30 de junho de 2009

Missão Urgente!

Quando olhamos ao nosso redor, contemplamos alarmados uma situação que nos faz estremecer. As forças ocultas provindas do inferno estão invadindo tanto o nosso território como o mundo em geral.

Satanás está ciente de que tem muito pouco tempo para a sua atividade nefasta. A sentença da sua prisão e a execução do seu confinamento no lago de fogo já está determinada há muito tempo, agora ele está agindo com pressa. Constatamos que realmente o tempo da colheita está exaurindo. Isoladamente, igrejas, organizações, agências missionárias e pessoas estão desenvolvendo um grande esforço para atender o apelo do Senhor Jesus quando disse: "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho".

Urge nesta hora um empenho de todos os cristãos se possível fosse, em conjunto, realizar esta tarefa que ainda está inacabada. Eis a seguir alguns indicativos que provam e nos advertem de que temos que tomar uma posição de ataque.

1. Crescimento do humanismo, através de cultos teosofistas, ciência cristã, para-psicologia, interpretação extra-sensorial, rosacruzes, gnosticismo e o surgimento do pensamento diabólico da "Nova Era", que é mais um sistema maligno de inovação dentro do culto na igreja cristã, a qual se arroga a incluir todas as tendências religiosas "cristãs" e seus ritos e formas.

2. A imposição do materialismo, mediante o mau uso da tecnologia; e o desejo incontrolável e indetível pelas possessões materiais.

3. Aumento do pecado em um mundo destruido pelas drogas; música sensual e destrutiva, moda sensual, desportos que conduzem ao fanatismo violento e até à idolatria. Prazer, amizades e fama enganosa (Mateus 24.12 e 38).

4. Agressão ao meio ambiente pela ganância indomável dos homens. Os rios estão morrendo, o mar está totalmente contaminado e as florestas estão devastadas e como resultado, vemos secas, inundações e o desastre do ecossistema. Além disso, o ar contaminado provoca no corpo humano a incidência quase epidêmica de doenças graves (Mateus 24.20, 21).

5. O descontrole social, causado pela ambição e deslealdade desenfreada por parte dos políticos e maus governantes. A corrupção, a mentira e o engano se alastram por todos os lados. A tão desejada educação com a cultura está aquém do sonho dos pais, que desejariam ver seus filhos bem encaminhados na vida. Por outro lado, presenciamos cotidianamente a violência nas escolas, formando no caráter dos jovens uma visão deturpada e não condizente a uma boa formação. Os meios de comunicação, especialmente a televisão, impingem nas mentes a má formação da ética, do pudor e da honra, apostando até na queda dos valores éticos e tradicionais da família e da sociedade.

Por todos estes motivos, se faz necessária uma tomada de posição em prol do reino de Deus, daqueles que estão comprometidos com a verdade, a pureza e a santidade. Disse o apóstolo Paulo: "Não vos conformeis com este mundo!". O fim de todas as coisas se aproxima: despertemo-nos e façamos algo desafiador como demonstração do amor devotado ao Senhor e o compromisso com Ele para levarmos as Boas Novas ao mundo perdido. Façamos missões agora e urgente, ou nunca mais.

(Pastor Edegar de Souza Machado, Jornalista supervisor de Boas Novas)

24 de junho de 2009

A Realidade Sobre a Índia

Na Índia, país predominantemente hinduísta, os cristãos são de longe uma minoria. Eles têm sido perseguidos durante anos, e no estado de Orissa, local mais tenso do país, cerca de 50 pessoas perderam suas vidas em uma onda de violência que ocorreu em 2008. Como ocorre a perseguição dos cristãos indianos? Qual é a história desses cristãos? E como se preparam para enfrentar tamanha opressão?

Escrito pelo jornalista Gerald Bruins.


Nova Déli – Na Igreja Metodista Betel, localizada na cidade de Noida, que fica na capital superpopulosa de Nova Déli, os jovens são responsáveis pelas atividades da manhã. Eles lêem as Escrituras, fazem um período de adoração, usando guitarra e bateria, e cantando músicas compostas por eles mesmos. Certa manhã, além das coisas de costume, eles encenaram uma peça. De repente, alguns jovens com mantas enroladas na cabeça e com pedaços de madeira nas mãos invadiram a igreja e bateram no “pastor”, um jovem com uma vestimenta litúrgica. Alguns cristãos foram atirados no chão. O pastor arrastou-se até o microfone e com a voz sufocada citou as conhecidas palavras de Jesus: “Pai, perdoa-os, pois não sabem o que estão fazendo”.


Esse é o modo que esses jovens encontraram para chamar atenção para a perseguição que seus irmãos cristãos têm enfrentado. Esse é o assunto que tem mais ocupado a mente dos cristãos indianos, principalmente, após a grande violência feita contra os cristãos do estado de Orissa, na qual se estima que cerca de 50 pessoas foram mortas, 4.500 casas e igrejas foram destruídas, e mais de 50 mil pessoas ficaram desalojadas.


Na capital, os cristãos podem realizar suas atividades com total liberdade, mas em outras partes do grande país a situação é precária. É por isso que duzentos pastores, fundadores de igrejas e evangelistas de todos os lugares do país se encontraram secretamente, em algum lugar do norte da Índia, para um seminário chamado PFAT. Durante quatro dias cheios, os participantes receberam ensinamentos, na maioria dos casos pela primeira vez, sobre a perseguição de acordo com a perspectiva bíblica.
Realizado pela equipe indiana da Portas Abertas Internacional, organização mundial que apoia os cristãos perseguidos, o seminário ainda abriu espaço para testemunhos pessoais. Após as discussões, geralmente os participantes chegavam à seguinte conclusão: acreditar em Jesus na Índia pode custar tudo: filhos, família, casa, igreja e até a própria vida.

O fio condutor de todos os testemunhos contados eram os grupos de hindus extremistas, que apareciam do nada, cercavam os cristãos, os ameaçavam com pedaços de madeira e armas, e incendiavam suas casas e igrejas.

É importante fazer uma clara distinção entre os extremistas e os hindus “comuns”, que em muitas regiões do país vivem pacificamente com cristãos e muçulmanos.
O comportamento dos hinduístas radicais pode ser ilustrado através dos incidentes que envolvem Anil Kumar, pastor de uma igreja pentecostal. Ele lidera três comunidades que somam um total de 100 membros no norte do estado de Uttarakhand. No dia cinco de janeiro de 2008, ele foi ameaçado por telefone. Ordenaram que parasse os cultos da igreja. Alguns meses antes, a polícia o prendeu sob a acusação de “forçar conversões”, ou seja, de tentar converter hindus à fé cristã, o que é proibido em alguns estados indianos que possuem leis anticonversão. Depois disso, foi solto porque faltavam evidências. Tempos depois, um grupo de hindus se juntou em frente à sua igreja, gritando e ofendendo os membros. Logo em seguida, enquanto o culto estava ocorrendo, houve um ataque à igreja. Eles espancaram os fieis, que fugiram de lá em pânico, alguns com as pernas quebradas, mas ainda assim, tiveram que correr. Kumar foi detido novamente e trancafiado durante vários dias.

Enquanto contava a história, o pastor começou a chorar, não por causa do sofrimento que passou, mas porque sob tamanha pressão, alguns se reconverteram ao hinduísmo. E por mais que os radicais estejam distribuindo um panfleto com sua foto, para tentar expulsá-lo da cidade, o pastor não pretende parar de fazer o que faz.
“Jesus está comigo. E abri um processo legal contra a polícia. Aprendi a defender meus direitos neste seminário”, afirma.

Feridas à faca Raju Baria, o líder de uma igreja doméstica em uma cidade do estado de Madhya Pradesh, carrega no corpo sinais visíveis da perseguição. Alguns anos atrás, radicais hindus o esfaquearam repetidas vezes no braço, e o atingiram nas costas com uma espada. No hospital, o médico não quis socorrê-lo.
“O médico disse que Jesus me curaria e me enviou de volta para a delegacia. Fiquei detido durante um mês, porque disseram que eu forçava as pessoas a se converterem. Aos poucos minhas feridas sararam.” Após sua libertação, o pastor transferiu o culto da igreja para a casa de um amigo. Mais uma vez os extremistas fizeram um ataque, atearam fogo na casa e duas crianças que estavam em pânico pularam em um poço e se afogaram. “Seis igrejas da região viraram cinzas”, ele comentou de maneira contida. Apesar da opressão, disse com lágrimas nos olhos que sua comunidade está crescendo.

Como o pastor explica isso? “Continuamos a evangelizar e ocorreram muitas curas. Isso traz as pessoas a Jesus.”
Muitas histórias de milagres são contadas no seminário. Antes de sua conversão, o pastor Prakash Jha do estado de Madya Pradesh era membro de um grupo extremista hindu. Ele até atacou igrejas e cristãos. “Uma organização fundamentalista fez uma lavagem cerebral em mim. Os líderes diziam que os cristãos eram chantagistas, que recebiam dinheiro de fora do país e forçavam os hindus a se converterem. Assim, nós tínhamos que fazer algo contra eles.” Ele ganhou uma Bíblia de um amigo que se tornou cristão. Sem saber que tipo de livro havia recebido, começou a lê-lo. No evangelho de Mateus, leu que Jesus pediu que todos que estivessem cansados e sobrecarregados viessem a ele. Isso o aproximou da fé. Converteu-se após testemunhar uma oração que trouxe cura a uma mulher que havia sido mordida por um escorpião. Sua igreja está crescendo apesar da opressão, segundo o próprio relato, isso acontece por causa das muitas curas que têm ocorrido.

A perseguição também vem da família, contam os participantes do seminário. O pai de Bhupendra Nath é um guru, da casta brâmane, a mais elevada. Ele poderia ter seguido os passos do sacerdócio hindu, mas seus amigos de escola falaram para ele sobre Jesus e ele aceitou a fé.
“Imediatamente após a primeira oração que fiz, fui liberto de uma terrível dor de cabeça, que me incomodava já fazia muito tempo”, diz. Como uma tentativa de fazer com que voltasse ao hinduísmo, o pai ordenou que fizesse diversos rituais, mas ele recusou-se. As pessoas da cidade começaram a pressioná-lo a voltar à fé hindu, mas ele resistiu. “Então, meu pai ameaçou me matar e pagou alguns mercenários. Eu fugi da casa de meus pais com minha esposa e estou vivendo em um lugar secreto, bem longe da minha família. Isso me magoa muito. Sinto falta deles, mas agora vejo meus irmãos e irmãs da fé como família.”

No seminário havia um grande número de ministros da Igreja Evangélica Luterana do distrito de Koraput, situado no estado de Orissa, o centro do pior ataque já realizado contra cristãos. Quando a violência começou na região de Kandhamal, a cerca de duzentos quilômetros de distância, os pastores pensaram que os ataques não os alcançariam, mas estavam errados. Após quatro dias, as multidões alcançaram Koraput também.

O reverendo Sewak Ram conta como seu sogro, também pastor da Igreja Luterana, e sua esposa tiveram que fugir para a floresta, quando sua igreja foi incendiada.
“Eles tiraram primeiro tudo o que estava lá dentro, desde roupas até o fogão a gás e as Bíblias, e as queimaram fora da igreja.” Seu amigo, o reverendo Mahesh Pramanik, ficou preso no fogo cruzado. De um lado, estava a multidão enfurecida de hinduístas; do outro, um grupo de jovens (os cristãos da cidade estavam divididos), que queriam defender a igreja. Com a ajuda da polícia, foi possível impedir o confronto. “Eu estava na frente do grupo cristão, com as mãos estendidas, e clamava para que eles não recorressem à violência. Isso deu certo, mas os hinduístas ainda assim incendiaram todas as igrejas.”

No total, 25 lugares de culto foram incendiados na região, assim como um número desconhecido de casas. Sessenta famílias cristãs perderam tudo.
“É surpreendente o fato de que não houve mortes nessa região”, diz Pramanik. “Os pastores nem ousam pensar em reconstrução, não há dinheiro para isso. No momento, fazemos os encontros debaixo de árvores ou em campos abertos.”

Em outros lugares de Orissa, os cristãos enfrentaram um destino muito pior: cinquenta pessoas foram assassinadas, mas de acordo com um relatório do Partido Comunista da Índia (marxista-leninista), 500 pessoas podem ter sido mortas. Segundos os comunistas, há rumores que dizem que os fundamentalistas hindus foram instruídos a destruir as evidências e queimar os corpos. As imagens de cristãos carbonizados porque atearam fogo neles ou porque não conseguiram sair de suas casas e igrejas durante os ataques, são freqüentes.


O reverendo Abraham, da organização Full Gospel Trust, que trabalha entre as crianças pobres do norte da Índia, nasceu em Orissa. Ele visitou diversas vezes o distrito de Kandhamal, que foi fechado para a imprensa.
“Muitas pessoas ficaram traumatizadas, pois perderam um ou mais membros de sua família ou suas casas, e porque os documentos das propriedades foram queimados também, será difícil para eles retornarem.”

O fato de que as igrejas foram incendiadas não tem impedido que os cristãos se encontrem, seja em casa ou na floresta.
“É estranho pensar que você pode destruir o cristianismo ao destruir igrejas. Os cultos das igrejas simplesmente continuam a ocorrer, não importa quão difíceis são as situações.” Das milhares de pessoas desabrigadas, um grande número está vivendo nos campos estabelecidos pelo governo.

O pastor iniciou diversos projetos voltados para crianças: “Do ponto de vista emocional, elas estão muito feridas. Não podem ir à escola e estão condenadas ao ócio. Estamos desenvolvendo um projeto cheio de atividades.”
Abraham ouviu diversos relatos de pessoas que foram forçadas a se reconverterem ao hinduísmo. “Rasparam o cabelo dos cristãos, os forçaram a oferecer cocos a entidades, a beber urina de vaca e fizeram o sinal hindu na testa deles”, descreve o pastor.

Muitos cristãos em Orissa começaram a duvidar. Alguns já haviam perdido suas casas em um ataque em dezembro de 2007, e tinham acabado de reconstruí-las quando os hinduístas atacaram novamente e destruíram tudo. “Onde está Deus?”, alguns perguntam a si mesmos. Ore por eles e por todos os que foram forçados à reconversão ao hinduísmo, para que possam permanecer fiéis a Jesus, mesmo que só no coração.


* Para evitar o reconhecimento das pessoas envolvidas, os nomes foram alterados no presente artigo.


Dados sobre a Índia • Língua: Hindi• Capital: Nova Deli• Forma de governo: República Federativa• Religião: Hinduísmo (80,5%), Islamismo (13,4%), Cristianismo (2,3%), Siquismo (1,9%), Budismo (0,8%), Jainismo (0,4%) e outras religiões (0,6%)• Área: 3.287.263 km2 • População: 1.129.866,154 (2007), depois da China, a Índia é o país com a maior população do mundo.
(Fonte: Perseguidos pela causa de Cristo - Tradução: Homero S. Chagas)

22 de junho de 2009

Missões Hoje

(Condensado do artigo "Missões 2009, a busca por novos caminhos" da revista Seara 27, 2008).

Vivemos num mundo de pós modernidade filosófica e econômica onde a globalização é o pêndulo da balança. Sob o aspecto missionário, quais os maiores desafios e quais as fronteiras que precisamos transpor? Que ferramentas usar para alcançar nossos objetivos? Precisamos da inspiração de Deus para traçar nossa caminhada no meio de uma civilização incrédula, violenta, cuja moralidade relativa está levando o indivíduo ao caos e a sociedade à decadência. Para uns o mundo se divide entre ricos e pobres, para outros entre islamismo e outras religiões e para outros em blocos econômicos. Nessas esferas a Igreja tem missionários que levam uma mensagem contradizente aos postulados da filosofia moderna. Hoje, qual a realidade espiritual de nosso mundo? Há uma crise da razão e uma busca por novos caminhos. A procura por novas respostas é acentuada. Quais são as características gerais do mundo em 2009?

1. O crescimento das cidades - metade dos pobres do mundo mora em cidades. Os centros urbanos mundiais ganham diariamente 133.600 novos moradores não cristãos. Este fato ocorre também nos paises da África e Ásia. A seca, a fome, catástrofes, guerras e situaçõe políticas adversas são as causas mais fortes. Nas cidades em desenvolvimento os pobres formam um anel ao redor do núcleo urbano. Patrick Johnstone, autor do livro "Intercessão Mundial" diz que os pobres das cidades são as pessoas do mundo mais receptivas ao Evangelho, e ao mesmo tempo as menos evangelizadas. Chega-se ao ponto de a maioria dos missionárias realizarem missões urbanas.

2. As línguas - O chinês é a língua mais falada do mundo, vindo depois o inglês, o espanhol, o hindu-urdu, o árabe e o alemão. No mundo há 6.809 línguas. A Bíblia já foi traduzida para os grande troncos linguísticos. Noventa por cento dos habitantes da terra tem pelo menos alguma coisa da Bíblia traduzida para a língua que elas falam ou entendem. Sob a ótica de linguas faladas no mundo, 60% não tem menhuma parte da Bíblia traduzida.

3. As religiões - O número de religiões novas cresce a cada ano. Existem 19 religiões principais no mundo. Elas possuem 270 sub-divisões. Com os pequenos agrupamentos o número passa de 10 mil religiões. O Cristianismo, no século XX, cresceu muito na Áfria, Ásia e América Latina; decresceu na Europa, estagnou-se na América do Norte e no Pacífico. Essa tendência continua. Quarenta anos atrás a maioria dos cristãos vivia na Europa e na América do Norte. Hoje esse quadro se inverteu.

4. Os países - A maioria dos não alcançaos vive em países que não dão visto missionário. De acordo com a ONU, há 191 países diferentes e mais de 20 países ou territórios não independentes. A maioria dos não alcançados pelo Evangelho vive em países pobres, em países onde não dão visto missionário, países que são dominados por religiões hostis ao Evangellho. Nos países onde há perseguição e sofrimento, a Igreja tem crescido muito.

5. Os povos - Um país é uma entidade política com seu governo e território. Um povo é um grupo etno-linguístico dentro de um país. Cada país do mundo, com raras excessões, tem dentro de seu território vários povos, que talvez nem falem a língua oficial do país. Há 12 mil povos no mundo. Há 3.500 povos em que a maioria tem pouca chance de ouvir o Evangelho. Desses, já há cristãos trabalhando em 2.500. No Paquistão, por exemplo, há diferentes povos com suas próprias línguas, costumes, roupas e comidas típicas. Um só missionário seria suficiente para alcançar o Paquistão com o Evangelho? A grande maioria dos povos não evangelizados se encontra na chamada Janela 10-40. No Brasil, no entanto, encontramos 257 tribos indígenas; 103 (40%) não tem presença missionária evangélica.

6. As pessoas - Em número já somos 6 bilhões e meio. No ano 2015 seremos 7 bilhões. Somente 33% das pessoas do mundo se dizem cristãs. 27% do mundo ainda não ouviu o Evangelho; 40% já ouviu sem dar resposta ao convite de Cristo. O Novo Testamento já foi passado para a língua de 94% das pessoas do mundo e as rádios evangélicas tem hoje a capacidade de cobrir 99% das pessoas do mundo.

19 de junho de 2009

Desafios de um Mundo Globalizado e Pós-moderno

Quando penso nos missionários que, no passado, tiveram de enfrentar as mais adversas condições materiais, físicas e psicológicas para fazer missões e estender o reino de Deus na terra, eu me considero um privilegiado. Privilegiado de viver no presente século, de ter a oportunidade de usar tantos recursos disponíveis para a evangelização, de poder viver onde vivo e contar com a liberdade de compartilhar, aprender e desenvolver os talentos que Deus me deu.

Viver neste mundo globalizado e pós-moderno deveria nos levar a uma reflexão que se convertesse em ação. Temos de encarar os desafios como uma oportunidade para o desenvolvimento da obra missionária, não como uma ameaça. Devemos usar as ferramentas adequadas para o bem e não ter medo ou vergonha de viver e proclamar os princípios bíblicos.

Missões e Igreja andam juntas. Elas possuem o Espírito Santo e as Escrituras. Jesus lhes prometeu que daria o respaldo e todos os recursos espirituais necessários para o desenvolvimento dos dons e talentos daqueles que são chamados e vocacionados.

Não tenho dúvidas de que Deus levantará homens que obedecerão ao “Ide” de Jesus, levando as boas novas a todos os povos nesta época tão antagônica: De um lado, tantos recursos disponíveis; do outro, pessoas ainda vivendo primitivamente, morrendo de fome, e o pior de tudo, perecendo sem Deus e sem o conhecimento de Jesus.

Creio que a participação de cada membro do corpo de Cristo é de suma importância para a evangelização e o discipulado, que dependem de todo o conjunto de talentos e dons da igreja de Jesus. Ninguém pode estar alheio a este momento crucial da história.

Para cumprir o “Ide” de Jesus neste mundo pós-moderno, a Igreja se vê frente a alguns desafios.

O primeiro desafio é falar de Jesus a uma sociedade hedonista e sem absolutos. No modo de pensar e viver do homem globalizado e pós-moderno, o vocábulo evangélico tem perdido sua força e é tratado como algo banal. Vivemos numa sociedade hedonista, consumista, relativista e cética, que vive de impressões, de impactos sensoriais ou emocionais, do efêmero. A verdade é uma experiência estética e retórica. Ouvindo falar da verdade, muitos respondem com uma pergunta cínica (a mesma que Pilatos fez a Jesus): “O que é a verdade?”

Ao encarar esta sociedade pós-moderna e globalizada, sem absolutos, nem bases fixas, que se deleita no pluralismo, na divergência e no relativismo, perguntamos: Podemos falar de um movimento evangélico missionário autêntico que prima pelos princípios e estabelece as verdades bíblicas como parâmetro? Ou estamos vivendo “sensações” missionárias, negociando os princípios segundo a conveniência de cada um, usando como desculpa a cultura ou sub-cultura do campo onde atuamos?

Outro desafio missionário é anunciar Jesus Cristo em uma era de religiosidade selvagem. O problema não é saber se as pessoas crerão ou não, mas em quem crerão. Há um triunfal regresso dos deuses pré-colombianos, de mitologias, ocultismo e seitas satânicas. Testemunhamos a proteção dos governos a crenças indígenas. Cada religião adquire uma forma especial e atraente, conquistando adeptos até mesmo fora de seus lugares de origem. Hoje em dia, em alguns segmentos da sociedade, é glamouroso professar alguma filosofia religiosa e até alguma crença indígena. E para agravar a situação, muitos professam a religião evangélica por professar, fugindo da responsabilidade e do compromisso de servir e viver de acordo com os ensinamentos de Cristo e os princípios básicos estabelecidos nas Escrituras.

Um dos desafios neste mundo pós-moderno é o homem e a família. Estamos chegando a cenários futuristas, onde o homem projeta um mundo feliz, com a possibilidade de haver curas para todas as doenças partindo de pesquisas com o genoma humano. O homem age como se fosse “Deus”, usando as conquistas científicas para definir quem tem o direito de nascer e viver. Além disso, a desintegração familiar e suas consequências crescem assustadoramente. A união entre homem e mulher não é mais um compromisso para durar toda a vida. Segundo o poeta, “o amor é eterno enquanto dura”. Cada um configura sua própria orientação sexual e se comporta livremente – seja hetero, homo ou bissexual. A aprovação de leis que autorizam a união de pessoas do mesmo sexo faz parte do cenário da maioria dos países desenvolvidos.

Outro desafio para a ação missionária é a nova sociedade multicultural e pluralista. O mundo ocidental tem passado por grandes mudanças sociológicas. A migração dos povos de um lugar a outro, seja em busca de novas oportunidades financeiras, ou para escapar da miséria e da fome, tem criado novas formas de culturas e subculturas. Estima-se que aproximadamente um bilhão de pessoas vivem fora de seus lugares de origem. Isso tem criado os famosos “guetos modernos e miseráveis”. As pessoas misturam as formas de viver de seu lugar de origem com a forma de viver do seu novo lar. Isso gera traumas e insegurança.

Estamos enfrentando um fenômeno migratório sem precedentes na história da humanidade. Um enorme contingente de pessoas, principalmente do mundo hispânico, tem saído em busca de uma vida melhor, em especial na Espanha e nos Estados Unidos. Isso gera um processo de mudanças culturais de incalculáveis proporções. Diante desse quadro, os cristãos devem perguntar: Estaria o movimento missionário preparado para trabalhar nesses campos, e, além de pregar as boas novas de Jesus, desenvolver projetos para estar ao lado desses novos escravos do século XXI?

Em 1 Coríntios 9.19-23, o apóstolo Paulo mostra como fazer missões num contexto multicultural, e ao mesmo tempo nos exorta a nos identificar com as culturas e subculturas, com o único objetivo de anunciar o evangelho de Cristo, animando-nos a sermos cooperadores com Jesus. O que o homem deste mundo pós-moderno espera é mais que uma “pregação”. Está olhando mais para a prática do que para a teoria. Querem ouvir uma mensagem autêntica, viva e sincera. Encontrarão a fé por meio da autenticidade e crescerão em fé da mesma maneira. Se a mensagem não for sincera e autêntica terá pouco, ou nenhum, efeito.

Os missionários do século XXI têm de ser evangelizadores autênticos; educadores do evangelho em teoria e prática. Devem priorizar o ser, antes do saber e do ter; ser construtores de pontes; semeadores de esperança; aglutinadores; ousados; comunicadores de valores cristãos tanto na vida pessoal quanto na profissional; separar valores de contra-valores e revalorizar a ética por cima da técnica. Devem estar abertos e envolvidos na missão integral; envolverem-se com a comunidade, buscando soluções para as necessidades básicas do ser humano. Precisam fazer com que as pessoas experimentem Deus no descobrimento da verdade; reconhecer a diferença entre saber a verdade e vivê-la; estar interessados em conhecer e ser conformes à imagem de Jesus, e não meros receptores de idéias modernas e até contextualizadas, mas vazias em si mesmas, sem vida. Nada disso terá algum significado se não for experimentado. Quando se experimenta, há uma compreensão do que aquilo de fato significa.

Faremos discípulos quando formos igrejas, em vez de plantar ou fazer igrejas. Essa convicção tem de ser primordial dentro de uma ação missionária que venha a abarcar toda a comunidade. E esse deve ser o sentimento da igreja que tem aspiração missionária.

(Autor: Benides Bergamo - missionário da Missão Evangélica Betânia, no Paraguai, há vinte anos. Revista Mensagem da Cruz, número 144 - www.editorabetania.com.br)

15 de junho de 2009

Postagens de I a XIV

Missões e Evangelismo, postagens do I ao XIV, são um conjunto de estudos e anotações inseridos no caderno 2 dos sete cadernos que tratam do mesmo assunto. Caderno 1: A Verdade Sobre o Evangelho de Jesus. Caderno 2: O Evangelismo Pessoal, da Igreja e em Massa. Caderno 3: A Obra Missionária e História de Missões. Caderno 4: Missões Mundiais e Seu Desafios. Caderno 5: O Missionário - Da Chamada à Recompensa. Caderno 6: Exemplos de Organizações Missionárias. Caderno 7: Histórias Missionárias.

5 de junho de 2009

Missões e Evangelismo - XIV

Da Revista Gaúcha "Boas Novas"

Trecho de uma reportagem sobre o Missionário Celso Lopes dos Santos: “Sua passagem entre nós foi meteórica. Em pouco tempo viemos a conhecê-lo e vê-lo partir para estar com o Senhor a quem tanto amava. Em fevereiro esteve aqui pela primeira vez com a Cruzada Evangelística “Cristo é a Resposta”.

Em março, ei-lo que volta no mesmo serviço e daqui é chamado para outro lugar melhor. Mas, dessa curta passagem ficou-nos a imagem do verdadeiro homem de Deus, cuja vida, abrasada de amor pelas almas, ardia no altar do sacrifício. Era um homem totalmente ocupado na Seara do Senhor. Seu tempo não dava para atender ao muitos convites que recebia anualmente, tanto no Brasil quanto no exterior. Seu ministério era marcado pela presença do sobrenatural, pois, como gostava de afirmar, no início de suas atividades evangelísticas há 13 anos atrás, lutara muito com Deus a fim de que Ele confirmasse a Palavra pregada com sinais notórios. E o Senhor não se fez de rogado.

Ao longo desse tempo, pessoas eram ressuscitadas, curadas, libertadas e batizadas com Espírito Santo pelo poder de Jesus, como aconteceu em um dos seus últimos trabalhos em Capanema, quando uma pessoa há vários anos paralítica, foi miraculosamente curada.

Quem foi ao culto no dia 31 longe estaria de supor que via e ouvia Celso Lopes pela última vez. Mas até o teor de sua mensagem foi diferente nessa noite. Movido por um estranho impulso, chegando a afirmar “não sei o quê...”, ao assomar a tribuna enfatizou que “nesta noite estarei entregando à Igreja uma palavra de consolação”, e de acordo com 1Pe 1.8, falou sobre a função consoladora do Espírito Santo que, ao falar de Jesus, faz-nos amá-Lo mesmo não O tendo visto e, concluindo, disse, entre outras coisas: "Ao chegar no céu desejo ver Abraão e todos os patriarcas, mas primeiro eu quero meu Salvador, porque eu não vejo a hora de ver meu Salvador...”.

Pela manhãzinha esse anelante desejo foi satisfeito: Partiu, como queria, para viver com quem queria. Ficamos pesarosos naturalmente, mas consola-nos saber que, para o crente, a morte não é o fim.