximar, o idioma, as tradições exóticas, tudo nos deu muito trabalho e requereu dedicação”, conta missionária Cleuseni.

Em meio a estas dificuldades, o foco não foi perdido, pois a convicção de que Deus cumpriria as promessas que havia estabelecido a elas na Venezuela, de que faria uma obra transcendental através de suas vidas, era constante, e com o passar do tempo todas estas dificuldades foram se dissolvendo.

No bairro Ovidio Mejias, realizaram os primeiros cultos com as crianças e depois com adultos em um campinho de futebol. Com pouco tempo conquistaram algumas pessoas para Cristo, dentre elas índios guayus e alijunas.

Tradições

O povo guayu tem muitas tradições! Quando uma pessoa guayu morre, o velório dura até uma semana, e faz parte da tradição fazer muita comida e convidar parentes e amigos. Depois de seis meses eles se reúnem no cemitério, fazem banquetes e choram pelo morto.

Se sonharem com a pessoa que havia falecido, também se reúnem. Passados até mesmo dez anos eles vão novamente ao cemitério e fazem grandes banquetes, num ritual que pode durar mais de uma semana.

Matam bois, cabritos, fazem ticha (bebida fermentada do milho, inclusive com fezes humanas), e tomam cachaça.

Pela madrugada todos vão ao túmulo e tiram o cadáver para fora e o parente mais próximo tem a incumbência de tirar todos os ossos e colocá-los dentro de uma urna pequena. Depois levam esta urna para outro cemitério, que fica no alto Guajira, em frente ao mar do Caribe, onde estão os ancestrais, porque, segundo suas tradições, enquanto os ossos não estiverem junto dos ancestrais, eles não descansam em paz.

Um senhor chamado Julio era alcoólatra e foi abandonado pela família, tornando-se um andarilho. Teve cirrose hepática e os médicos disseram que ele não tinha muito tempo de vida. Então, um de seus sobrinhos lhe disse: “como o senhor não tem muito tempo de vida, eu já fiz a sua urna e a enramada (espécie de galpão) para fazermos a comida”.

Alguém lhe falou de Jesus e ele se converteu, sendo curado milagrosamente. Nossas missionárias pregaram em um velório a convite deste senhor, e muitos tiveram a oportunidade de ouvir o evangelho.

Um pastor assessora nossas missionárias com as documentações, e emprestou-lhes um galpão no bairro Guayumana para a realização de cultos. Quando chegaram àquele lugar a maioria das pessoas não falava o espanhol, mas a expectativa era de que ali seria um lugar produtivo. Todas as vezes que pregavam, perguntavam se estavam entendendo, e a resposta era sempre não. Durante alguns meses, ao voltarem para casa, procuravam meios de como evangelizá-los; então pediam a Deus uma estratégia para pregarem de forma mais inteligível.

Ao passar dos dias descobriram a Bíblia em Guayunaiki, mas a maioria era analfabeta. Depois encontraram a Bíblia em áudio, o que tornou o evangelismo mais proveitoso. Cleuseni, em seu relatório missionário, conta que um dia, enquanto Keila pregava, todos começaram a conversar e não conseguiam silenciá-los. Por curiosidade perguntavam o que é que eles tanto falavam, e pedíamos para lhes falarem em espanhol, mas eles prosseguiam em conversar.

Então, um dos meninos disse-lhes: “vocês falam, mas os nossos pais não entendem, por isso estamos interpretando o que vocês estão falando. A partir daquele momento, passaram a usá-los como intérpretes nos cultos.

Na Colômbia muitas tradições às vezes se chocam com a palavra de Deus, por isso muitos obreiros não têm paciência para trabalhar com eles, pois é necessária muita persistência e paciência para ver os frutos. Para o homem se casar com uma guajira tem que comprá-la, e se ele a possuir antes de se casar deve pagar de igual forma porque já a usou. O preço é avaliado em colares de ouro, gado, cavalos, cabritos ou valor monetário.

Quando as famílias entram em litígio há derramamento de sangue. O sangue é cobrado e dependendo da agressão verbal, física ou envolvimento amoroso o valor varia de preço. Se a agressão for de grande magnitude, não há acordo; é aí que eles começam a matarem-se.

Na Colômbia confrontamos com todos estes abusos e exageros cometidos, mas não é fácil mudar uma cultura milenar em dois anos. As coisas boas se conservam, mas o que é maléfico tem que ser confrontadas à luz da palavra de Deus.

Guerra Espiritual - Relato Missionário

Havia uma senhora por nome Beatriz que, durante um ano, a convidamos para os cultos, mas nunca aceitou o convite. Porém, um dia ela chegou à igreja e nos pediu para orar pelo seu sobrinho que estava atormentado por um espírito maligno. Neste dia não fomos, mas outra vez nos procurou e fomos em direção à rancheria, uma região afastada da cidade de Maicao.

Glades, sua sobrinha, morava na rancheria e alguém estava fazendo feitiçaria para destruir sua família. Seu esposo ficou possuído por demônios, rastejava pelo chão como serpente e o inimigo dizia em sua boca que iria destruir todos os seus familiares.

Não demorou muito tempo e o homem faleceu. Depois que ele morreu o diabo se manifestou no corpo da sogra, com os mesmos sintomas. Passaram nove dias e o inimigo fez mais uma vítima. Depois que a velaram, Satanás se manifestou no corpo de sua irmã e dizia: “enquanto eu não levar toda a família, não vou descansar”. Depois de nove dias ela morreu, deixando três filhos. Glades, desesperada, fugiu com seus quatro filhos e dois sobrinhos que ficaram órfãos.

Por desígnio divino foram morar perto do local onde trabalhamos. Nosso adversário não tem fronteiras, seu plano era destruir toda a família. Fomos a sua casa levar leite e biscoitos para as crianças; são pessoas de poucos recursos financeiros.

Oramos por eles e enquanto nos despedíamos para sair, Satanás se manifestou no corpo da criança de um ano de idade e todos entraram em desespero. A criança ficou como se estivesse com insuficiência cardíaca, não respirava, se retorcia no corpo da mãe. Então, a Missionária Keila pegou a criança no colo e começamos a repreender aquele espírito maligno, declarando que aquela criança era propriedade de Deus e que o adversário não iria fazer mais vítimas ali.

Depois de uma longa batalha espiritual, conseguimos expulsá-lo. O resultado foi que Beatriz aceitou a Jesus com seus três filhos e Glades também, com todos os seus filhinhos.

Se Jesus não chegasse primeiro àquele lugar, o inimigo teria feito muitas atrocidades. Isso porque atendemos o “ide” do Senhor.

O trabalho evangelístico na Colômbia permanecerá tendo o apoio dos Gideões Missionários da Última Hora, e você, querido leitor, será testemunha das grandes obras realizadas nesse país de cultura por nós desconhecida, mas que será transformada pelo pleno conhecimento do evangelho.

Nestas poucas linhas de Vida Missionária, parte das experiências vividas por estas missionárias nos motivam ainda mais no investimento em missões transculturais. A veracidade e a responsabilidade de nossas missionárias nos estimulam em continuar investindo no preparatório e envio de missionários a terras brasileiras e estrangeiras.

Revista Vida Missionária, edição 58, páginas 16 a 22.

12 de setembro de 2011

PERFIL PARA UM MISSIONÁRIO

CRUZADA ESTUDANTIL E PROFISSIONAL PARA CRISTO - CEPC
http://cepc.org.br/facaparte.html

UM DESAFIO PARA VOCÊ

"Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me", (Lucas 8:34).

"Com mais de 6 bilhões de pessoas no planeta, as necessidades e oportunidades de apresentar a mensagem de salvação que Cristo oferece nunca foram tão grandes. Todos os dias 60.000 pessoas se decidem por Cristo e 200 novas igrejas são estabelecidas. No entanto, mais de 150.000 pessoas morrem cada dia sem ter tido a oportunidade de experimentar o amor de Cristo e Seu perdão. Enquanto você avalia onde vai passar os próximos anos de sua vida, considere investi-los alcançando pessoas para Cristo.

A seara na verdade é grande, mas os trabalhadores são poucos. Precisamos de trabalhadores que se juntem a nós na tarefa de alcançar cada pessoa do mundo para Cristo. Apesar do esforço de várias denominações, e outras organizações, muitas pessoas ainda não conhecem o plano de redenção. Precisamos de trabalhadores para fazer parte desta colheita".

Una-se a nós! Existem muitas oportunidades.

NOSSO PROPÓSITO

Nosso propósito é ajudar a cumprir a Grande Comissão nesta geração. O mandamento de Jesus é claro: "Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias, até a consumação do século" (Mateus 28:18-20).

O chamado para servir a Deus num ministério cristão de tempo integral não é para todos, mas, cremos que analisando as necessidades do mundo e baseados no amor e no mandamento de Jesus Cristo (Mateus 28:18-20), todo cristão deve considerar, em oração, a possibilidade de servir a Deus de tempo integral. Considere esta possibilidade. No entanto, alguns requisitos são necessários.

Basicamente, estamos buscando pessoas com um coração para Deus e que sejam ensináveis. Destas duas características dependem todas as seguintes para determinar se a pessoa está pronta para ser um missionário de tempo integral.

PERFIL PARA UM MISSIONÁRIO

MATURIDADE ESPIRITUAL - Você deve ter no mínimo dois anos de convertido e ser membro de uma igreja local.

CHAMADO - Convicção de um chamado especial de Deus para servi-Lo de tempo integral e poder dizer porque crê que Deus o chamou para servi-Lo através do ministério da CEPC.

EFETIVIDADE NA EVANGELIZAÇÃO - Que evidencie uma vida frutífera em termos de fruto do Espírito (Gálatas 5.22-23), evangelismo e discipulado ou no mínimo que manifeste carga espiritual por outros e disposição de aprender como compartilhar de Cristo.

CONHECIMENTO DA ESCRITURA - Conhecimento básico da Bíblia, e disposição de participar dos Institutos de Ensino Teológicos (IET) que a CEPC oferece anualmente.

CARÁTER - Características de liderança, disposição para assumir responsabilidades e um caráter irrepreensível, segundo o padrão bíblico de 2 Timóteo 3.1-7.

ESTABILIDADE EMOCIONAL E MATURIDADE SOCIAL - Emocionalmente estável e socialmente maduro. Esta avaliação será pesquisada em entrevistas que faremos ao candidato a missionário.

FORMAÇÃO ACADÊMICA - Dependendo de onde você irá desenvolver o ministério, será exigido o curso superior completo, seminário teológico ou segundo grau completo. Caso não apresente nenhum destes requisitos, é exigido que seja um profissional com pelo menos 5 anos de experiência em sua profissão.

SAÚDE - A todo candidato, é requerido um exame médico. A CEPC se reserva ao direito de designar um médico que fará o exame de seleção. Problemas de saúde crônicos poderão dificultar a entrada do candidato ao ministério; dependerá qual ministério aspira trabalhar. Isto se aplica também a deficiências físicas.

DÍVIDAS - Os obreiros são chamados a viver um estilo de vida modesto. O sustento é designado para que se viva uma vida condigna considerando o número de filhos e não o cargo a ser desempenhado. As dívidas são consideradas um impedimento para ser aceito como missionário.

DROGAS E NARCÓTICOS - Estar livre, no mínimo há dois anos do uso e da dependência de drogas, álcool ou qualquer outro vício.

CONDUTA MORAL - Todo candidato a missionário deve manifestar em sua vida um padrão de santidade na área sexual, conforme Colossenses 3.5. Entendemos que uma relação sexual ilícita é bastante ampla e isto inclui, além de adultério, vários pecados de natureza sexual, conforme se lê em 1 Tessalonicenses 4.3-5, 1 Coríntios 6.9,10,18, Romanos 1.26-29. Problemas de natureza sexual no passado do candidato poderão ser um impedimento para admissão como missionário. Portanto, atos atentatórios à moralidade, violando assim o padrão bíblico serão motivos para não aceitação do associado a esta associação ou motivo para desligamento do mesmo desta associação. Os fatores que serão levados em consideração serão: há quanto tempo ocorreu o episódio, convicções atuais, testemunho de vitória comprovado pelo tempo e maturidade espiritual.

DISPONIBILIDADE PARA SER TREINADO - Estar disponível para participar do treinamento requerido pelo ministério a que será designado.

COMPROMISSO - Assumir um compromisso mínimo de dois anos com este ministério.

CASADOS - Devido à natureza de nosso ministério, tanto o esposo, como a esposa, devem manifestar um chamado para o ministério como missionários. Não será aceito apenas um dos cônjuges para o ministério de tempo integral. Essa filosofia de sócios serve para ajudar o casal no objetivo de cumprir a Grande Comissão.

SUSTENTO - A política da CEPC é que cada missionário levante uma equipe de sócios ministeriais que financie seu envolvimento neste ministério. Esta norma ajuda os sócios ministeriais a personalizar suas contribuições na vida de um missionário específico. Todos os missionários estão debaixo desta mesma política, a despeito da posição que ocupa dentro deste ministério. Mas... não fique assustado, antes de você começar a levantar sua equipe de sócios ministeriais, a CEPC ajudará você através de um curso de levantamento de sócios de ministério e acompanhará você até que levante seu sustento completo.

JUNTE-SE A NÓS

Talvez você esteja se perguntando: "Eu não tenho chamado para servir a Cristo de tempo integral, o que posso fazer?" Há outras maneiras nas quais você pode se envolver:

Sendo missionário por um tempo determinado Você poderá se juntar a nós por um período mínimo de um ano e no máximo dois anos, para ter a experiência de servir a Cristo de tempo integral. Estamos chamando estes missionários de "temporários". Estamos desafiando especialmente estudantes universitários a trancarem matrícula de suas escolas para terem a experiência missionária de servir a Cristo em outro estado. Você será treinado a levantar sustento para sua sobrevivência durante este período em que estiver comprometido conosco. Com certeza, ao voltar para suas atividades, posteriormente, você nunca mais será o mesmo.

Sendo um sócio de oração Estamos buscando homens e mulheres de oração, que possam se colocar na brecha em nosso favor, enquanto estamos na linha de frente. Tomamos o texto de 2 Crônicas 7.14 para pedir a Deus que sare a nossa nação. Assuma um compromisso de orar por uma de nossas frentes missionárias: estudantes, profissionais, comunidade ou igrejas. Diariamente às 15 horas da tarde, temos separado pelo menos 15 minutos de oração para buscar a Deus por uma pátria nova.

Sendo um sócio mantenedor Como você pode perceber, nossos missionários precisam levantar uma equipe de sócios mantenedores que possam custear suas despesas para o desempenho do ministério. Decida em qual ministério você gostaria de investir e nós poderemos indicar missionários destes ministérios que você poderá investir mensalmente.

Escreva hoje mesmo para rh@cepc.org.br

3 de setembro de 2011

IMPEDIMENTOS AO AVANÇO DE MISSÕES

Temos visto um crescimento extraordinário dos evangélicos nas ultimas décadas na América Latina.

Mas, toda bênção implica responsabilidades. Esse crescimento não se reflete na quantidade de missionários transculturais enviados pelas igrejas da atualidade. O que impede a igreja latina americana de enviar mais missionários ao campo?

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22 de agosto de 2011

MEU NOME É MOSES

Meu nome é Moses, sou nigeriano. Nasci numa família muçulmana muito rigorosa. Eu acreditava seriamente na unicidade de Alá e que ele era o criador de tudo que existe na terra.
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29 de julho de 2011

BRASIL É UMA DAS FORÇAS MISSIONÁRIAS MUNDIAIS

Líderes dizem que Brasil é uma das forças missionárias mundiais

Por Marcia Pinheiro 25 de julho de 2011

Bem recebidos em quase todo o mundo, os brasileiros tornaram-se uma das principais esperanças de evangelização mundial. Esta afirmação é do Diretor Executivo de Missões Mundiais, Pr. João Marcos Barreto Soares. Segundo ele, “isso é muita responsabilidade e motivo para nos preocuparmos também”. E pergunta: “Estamos preparados para isso? Temos feito tudo o que podemos?”.

E suas preocupações vão além. Ele lembra que em 2009 as ofertas destinadas a Missões Mundiais e Missões Nacionais alcançaram um belo montante; porém, quando dividido pelo número oficial de batistas no Brasil, o resultado foi preocupante: cada um ofertou cerca de 66 centavos por semana para a obra missionária.

Outra situação que também incomoda o Diretor da JMM é o número de missionários “per capta”: cerca de um para cada 10 mil batistas brasileiros. “Será que temos nos esquecido de que há mais de 4 bilhões de pessoas que nunca ouviram falar de Cristo, que há pelo menos 2.200 povos que não conhecem a Palavra de Deus?”, pergunta.

A responsabilidade dos batistas brasileiros com a obra de evangelização mundial também foi lembrada pelo missionário da terra da JMM no Sul da Ásia, que recentemente esteve no Brasil. Gabriel Azam, que administra uma agência missionária parceira da JMM, com cerca de 100 obreiros, reconhece que o avanço do cristianismo em seu país, apesar de ainda ser tímido, deu uma guinada principalmente em razão do investimento dos batistas brasileiros. Segundo ele, desde 1994, quando recebeu a visita de um missionário de Missões Mundiais, a obra de evangelização em seu país começou a mudar.

“Depois de 21 anos de trabalho, Deus começou a trazer os frutos. Durante todo esse tempo ninguém tinha se rendido a Cristo. Mas, finalmente uma família veio a conhecer o Senhor e, de repente, esse número pulou para 90 famílias. Toda essa obra foi Deus quem fez por meio de nós. Eu louvo a Deus pelo maravilhoso trabalho dos batistas brasileiros”, diz o Pr. Gabriel Azam.

Mas ele cita o crescimento do islamismo no mundo e diz que os brasileiros têm a responsabilidade de alcançar os adeptos do islã. “Para esse grupo Deus separou o Brasil. Os muçulmanos não são receptivos aos americanos e aos ingleses, mas com relação aos brasileiros, todas as nações são amistosas. Isso não é um acidente. Deus preparou tudo isso”, enfatiza.

Gabriel Azam faz um apelo para que a igreja assuma essa responsabilidade. “Precisamos admitir que é um pecado não levar o Evangelho aos muçulmanos. Pelo menos uma vez na vida eles precisam ouvir”, finaliza.

www.jmm.org.br

18 de julho de 2011

III CONGRESSO DE MISSÕES EM VACARIA, RS

Pastor Ivonildo Souza de Andrade (dir.), Presidente da Igreja de Vacaria, entregando ao Mis. Luciano Fraga uma cesta com produtos locais.

Nas demais fotos importantes momentos do Congresso. Guiné-Bissau - a nação africana em pauta nas palestras. O povo de Deus tomou conhecimento da atual realidade de um povo pobre em todos os sentidos, através de fotos e vídeos. O Mis. Luciano foi usado por Deus para trazer despertamento missionário.

O Congresso foi abrilhantado com o louvor de Zequinha e Laurinha, que foram também Missionários nos Estados Unidos.

A Deus toda a glória por tudo!


4 de julho de 2011

TOMAMOS CAXIRI POR DIVERSÃO

A Busca pela Alegria no Noroeste da Amazônia

Por Cácio Silva
1 de Junho, 2011

Entre os meses de agosto e outubro de 2005, mais de 15 jovens indígenas, na maioria entre 16 e 18 anos, cometeram suicídio na pequena cidade de São Gabriel da Cachoeira, no noroeste da Amazônia. No mesmo período de 2006, novamente mais de 15 jovens seguiram o mesmo caminho, com as mesmas características. Conversei com parentes e amigos de alguns suicidas e algo me chamou a atenção: ninguém falou de desespero ou grandes pressões que aqueles jovens estivessem vivendo antes de cometerem o ato, mas todos me disseram que estavam tristes, por diferentes razões.

Entre os indígenas evangélicos da região, quando alguém está triste, não participa da ceia ou às vezes sequer vai aos cultos. Quando os líderes estão tristes, geralmente pedem a outra pessoa para ministrar a Palavra, pois se sentem indignos. E em toda a região, quando chega a doença no lar, toda a família mergulha em profunda melancolia. Um dia desses, o chefe da aldeia Yuhupdeh onde trabalhamos nos procurou cabisbaixo pedindo ajuda, pois seu velho pai, o pajé da aldeia, estava muito doente. Fomos às pressas até a sua palhoça e encontramos um ambiente de desolação emocional. O velho, em sua rede, estava prostrado e abatido. Mas quando verificamos do que se tratava, não passava de um simples distúrbio intestinal que logo desapareceu.

É o perfil melancólico dos povos indígenas do noroeste amazônico. Os problemas da vida causam-lhes um profundo sentimento de tristeza, e esse sentimento parece ser o elemento mais perturbador dessas culturas, do ponto de vista socioemocional. Os yuhupdeh não têm medo da morte, pois, afinal, todos irão morrer mesmo um dia. E também não possuem conceito de castigo no pós-morte. Mas todos são unânimes em afirmar que têm medo do sofrimento. Assim, o sofrimento e a tristeza estão no cerne das culturas indígenas daqui. Por isso, em contrapartida, essas sociedades buscam ansiosamente por alegria.

Como todos os demais grupos não alcançados da região, os yuhupdeh são grandes consumidores do caxiri. Trata-se de uma bebida regional à base de mandioca. As mulheres arrancam as raízes da mandioca e deixam por cinco dias na água. Levam para a aldeia, descascam e ralam.

Espremem a massa numa espécie de prensa artesanal chamada tipiti e separam-na do caldo, chamado maniquera. Com a massa fazem beiju bem torrado e deixam a maniquera levedar por uns dois dias. Geralmente misturam frutas da mata, especialmente aquelas mais ácidas, para levedar mais rápido. Quando está bem levedado, moem o beiju, misturam com a maniquera e deixam levedar mais ainda, por mais um dia. Por fim está pronto o caxiri.

O cheiro de azedo pode ser sentido de longe. A aparência não é das melhores também. Mas eles ingerem essa bebida do amanhecer até acabar. Às vezes entram a noite bebendo, sem parar. Muitos têm distúrbio intestinal e passam mal. Outros ficam violentos e causam confusão.

Quando ali chegamos, sempre perguntávamos o porquê de tanta bebedeira, e eles respondiam que era apenas para se divertir um pouco. A princípio ignorávamos tal resposta por achá-la simples demais, mas hoje percebemos que ela está próxima da verdade. No fundo, é a busca pela alegria. É uma forma de driblar a tristeza, a melancolia. Prova disso é que costumam ingerir caxiri também quando a alimentação está escassa, quando falta caça e pesca.

A bem da verdade, esses povos buscam por redenção. Uma redenção que lhes liberte da tristeza da vida e proporcione uma alegria que está além dos sofrimentos. Buscam no caxiri porque ainda não conhecem Aquele que é a única e verdadeira alegria.

http://www.revistapovos.com.br

14 de junho de 2011

DE QUE DEPENDE MISSÕES?

1. MISSÕES DEPENDE DA PESSOA DE DEUS

a. Missões procede no coração de Deus

b. Jesus, o maior de todos os Missionários

c. O Espírito Santo é o Executivo Sobrenatural de Missões]


2. MISSOES DEPENDE DA PALAVRA DE DEUS

a. A Bíblia é o supremo Manual de Missões

b. A Bíblia descreve o estado da humanidade, o grande motivo para fazer Missões

c. A Bíblia apresenta e disponibiliza todos os recursos e equipamentos para a efetivação de Missões


3. MISSÕES DEPENDE DO CHAMADO DE DEUS

a. Existem os que são chamados e não vão

b. Existem os que vão sem serem chamados

c. Existem os que são chamados e vão

d. O chamado de Deus se relaciona com Seu senhorio universal

e. O chamado de Deus se relaciona com Seu amor universal

f. O chamado de Deus se relaciona com o Plano da Redenção


4. MISSÕES DEPENDE DE UM HPOMEM

a. O homem é o instrumento de Deus

b. O homem é enviado por Deus

c. O homem é o representante de Deus

d. O homem disposto a ser um MISSIONÁRIO


5. MISSÕES DEPENDE DE UMA DETERMINAÇÃO

a. A determinação do Espírito, que aponta

b. A determinação da Igreja, que envia

c. A determinação do missionário, que vai


6. ERROS QUE UM MISSIONÁRIO NÃO PODE COMETER

a. Negar-se a atender o chamado de Deus

b. Trocar a direção de Deus pela sua

c. Estar num nível espiritual inferior ao dos pecadores

d. Tentar fazer a Obra de Deus sem uma total dependência Dele

www.gezielgomes.com

30 de maio de 2011

MINHA PRIMEIRA EXPERIÊNCIA TRADUZINDO A PALAVRA DE DEUS

"Wãiwí, eu procurei, procurei aquela história da mulher que você contou lá na igreja, mas eu não achei na minha Bíblia. Aquela história é muito bonita. Aquela mulher gostava mesmo da sogra dela. Aquela história tem muitos ensinos para a sogra, para a nora, para os jovens. Eu quero traduzir para a minha língua a história da Rute."

Estas foram as palavras de Atu Kayabi, co-tradutor do Novo Testamento em sua língua materna e cacique do povo Kayabi na Aldeia Kururuzinho, rio Teles Pires, Pará.

Tenho trabalhado na área de educação bilíngue, e, apesar de nunca ter descartado a possibilidade de traduzir o Velho Testamento em Kayabi, o desejo de Deus no coração de Atu me surpreendeu e confesso que fiquei temerosa. Depois de algumas orientações da Iinguista Rose Dobson, que traduziu o Novo Testamento Kayabi e conversando com uma colega da ALEM que está traduzindo o Novo Testamento, orei a Deus pedindo a sabedoria e capacitação para tão grande e sublime tarefa. Recentemente fiz uma série de estudos bíblicos no livro de Rute. Li, reli e meditei neste livro em pelo menos três versões, alem de fazer várias consultas em outros materiais de apoio.

Enfim chegou o dia 22 de novembro de 2008. Atu percebeu que eu estava um pouco nervosa e ele me tranquilizava dizendo: "É assim mesmo. Quando eu comecei a trabalhar com a dona Rosa, às vezes eu ficava atrapalhado, mas eu fui aprendendo e ela também. Você também vai aprender".

Naquele dia pude constatar o que meus colegas sempre compartilham e experimentam quando nos propomos a traduzir a Palavra de Deus. Empecilhos não faltaram naquela manhã, os quais me fizeram parar por várias vezes. A vigilância sanitária resolveu aparecer para fazer uma visita de rotina no controle à dengue; o Correio veio entregar uma encomenda que nem era para nós; o telefone tocou por três vezes, duas delas procuravam pelo Atu; por fim, minha vizinha me chamou insistentemente para me ofertar duas jacas. Todas as vezes que eu tive que parar, Atu dava muita risada e tranquilamente me dizia: "É assim mesmo Wãwi...".

Não desistimos. Conseguimos naquela manhã chegar até o versículo 10 do primeiro capítulo de Rute. Para uma iniciante creio que é um ótimo resultado. Louvado seja Deus, pois a sua boa mão estava conosco.

Vamos continuar a Tradução e precisamos de suas orações. Como Neemias, reconhecemos que somente pela intervenção de Deus é que faremos esta tão grande e extensa obra (Neemias 6.16b).

Raquel Alcântara da Silva, Missionária da ALÉM (Associação Linguística Evangélica Missionária)

Fonte: www.missaoalem.org.br (Boletim de junho de 2009)

13 de maio de 2011

Missão AMME

AMME é a missão que ajuda as igreja evangélicas brasileiras a cumprir sua missão bíblica de evangelizar todo mundo: motivando, treinando, suprindo e apoiando.

Fundada nos primeiros dias do ano 2000 pelo missionário José Bernardo, AMME é uma missão evangélica, brasileira, independente e não denominacional. A missão tem estatutos de associação civil religiosa e está registrada no CNPJ sob número 04.035.720/0001-43 com a razão social Associação de Missionários Mantenedores da Evangelização – AMME. Para fins de comunicação, a missão utiliza juntas as marcas AMME Evangelizar, ambas marcas registradas da AMME.

Visão: No dia 11 de agosto de 1997, depois de um período de entristecimento por causa da situação da Igreja Brasileira, durante um período de oração, o pastor José Bernardo foi tomado de forte comoção. Ele sentia como se o Senhor estivesse lhe perguntando se ficaria apenas reclamando da situação da Igreja ou se estaria disposto a fazer alguma coisa. Humilhado na presença de Deus, ele sentia que nada podia fazer, então se sentiu disposto a estudar a segunda carta de Paulo a Timóteo em busca de respostas.

Enquanto lia aquela carta, testamento do apóstolo Paulo que morreria em alguns dias depois de dedicar cerca de trinta anos de vida à pregação do Evangelho, o fundador da AMME foi confrontado com o fato de que Paulo se deparava com cenário semelhante: líderes corrompidos, crentes enfraquecidos e contaminados e uma igreja vacilante diante de um mundo dominado pelo pecado. O que chamou a atenção naquele momento foi o fato de que Paulo não estava desanimado ou entristecido. Ele considerava que sua carreira havia terminado, mas exortava a Timóteo que continuasse evangelizando, pois, somente assim o ministério dele seria completo.

Esta era a resposta! Paulo não considerava que devia evangelizar somente quando tudo estivesse bem. Ele via a evangelização como solução! Desde aquele momento, e no dia seguinte, José Bernardo escreveu um projeto de ampliação da evangelização e o chamou de “Todo Mundo”. Nos primeiros dias do ano 2000, depois de um período de crescimento e aprendizado, começaram as ações que culminaram no registro oficial da AMME no dia 10 de agosto daquele ano, três anos após receber a visão que até hoje orienta as ações da AMME: Se há algo que podemos fazer pela Igreja Brasileira é ajudá-la a cumprir sua tarefa de evangelizar.

Resultados: O primeiro ano da AMME foi uma prova de perseverança. O casal, Vasti e José Bernardo, dispôs de todas as suas economias, viajando e enviando correspondências para centenas de pastores em todo o país, oferecendo ajuda para a evangelização. Naquele ano, apesar dos esforços, somente uma única igreja aceitou a ajuda: uma congregação das Assembleias de Deus com apenas quarenta membros, na região de Cordovil no Rio da Janeiro – RJ. Uma igreja que nunca tinha evangelizado recebeu toda a ajuda que a AMME pôde reunir e, em uma semana, evangelizou cerca de 6.000 pessoas. Isso transformou a igreja. Porém, para o missionário José Bernardo e os primeiros missionários que já estavam com ele, aquilo não era suficiente. Como alcançar todo o Brasil se somente uma igreja fosse ajudada a cada ano?

No segundo ano, o Senhor abriu as portas: recursos, estratégias, parcerias e gente interessada em evangelizar possibilitaram o envolvimento de mais de quatrocentas igrejas em oito Estados e a distribuição de treinamento e material suficiente para evangelizar cerca de 5.000.000 de pessoas. No terceiro ano, repetiu-se o resultado; agora, com mais igrejas em mais Estados, a AMME também lançou novos projetos e se estabeleceu no cenário missionário do país. No quarto ano, foram distribuídos material e treinamento suficientes para evangelizar 9,6 milhões de pessoas; no quinto ano, a AMME chegou a 15 milhões de pessoas e desde então tem mantido uma média de 10 a 12 milhões de pessoas evangelizadas a cada ano.

Na campanha BRASIL2010, no ano em que completou 10 anos de fundação, a AMME Evangelizar avançou de modo extraordinário, envolvendo 7.571 igrejas, treinando 18.561 líderes e fornecendo 18.961.000 literaturas, para evangelizar 10% da população brasileira em apenas um ano. Junto com estes números grandiosos, chegam diariamente à Casa da Palavra, sede da AMME, testemunhos do despertamento de igrejas, abertura de outras e muitas, muitas vidas transformadas para a glória de Deus em Cristo que nos chamou para essa boa obra.

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