29 de abril de 2009

Gideões Missionários da Última Hora

(Do livro "Raízes da Nossa Fé", Ismael dos Santos, extraimos o seguinte texto, que consta o surgimento dos Gideões Missionários da Última Hora na cidade de Camboriú, SC. As fotos são do site gmuh.com.br)

Realizar a obra de Deus é, numa primeira análise, estar no centro da Sua vontade. O Pastor Cesino Bernardino, desde que fez sua decisão por Cristo no ano de 1948 em Imbituba, procurou perseguir este ideal. Sobretudo, ao assumir a presidência da igreja na cidade de Camboriú, passou a desejar veementemente satisfazer o desejo do coração de Deus: anunciar a todos os povos a mensagem da salvação eterna.

Certa vez, quando buscava ao Senhor em oração, Deus lhe concedeu uma visão em que pregava a uma enorme multidão, impondo as mãos sobre grandes e pequenos e ouvindo-os falarem em novas línguas. Viu-se também enviando muitos dentre aquela multidão para o campo missionário; e foi nesta mesma visão que claramente escutou uma voz lhe falando sobre o nome Gideões Missionários da Última Hora.

Convicto de que era o Senhor Deus quem havia falado, inciou uma campanha de avivamento espiritual na igreja de Camboriú. Dentro de trinta dias um número de seiscentos irmãos passaram por uma inquestionável experiência de batismo do Espírito Santo, e com isto a chama missionária invadiu a igreja camboriuense.

Naquela ocasião o pastor Cesino fez uma visita, com o pastor Nirton dos Santos, ao campo missionário na Argentina. No trajeto participaram de um culto na Assembléia de Deus em Alegrete (RS). No final da reunião, uma irmã desconhecida, ao cumprimentar o pastor Bernardino, entregou-lhe a seguinte profecia:

-Assim diz o Senhor: o tempo é chegado e já preparei um grande número de filhos meus no Brasil que vão te ajudar; não temas, embora muitos venham a se opor não entendendo este projeto. Eu estarei contigo e te socorrerei na hora da necessidade!

O Pastor Cesino confessa que esta foi a mensagem que mais marcou a sua decisão de organizar os Gideões Missionários da Última Hora (GMUH).

Com efeito, em 1981, partiria a primeira missionária, irmã Alenir Buck, para a Argentina. Tratava-se do início de um trabalho que atingiria os cinco continentes do planeta. Uma equipe de voluntários passou a percorrer diferentes cidades do Brasil, levando o fogo pentecostal e, com ele, a chama missionária. Um ano depois realizar-se-ia o primeiro congresso dos Gideões.

Várias igrejas passaram a fazer parceria com a organização GMUH, sustentando missionários no interior do Brasil e em quase todos os países da américa latina.

Rapidamente foi se multiplicando o número de filiados aos Gideões, fazendo com que a proporcionalmente pequena Camboriú tivesse no Congresso dos GMUH a maior festa do município.


É necessário destacar ainda o profícuo trabalho desenvolvido na região amazônica, não apenas na evangelização (120 missionários), mas também na área social. São vinte e duas embarcações motorizadas, incluindo dois grandes barcos equipados com clínica completa, dando assistência médica desde tratamento dentário até acompanhamento de gestantes.

Indagado sobre quantas pessoas já fizeram sua decisão por Cristo através dos Gideões Missionários da Última Hora, pastor Cesino afirmou:

- Com certeza já tivemos mais de onze mil conversões durante estes quinze anos de atividade. (Ismael dos Santos, livro Raízes da Nossa Fé - 1996)

Uma Experiência Missionária

Ontem, durante culto dos Gideões Missionários da Última Hora, dentre várias experiências missionárias que o Pastor Cesino relatou, queremos destacar uma, que transcrevemos abaixo (também publicada no "Planalto Cristão", setembro/outubro de 1993, Lages, SC):

Dentre muitas experiências por nós vividas a que mais me tocou foi quando atravessávamos o deserto do Chile e em meio a paisagem agreste do deserto onde só se podia vislumbrar areia, pedras a alguma vegetação rasteira, pela total falta de água, inesperadamente vimos um cão e um cavalo contrastando com a falta de vida desértica.

Fiquei sobremaneira curioso. De onde teriam vindo esses animais? Naturalmente teriam donos. Impulsionado pelo espírito começamos a procurar pelos proprietários e não muito tempo depois, num oásis, os encontramos. Ali havia moradores e pelo fato de ficarmos curiosos por vermos o cavalo e o cachorro, por essa razão encontramos um povoado e ali fundamos um trabalho, na costa do Pacífico, ainda dentro do deserto. Hoje contamos com muitos crentes naquele lugar. (foto do deserto ao norte do Chile)

27 de abril de 2009

Cem Mil Almas Salvas

João Hyde gastou sua vida agonizando em oração, suplicando que Deus salvasse os perdidos. Mas, em resultado da sua oração, cem mil pecadores foram levados a Cristo.

João Hyde costumava passar quatro, seis, oito e até dez horas em oração, diariamente, e de forma tão insistente que morreu com 47 anos, devido ao peso da responsabilidade que assumiu de orar sem cessar. Contudo, nos avivamentos que resultaram dessa vida de oração, cem mil pecadores foram acolhidos no Reino de Deus. Hyde, cognominado “o homem que ora” pelos companheiros de trabalho na Índia, iniciou esse ministério de intercessão ao preparar a grande convenção de missionários e pastores que seria realizada em Sialkot, Índia, no ano de 1904. A vida dos crentes de Punjab tinha descido até muito abaixo do padrão bíblico. Havia poucas conversões entre os milhões sem Cristo. João Hyde, juntamente com um amigo, decidiu que a convenção desse ano não seria como as demais; permaneceriam diante do Senhor até que caíssem torrenciais chuvas de bênçãos.

Trinta dias antes de começar a convenção, esses dois heróis dedicaram-se à oração. Oraram dia e noite. Sete dias depois, outro amigo se lhes juntou e os três continuaram em oração durante vinte e um dias mais. Quando, finalmente, a convenção começou, milhares entraram no Reino de Deus em resposta à oração.

Durante os seis anos seguintes João Hyde foi levado, cada vez mais insistentemente, a viver uma vida de vigília e oração pelos seus semelhantes. Às vezes não podia ocultar o enorme peso da responsabilidade que sentia pelas almas perdidas. Em tais ocasiões, porém, apesar de comer e dormir muito pouco se mostrava alegre por onde quer que andasse. Era muito estimado pelas crianças, que sempre se mostravam felizes quando ele se hospedava em seus lares.

Em dada altura começou pedindo a Deus, definitivamente, que, em cada dia, uma pessoa, se tornasse crente ao ouvir o seu testemunho. Tinha certeza de que Deus ouviria a sua oração e atentaria para o seu jejum. E, apesar das dores e dos conflitos, nunca se sentiu desapontado. Contudo, não estava satisfeito ainda. Parecia-lhe que a voz do Senhor dizia constantemente: "Tenho outras ovelhas..."

No ano seguinte, João Hyde pediu duas almas por dia. E viu uma colheita de oitocentas almas, durante o ano.

Novamente se firmou em Deus e ganhou a certeza de que receberia quatro almas diariamente. Quando um dia findava sem que tivesse conseguido levar quatro almas a Cristo, sentia o peso da responsabilidade tão fortemente que não podia comer nem dormir. Então, rogava ao Senhor que lhe mostrasse o obstáculo, em si próprio, que o impedia de receber essa benção. Invariavelmente era-lhe revelado que se tratava da falta de louvor na sua vida. Confessava então seu pecado e buscava o espírito de louvor. Enquanto louvava a Deus, as pessoas aproximavam-se, os pecadores eram salvos e completava-se o número esperado.Finalmente, devido à sua vida de oração intensa começou a sentir-se abatido. Apesar de sofrer febres altas e de sentir dor crescente nos pulmões, continuou as vigílias noturnas. Quando, por fim, foi a um médico, este exclamou: “Nunca se me deparou um caso tão grave. O seu coração está fora da posição normal. Mudou-se do lado esquerdo para o direito. Pode melhorar, mas somente depois de muitos meses de completo repouso”.

De regresso aos Estados Unidos, onde morreu, passou por Shewsbury, Inglaterra, na ocasião em que se realizava a campanha evangelística de Champmann e Alexander. Eis o que o reverendo Champmann escreveu pouco tempo depois: "Cremos na oração como nunca. Os auditórios nos nossos cultos eram muito pequenos. Parecia impossível colher fruto. Fui informado, porém, que certo missionário, conhecido como o "Homem que ora” ia orar até que recebêssemos a bênção de Deus sobre a obra. Logo tudo se transformou. O salão ficou superlotado e quando fiz o apelo 50 homens aceitaram a Cristo". Desde então o Espírito esteve presente, com muito poder, que todas as barreiras foram vencidas, todos os embaraços desapareceram, levando os perdidos a clamarem pedindo misericórdia a Deus”.

Poucos meses depois João Hyde morreu. Gastou sua vida agonizando em oração, suplicando que Deus salvasse os perdidos. Mas, em resultado da sua oração, cem mil pecadores foram levados a Cristo. É glorioso morrer assim! (A Seara)

26 de abril de 2009

O Desafio dos Valentes

Em 1839, Johp Willians, chamado "o Apóstolo dos Mares do Sul", juntamente com outro missionário de nome Herris, velejaram até às ilhas Novas Hébridas. Ali, após servirem a Cristo por um certo período, foram espancados pelos selvagens até a morte. Dezoito anos mais tarde, um outro missionário, G. N. Gordon, acompanhado da esposa, deram prosseguimento à obra de evangelização naquelas ilhas. Em 1861 eles também foram mortos. O irmão de Gordon também se dirigiu àquelas ilhas e, em 1872, teve a vida tirada por aqueles selvagens.

Dois missionários, Tanner e Nisbel, posteriormente desembarcaram na ilha de Tana, e ali trabalharam por sete meses até que, durante uma noite, tiveram de fugir para se livrar da morte.Anos depois, John G. Paton também ouviu o chamado para as Novas Hébridas. Quando segredou a um amigo quais eram seus planos, foi enfaticamente advertido: “Você será devorado pelos canibais!", ao que Paton respondeu: "Sr. Dickinson, o senhor já é um homem idoso, e em breve será colocado em uma sepultura, onde os vermes o comerão. Entretanto, se eu puder viver e morrer servindo ao Senhor Jesus Cristo, para mim não fará a menor diferença se tiver de ser comido pelos vermes, ou pelos canibais". E assim, decidido, Paton partiu para sua missão: perigosa, mas dirigida por Deus.

Paton aprendeu o idioma dos nativos e conquistou muitos selvagens para Cristo. Em 1869 realizou o seu primeiro culto, celebrando a ceia do Senhor, com a participação de doze crentes nativos.

"Tenho certeza de que jamais sentirei felicidade maior do que aquela, a não ser o dia em que contemplar o rosto glorioso do meu Senhor Jesus!", testemunhou Paton mais tarde.Ele viveu o bastante para ver 16.000 habitantes daquelas ilhas entoando louvores ao Senhor Jesus. E nas clareiras, onde antigamente os selvagens matavam e se devoravam, foram fundadas igrejas, escolas, e gráficas.

“Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra...” (Ez 22.30). (Mensagem da Cruz)

24 de abril de 2009

A Missão de Ganhar Almas

É uma missão bíblica, Mc 16.15,16.

É uma missão urgente, Jo 9.3, porque os dias estão contados, Sl 90.10,12. Se tardarmos perderemos o tempo, Ef 5.16, e nunca mais poderemos fazer qualquer coisa, Ec 12.1. É urgente porque estamos nos últimos dias, 1Jo 2.18.

É uma missão individual – cada crente salvo tem esta obrigação, At 4.33.

É uma missão divina – que tem origem no coração de Deus, Lc 19.10.

23 de abril de 2009

Homenagem a Vera Vanazzi

Ela tem um chamado de Deus para La Paz. Com estas fotos da capital boliviana queremos homenageá-la por ser uma das muitas escolhidas a ter a visão dos campos brancos. O Senhor a espera naquele lugar distante. Muitas orações sobem a Deus pela recuperação de sua saúde, pois esteve no vale da morte. O Senhor a tirou do vale. Recupera-se. As promessas de Deus hão de se cumprir em sua vida. Deus te abençoe, irmã!
























22 de abril de 2009

Como Realizar a Obra Missionária


Orando – A oração é a chave que abre a porta daquilo que é impossível para nós. A oração vai aonde Deus pode ir. Podemos guerrear em qualquer nação do mundo sem sair de casa ou do culto de oração no templo. Podemos amparar os missionários, ou qualquer obreiro do Senhor, com nossas orações. Em Mt 9.38 Jesus falou que deveríamos orar a Deus sobre a obra missionária quanto ao envio dos missionários. A oração pode mover o coração de Deus para o envio de mais obreiros realizarem a obra missionária no mundo. O campo é o mundo. A Bíblia diz que esse campo já está branco para a colheita. Se não orarmos os missionários não irão. Se eles não forem a colheita se perderá. Podemos orar a qualquer hora: de manhã, Sl 5.3; de madrugada, Jó 1.5; à meia-noite, Sl 119.62; durante o dia, Dn 6.10 (que orava três vezes por dia). Ninguém é pobre demais para que não possa orar. A oração está ao alcance de todos os que crêem em Deus.

Contribuindo – Joana e Suzana serviram a Deus com os seus bens, Lc 8.3. Ofertas generosas são aquelas que nos custam sacrifícios. O crente que ajuda contribuindo, sustenta os que vão, Rm 10.15. Tudo custa dinheiro; Bíblias, livros, folhetos, sustentação de escolas que formam missionários. Nenhuma oferta é grande ou pequena demais. Todo valor é importante e deve ser trazido ao altar com ação de graças, Ex 25.2. Ninguém se constranja em cooperar. De Deus vem os bens monetários. Nenhum crente pode dizer que não pode ajudar a obra missionária com suas ofertas.

Indo ou trabalhando – Se o Senhor tem separado você para a obra missionária de maneira específica, obedeça. A convocação é irrevogável. Responda sem questionar com Deus, sempre procurando as formas ou os meios de essa chamada se concretizar. Todo esforço que envolva o chamado é válido, tais como: orar e ler a Bíblia Sagrada são os dois primeiros esforços que todos os chamados devem possuir. Procurar estudar assuntos relacionados às missões, fazendo parte de um seminário de preparação numa escola missionária. Caso a pessoa se encontre longe dos lugares onde possa estudar numa escola apropriada para o ensino missionário, poderá realizar cursos por correspondências junto a essas escolas. Muitas escolas ou institutos bíblicos possuem esse departamento de ensinar à distância, pelo correio. Caso a pessoa tem um chamado para uma outra nação, poderá estudar de antemão a língua do país para onde pretende ir. Enfim, torne efetiva a sua chamada e some a ela todos os esforços que achar necessário.

20 de abril de 2009

A Ordem Expressa - Missões

Jesus fundou a Igreja, com o preço do seu sangue, e deu-lhe missões a cumprir:

Missão para com Deus - Um povo, de todos os lugares e de todos os tempos, foi constituído para amar, adorar e servir a Deus.

Missão para com a Igreja - Deus escolheu esse mesmo povo para realizar missões entre os irmãos, dentro da Igreja mesma. A isto chamamos de edificação. A edificação, com oração e consagração é ministrada aos irmãos; uns para com os outros. Nisto encontramos as manifestações do Espírito Santo, na vida de crentes dedicados e consagrados - que são os dons espirituais e ministeriais, para a ajuda mútua.

Missão para com os perdidos – O mesmo povo escolhido recebeu de Deus a nobre incumbência de realizar uma importante missão entre os perdidos que estão no mundo, almas desesperadas e doentes, presas e condenadas. O amor de Deus deve invadir todo o nosso ser, para realizarmos essa tão nobre e importante missão. Para tanto dispomos da Palavra de Deus, o Evangelho de Jesus, que transforma o estado miserável do perdido numa vida salva e cheia de alegria. Nós, a Igreja, devemos exercer este ministério com todo o nosso amor. A Igreja recebeu esta missão! A Igreja deve, mais do que nunca, evangelizar! O Evangelho é o ponto de partida. Devemos pregá-lo! Devemos motivar aqueles que são chamados para pregar o Evangelho e enviá-los com essa missão, Rm 10.14,15; Mc 16.15.

18 de abril de 2009

Bíblia, Manual de Missões

A Bíblia Sagrada é o manual de missões por excelência. Os cristãos verdadeiros reconhecem a origem da Bíblia, sabem que as Escrituras provêm de Deus. Não é possível fazer a obra missionária sem a Bíblia Sagrada. A obra missionária está presente em toda a Bíblia, de Gênesis a Apocalipse.

Por que a Bíblia é o Manual de Missões? - Porque ela revela o propósito de Deus para a salvação do homem. Pela Bíblia sabemos nossa origem, sabemos o que fazemos e sabemos para onde vamos. Muitos não sabem disso, nem se conhecem! Falta-lhes a instrução da Palavra de Deus. A vontade de Deus é que todos os homens se arrependam e venham ao conhecimento da verdade, 1Tm 2.4. Porque ela apresenta as diretrizes para a obra missionária. As primeiras obras missionárias da Igreja estão registradas na Bíblia. A Bíblia nos ensina a fundar igrejas, preparar obreiros, enviar obreiros, enfim, a lidar com os campos brancos.

A obra missionária foi prenunciada - O Senhor disse para Abraão: “Em ti serão benditas todas as famílias da terra”, Gn 12.3. Essa promessa foi pronunciada a Isaque, Gn 26.4, a Jacó, Gn 28.14. O evangelho foi primeiramente pregado a Abraão. O Senhor deu a entender a Abraão que essa mensagem iria atingir todas as famílias da terra, Gl 3.8. Quem chegaria a todas as famílias da terra? Os missionários. Mais tarde, vemos em Salmos, a obra missionária em toda a terra: “Anunciai entre as nações a sua glória; entre os povos, as suas maravilhas”, Sl 93.3. Jonas foi um missionário enviado a Nínive, o maior representante missionário do Antigo Testamento. Deus se revela como Deus de toda a terra, e não somente de Israel.

17 de abril de 2009

Desejo Missionário

Senhor tu sabes do anelo que há em minh'alma
É como um fogo bem aceso em meu coração
Senhor pergunto porque é que eu não posso
Andar pelos países, deste mundo perdido?

Eu quisera, ir ao campo missionário
Eu quisera, Senhor ir a proclamar
Mesmo aqueles quase mortos, sem saber que há um Deus
Eu quisera, eu quisera anunciar.

Somente tu, conheces os meus problemas
Somente tu, Senhor me ajudarás
Porque sei que em ti vivo, tudo em mim podes fazer
Irei Senhor, aonde me ordenares.

Eu quisera, ir ao campo missionário
Eu quisera, Senhor ir a proclamar
Mesmo aqueles quase mortos, sem saber que há um Deus
Eu quisera, eu quisera anunciar.

Autora: F. E. Ramos
Intérprete: Otoniel e Oziel

16 de abril de 2009

Missões e Sua Realidade

Não pode haver nada mais importante que o crescimento da obra missionária dentro da Igreja. É compensador vermos a Igreja recebendo novos membros, como resultado de um trabalho profícuo. Porém, muitos, dentro da Igreja, não pensam o quanto pesa a responsabilidade de tal obra. Muitos líderes de igreja locais, inclusive, desprezam o significado da Grande Comissão. Nossa geração de cristãos está sendo desafiada para sair a pregar o Evangelho no mundo todo. Por que desafiada?

Vejamos o que acontece no mundo: Satanás se julga dono da humanidade, escravizando-a através de crimes, violência, mortes, sendo que milhões de seres humanos ainda se comprometem com ele. O mundo perdido somente conhecerá a liberdade através de Jesus se existirem na Igreja quem se anime a pregar o Evangelho por toda parte. Quem irá? Quem pregará? Quem estará disposto a sacrificar as coisas materiais, os interesses próprios, a sacrificar a própria vida pela salvação das almas? Deus nos confiou tal missão! Nós, os crentes, somos responsáveis pela evangelização desta humanidade perdida. A humanidade está mergulhada num verdadeiro caos. A fome é um dos maiores flagelos. Secas, inundações têm feito muitas vítimas em várias partes da terra. Há ausência de temor a Deus. Há perda dos princípios morais e aceitação unânime do pecado. Os lares estão fracassados. Há desrespeito às autoridades. Há ilegalidade, ódio, desespero, mentira, engano. Muitos se entregam ao ocultismo. Muitos cultuam a Satanás e aos demônios. Muitos entregam suas mentes ao controle das trevas. Tudo com o fim de os homens se desviarem da Verdade.

Milhões de dólares são gastos nas missões muçulmanas, para que o islamismo ganhe o mundo. Muitos de nossos irmãos, contrariados com o Ide de Jesus, só enxergam os lados negativos que acontecem na obra missionária. Esquecem-se que nessa organização (que é humana, e por ser humana!) acontecem falhas! Por que não vêem o quê o Senhor deseja da Igreja?

O Evangelho é uma mensagem celestial que revela o interesse intenso de Deus em querer redimir o homem perdido. O homem está marcado pelo pecado e pela morte. Deus convida-o a fazer parte da família dos redimidos. Muitas vezes não contemplamos com eficiência a necessidade de se fazer missões.

Em um artigo publicado no Jornal de Oração da Cruzada Mundial de Literatura, Denys Blackmore assim se expressa: “Recentemente li um esboço de sermão publicado há 20 anos atrás. Um dos subtítulos do artigo era uma pergunta que eu não consegui tirar da minha mente: ‘Por que ainda não evangelizamos o mundo?’. O esboço trazia dados estatísticos, dados estes que hoje (1997) estão muito ultrapassados, mas ajudam a provar uma grande verdade:

Não nos falta dinheiro - no ano passado (1976) os cristãos só da América do Norte gastaram dinheiro suficiente em templos e construções que daria para imprimir dois folhetos para cada casa em 180 mundos do tamanho do nosso!

Não nos falta mão-de-obra - mais de 400 mil alunos têm se formado em seminários e institutos bíblicos nos últimos anos e há, certamente, muitos outros obreiros e voluntários à disposição para realizar a obra.

Não nos falta capacidade - todos os meses a revista Seleções usa papel e tinta que seriam suficientes para preparar uma publicação evangélica de 16 páginas para cada casa em 3 mundos iguais ao nosso! Se uma revista secular tem um gasto deste todos os meses, será que a Igreja não poderia fazê-lo pelo menos uma vez na história?

Falta-nos visão! - a questão se afunila nesta realidade – visão. Visão para fazer o que fomos comissionados para fazer: alcançar cada criatura”.

14 de abril de 2009

Entrelinhas Missionárias

J. P. Fruit disse: "Quando Spurgeon orava, parecia que Jesus estava em pé ao seu lado".

Ajoelhado na praia da Índia, Henrique Martyn derramava a alma perante o Mestre e orava: "Amado Senhor, eu também andava no país longínquo; minha vida ardia no pecado... desejaste que eu me tornasse, não mais um tição para espalhar a destruição, mas uma tocha brilhando por ti (Zacarias 3.2). Eis-me aqui nas trevas mais densas, selvagens e opressivas do paganismo. Agora, Senhor, quero arder até me consumir inteiramente por ti!".

Quando os crentes sentem dores em oração, é que renascem almas. "Aqueles que semeiam em lágrimas, com júbilo ceifarão". (Heróis da fé)

"Muitos cristãos consagrados jamais atingirão os campos missionários com seus próprios pés, mas poderão alcançá-los com os seus joelhos." (Heróis da fé)

Ganhar almas é privilégio supremo do crente. Nem a Gabriel, nem a Miguel, nem a qualquer dos anjos dos céus, é permitido participar desse gozo de ganhar almas.

Um dos mais conhecidos missionários na Turquia foi convidado a assumir o cargo de cônsul, numa das maiores cidades daquele país, com salário de príncipe, mas não aceitou. “Por que não aceitou?", perguntou-lhe um moço, admirado. “Porque recuso rebaixar-me a ser embaixador ou cônsul”, foi a resposta calma.

“Os que forem sábios, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que converterem a muitos para a justiça, como as estrelas para todo o sempre”. (Dan 12.3)

O apóstolo Paulo: “Tornei-me tudo para todos, para de todo e qualquer modo salvar alguns”. (1 Cor 9.22)

Brainerd podia dizer de si: “Não me importava o lugar ou a maneira que tivesse de morar, nem por qual sofrimento tivesse de passar, contanto que pudesse ganhar almas para Cristo. Quando dormia, sonhava com essas coisas, e ao acordar, a primeira coisa em que me ocupava essa era grande obra; não tinha outro desejo a não ser a conversão dos perdidos”. (Esforça-te para ganhar almas - Orlando Boyer)

Knox, assim rogava a Deus: “Dá-me a Escócia ou eu morro!”.

Whitefield, implorava: “Se não queres dar-me almas, retira a minha!”.

Diz-se de Aleine: “Era insaciavelmente desejoso de conversão de almas, e para este fim derramava seu coração em oração e pregação”.

João Bunyan, disse: “Na pregação não podia contentar-me sem ver o fruto do meu trabalho”. (colaboração de Eliana)

12 de abril de 2009

Fez o Enxerto e Doou Sangue para Salvar

Um certo médico foi trabalhar na Arábia Saudita como missionário. Um dia, o filho de um homem muito importante adoeceu. Era um terrível furúnculo que tinha surgido em suas costas. O médico missionário pediu aos parentes que doassem sangue e um pedaço de pele do próprio corpo para fazerem um enxerto. Os familiares recusaram, dizendo não valer à pena.

Sem uma saída, o missionário doou então o seu sangue e fez o enxerto, numa operação cirúrgica, salvando o rapaz. Alguém perguntou-lhe porquê tinha feito tal ato. Ele, então, contou a história de Cristo, que doou o seu corpo e derramou o seu sangue para salvar muitos pecadores. Desta maneira a mensagem do Evangelho teve um livre curso entre eles. (Novas de Alegria)

11 de abril de 2009

"Já Sou um Missionário"

Josias, um menino muito vivo de cinco anos de idade, filho do Evangelista Max e Luciana Fernandes, ouviu através do rádio, um apelo para auxiliar crianças da Amazônia. Ficou muito comovido e buscava meios para ajudar na missão.

Certo dia veio correndo falar com seus pais, muito satisfeito, pois descobrira uma forma de contribuir para a missão. Sua cachorra Nicole esperava filhotes e ele decidira doar um para auxiliar os missionários.

O tempo se passou e sua mãe pensou que ele esquecera o propósito feito, ainda mais que naqueles dias estavam envolvidos com a mudança da família para Porto Alegre, RS. Mas não, o propósito estava muito firme: um cachorrinho seria da missão.

Nicole, a cachorra, ganhou dois cachorrinhos. Eram fofinhos e muito lindos, mas um em especial, branco e preto, chamava a atenção pela graça e peraltice. Sem nenhuma dúvida, foi o eleito por Josias para a tão esperada oferta.

Aproximava-se a tão esperada Manhã Missionária no Distrito Partenon, e, por esquecimento dos pais, não trouxeram o cãozinho para a oferta habitual. Quando a salva passou e o menino se deu conta que não trouxera a "sua oferta", começou a chorar convulsivamente. Nada o consolava.

Quando o cachorrinho foi trazido à igreja, uma jovem o comprou e sua oferta seguiu para a África, para alegria do menino. Tão logo a missionária Marlene Alves soube da história de Josias, manou e-mail agradecendo e contando que aquela oferta servira para comprar ventiladores para a sala de culto das crianças. Exultante, Josias afirmou: "Que bom, agora as crianças já não vão mais morrer. Já sou um missionário!"

Que o exemplo de Josias desperte as todos nós! (Informativo Círculo de Oração, nº 60, Porto Alegre, RS)

10 de abril de 2009

Da Minha Infância

Quando garoto bem pequeno, aluno da Escola Bíblica Dominical, das minhas revistas de estudos extraí a gravura abaixo, que guardo com muito carinho. Uma espécie de chamada à consciência para a obra missionária, que deve ser despertada, se possível, desde a infância.

9 de abril de 2009

Um Par de Sandálias Usadas

No dia 13 de agosto de 1727, Deus derramou um profundo avivamento sobre um grupo de checos refugiados, na Saxônia, atual Alemanha, chamado de Morávios. Com o Conde Nikolaus Zinzendorf (retrato) à frente daquela comunidade que vivia no vilarejo de Hernhut, nasceu ali uma obra missionária sem precedentes desde os primeiros séculos. Dali, saíram centenas de crentes apaixonados por Jesus. Foram enviados para a Espanha, Itália, África do Sul, São Tomé e Príncipe e até para o Brasil, além de tantas outras regioes. Impactaram sociedades, plantaram igrejas e certamente fizeram muito mais do que a história conseguiu registrar.

Já no fim desse movimento missionário, Zinzendorf se sentiu desafiado a enviar um missionário para alcançar os esquimós no Alasca. Ele relatou que certa noite sonhou com Jesus, e que nesse sonho o Senhor o instruía a enviar o oleiro. O oleiro era um homem de meia-idade, crente no Senhor Jesus, mas de personalidade pacata e que não demonstrava capacidade de liderança até então.

Zinzendorf o chamou e lhe expôs seu sonho e sua preocupação com os esquimós. Antes que o oleiro se manifestasse, o conde acrescentou que, se aquele desafio fosse aceito por ele, infelizmente ele não poderia contar com uma equipe para acompanhá-lo, pois não dispunha de outros missionários. Não haveria também meios de sustentá-lo financeiramente, pois tinha usado todos os recursos para o sustento de outros obreiros. Por fim, cria que talvez nem voltasse, já que o Alasca no século XVIII certamente era uma das regiões mais isoladas e inacessíveis do planeta. Em outras palavras, ele deveria ir só, sem sustento e sem a garantia de voltar. Sem dúvida, esse foi um convite missionário desprovido de atrativos.

Aquele oleiro permaneceu em oração por dois minutos e, por fim, levantou o rosto e respondeu: “Se o senhor conseguir me dar um par de sandálias usadas, amanhã cedo eu partirei”. O conde lhe deu as sandálias.

A história não relata, mas aquele homem certamente não possuía calçados.

No outro dia, Zinzendorf foi à casa dele procurá-lo. Mas chegou tarde, o oleiro já havia partido logo bem cedo, para jamais voltar.

Hoje, de todos os esquimós da Terra, mais de 50% são convertidos ao Senhor Jesus. Isso porque um homem, do qual nem sequer sabemos o nome, pediu apenas um par de sandálias usadas para seguir a Jesus e espalhar o evangelho até o distante Alasca.

Missões: o desafio continua.

8 de abril de 2009

Princípios Observados no Envio do Missionário

“Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, por sobrenome Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes, o tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram.” (At 13.1-3.)

Alguns princípios que podem ser observados no envio missionário:

No processo do chamado não há apoio bíblico ao individualismo. Isso significa que não é válida a posição de irmãos que alegam ter recebido a direção do Espírito Santo quanto à vocação missionária mas que desejam levar adiante sua missão sem a participação da igreja local. Mesmo em um contexto paraeclesiástico, a igreja local precisa permanecer na linha de frente no processo de seleção e confirmação do chamado. Precisamos crer que o Espírito fala à igreja e devemos esperar submissão daqueles que foram chamados.

No desafio ao envio missionário devemos evitar o institucionalismo. É o outro lado da mesma moeda: a igreja tomando decisões e definindo metas, estratégias e prioridades a despeito da visão daqueles que foram chamados. Precisamos crer que Deus colocará, nesses corações, de maneira diáfana, os desejos certos e a motivação que vêm do Alto.

Não devemos enviar para longe aqueles que não são uma bênção perto. Um critério bíblico que encontramos aqui é que irmãos sobre os quais pesam nossa esperança de abençoar os que estão distantes de nós devem, primeiramente, ser reconhecidamente uma bênção para nós, que estamos perto.

No processo do envio missionário, o cordão umbilical não é cortado. No momento do envio, passamos para os enviados, pela autoridade eclesiástica, o reconhecimento de que são qualificados e, especialmente, cumplicidade com a obra para a qual foram separados.

Deus fala a muitos, contudo me parece que aqueles que se humilham ouvem mais a voz dele. Ninguém sabe ao certo como e quando Deus falará, mas jejum e oração – sinais de uma comunidade piedosa e crente – são a postura daqueles que ouvirão a voz do Senhor. (parte da mensagem "Enviando para longe aqueles que estão perto", de Ronaldo Lidório, publicada na revista Mensagem da Cruz, número 143).

6 de abril de 2009

A Chamada de Jeremias e a Nossa

"Antes que eu te formasse..., eu te conheci..., te consagrei e te constituí" (Jr 1.5)

Embora o Senhor tenha dito estas palavras diretamente a Jeremias, podemos aplicá-las a nossa própria vida também. Observe como elas respondem a quatro questões básicas, comuns a todos os homens:

Eu te formei - Isto responde à pergunta: "Quem sou eu?". Sendo formado por Deus com individualidade e personalidade própria, posso repetir as palavras do salmista: "Visto que de modo assombrosamente maravilhoso me formaste". Porque não sou um conjunto de moléculas fortuitamente unidas, mas um ser humano criado à imagem e semelhança de Deus, posso regoziar-me na certeza de que Ele me criou para Seu próprio prazer.

Eu te conheci - Isto responde à pergunta: "Quem se importa comigo?". O Senhor! Ele sabe tudo sobre minhas fraquezas e tristezas. Ele também conhece a profundidade do meu pecaddo e corrupção; e conhece até mesmo minha deliberada ignorância acerca Dele. Todavia, Ele se importou de tal maneira que enviou o Seu Filho unigênito a fim de que morresse por nós.

Eu te consagrei - Isto responde à questão: "Eu tenho importância?". A surpreendente graça de Deus não somente redime os pecadores de sua culpa e julgamento, mas os separa como um povo especial. Ele, ademais, tem prazer em conformá-los à imagem de Seu Filho.

Eu te constituí - Isto responde à pergunta: "Há um propósito na vida?". Assim como Deus tinha um propósito para a vida de Jeremias, Ele tem para a nossa vida também. E este propósito é especialmente planejado para cada indivíduo. Que alegria é abraçar o propósito de Deus para a nossa vida e prová-lo como "bom, aceitável e perfeito". (Boa Semente)

Deus Amou

1. Objeto entranhável do amor de Deus: "Por que Deus amou o MUNDO".

2. A imensidão do amor de Deus: "DE TAL MANEIRA".

3. A expressão suprema do amor de Deus: "Que deu O FILHO UNIGÊNITO".

4. O beneficiário imerecido do amor de Deus: "Para que TODO AQUELE QUE NELE CRER".

5. O fim único do amor de Deus: "NÃO PEREÇA".

6. A extensão ditosa do amor de Deus: "Mas TENHA A VIDA ETERNA".

(Jornal Mensageiro da Paz, anos 70).

5 de abril de 2009

Visão de uma Missionária na Índia

Os tambores soavam a noite inteira, e a escuridão tremia em redor de mim, como se fossem um ser vivente. Não podia dormir, mas deitada, com os olhos abertos, parecia que via o seguinte: Eu estava de pé sobre a grama, à beira dum abismo de espaço infinito. Olhei, mas não podia ver o fundo! Havia somente nuvens horríveis e profundezas insondáveis. Afastei-me atônita.

Então percebi vultos de pessoas andando, uns após os outros, pelo gramado. Estavam marchando para a margem do abismo. Vi, uma mulher com uma criança nos braços e outra ao seu lado, segurando-se no vestido de sua mãe. Ela estava bem na margem! Vi, então, que ela era cega. Levantou o pé para dar mais um passo, e caiu, e a criança com ela. Oh! Que grito!

Além disto, vi uma multidão de gente procedente de todas os lados. Todos eram cegos; todos andavam em direção da margem do precipício. Quase todos gritavam quando se sentiam caindo, e levantavam as mãos como se quisessem segurar-se em alguma coisa para não cair, enquanto outros passavam e caiam calados.

Então senti grande agonia: porque não havia alguém para preveni-los do perigo? Eu não podia fazê-lo. Estava paralisada no lugar e não podia clamar. Apesar de fazer maiores esforços, só podia cochichar.

Depois vi que, ao longo da margem, estavam postas algumas sentinelas. Porém o espaço entre elas era grande demais, e nestes lugares caiam multidões de pessoas cegas, sem serem prevenidas. A verde grama parecia-me encarnada com sangue e o abismo parecia a boca do inferno.

Então vi, como se fosse um quadro de paz, um grupo de gente debaixo de algumas árvores, com as costas viradas para o abismo: estavam fazendo enfeite de flores. Quando um grito agudo rompia o silêncio, eles se turbavam e se queixavam do barulho. E se alguém se levantava para ir acudir-lhes, o seguravam, dizendo: "Porque estás perturbado! Não tens acabado tua grinalda. É feio ires e deixar-nos trabalhando".

Havia um outro grupo: era de pessoas que se esforçavam em mandar mais sentinelas, mas poucos queriam ir, em alguns lugares havia espaços de alguns quilômetros, sem sentinelas na margem do abismo. Vi uma moça, sozinha num lugar, evitando que alguém caísse, mas sua mãe e outros parentes chamaram-na, dizendo que era tempo para as suas férias e que não devia desviar-se do costume de as gozar. A moça se sentindo cansada e obrigada a fazer uma mudança retirou-se por um tempo. Mas ninguém foi enviado para guardar o lugar que ela deixara, e as pessoas caíam constantemente, como uma cachoeira de almas.

Uma vez, uma criança, ao cair, agarrou-se numa moita de capim, que estava na margem do abismo. Ficou pendurada, chamando, pedindo socorro, mas ninguém prestava atenção. Por fim arrancou-se o capim pelas suas raízes, e a criança caiu, dando grito, tendo as mãozinhas ainda agarradas ao capim. A moça que desejava estar de novo no seu lugar pensava ter ouvido o grito da criança. Mas quando falou em voltar, foi reprovada pelos parentes, que diziam não haver necessidade, que o lugar seria guardado por outros. Então cantaram um hino.

Enquanto cantavam o hino, ouvia-se outro som, como se fosse a dor de milhões de corações exprimidos numa só gota, num só soluço. Sobreveio-me um horror de grandes trevas, porque entendi que era o grito de sangue.

Então trovejava a voz do Senhor que, disse: "Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão esta clamando a mim desde a terra".

Os tambores continuavam a tocar pesadamente, e a escuridão tremia ao redor de mim! Ouvia os gritos dos que dançavam a dança dos demônios e o triste clamor dos possessos fora do nosso portão.

Que me importa? Há muitos anos isso acontece, e continuará acontecendo por muitos anos ainda. Porque falar de uma coisa que tem de ser?

Ó, Deus nos perdoe! Deus nos acorde! Que Deus nos faça sentir a nossa dureza. (Extraído do Livro Esforça-te para ganhar almas, Orlando Boyer - CPAD)