22 de dezembro de 2009

CARTÃO DE NATAL DA ÁFRICA

Mulheres africanas confeccionaram este cartão de Natal, em Uganda, onde o Missionário Locatelli trabalha na Obra de Deus.

(Gentileza de Raquel Haetinger, de Cachoeira do Sul, RS).

18 de dezembro de 2009

O VALOR DE UM FOLHETO

Nilson Dimárzio

Sebastião Custódio da Silva e Antônio Messias eram bons cooperadores nos trabalhos de evangelização, membros da Igreja em São João da Boa Vista, Estado de São Paulo.

Um dos trabalhos que mais apreciavam era o culto de evangelização ao ar livre.

Certa vez, estando ambos em Aguaí, cidade próxima, num dia de Finados, aproveitaram a oportunidade para realizar um trabalho dessa natureza na porta do cemitério. Acompanhados por um grupo de crentes, para lá se dirigiram desejosos de anunciar as boas novas de salvação por meio de Jesus Cristo.

Por ali passavam muitas pessoas. Algumas, paravam para ouvir os cânticos e a pregação, enquanto que outras, indiferentes, passavam de largo, sem dar atenção aos servos de Deus.

E, enquanto o abençoado trabalho de evangelização era realizado, ali estava, nas proximidades, um velho amigo de Sebastião, chamado Ramon, vendendo melancias.

Terminada a reunião junto à porta do cemitério, Sebastião e Messias passaram a distribuir folhetos evangelísticos entre os transeuntes. E, ao passarem junto ao vendedor de melancias, este, em tom de brincadeira, disse ao Sebastião: "Como eu nunca lhe dei nada, leve esta melancia" , colocando-a, em seguida, nas mãos do amigo. Este, ao receber e agradecer o presente inesperado, diz ao amigo, parafraseando as palavras que ouvira: "Ramon, como eu nunca lhe dei nada, leve este folheto."

Despediram-se sorridentes. Sebastião e Messias continuaram semeando a boa semente, enquanto Ramon, não tendo tempo ou interesse em ler aquele folheto, apenas leu o título antes de guardá-lo. Aliás, um título muito interessante: "Onde Passarás a Eternidade?"

Três meses depois, Ramon veio a enfrentar um grande sofrimento. E tão grande foi a tormenta que, por pouco não o levou ao desespero. Mas, como Deus muitas vezes nos fala através do sofrimento, ele fez com que Ramon se lembrasse do folheto que havia guardado. E, com a alma sequiosa de paz, leu-o com sofreguidão. E enquanto lia e meditava na mensagem do folheto, sentiu o desejo de ir a São João da Boa Vista a procura de um pastor que o ajudasse naquela hora difícil. E, ao fazê-lo, encontrou, na pessoa do pastor Francisco Alves Sobrinho, a ajuda necessária e toda orientação espiritual.

Dentro em pouco, não só o Sr. Ramon se converteu, mas toda a sua família. Os problemas foram resolvidos e a paz e a alegria resultantes da atuação poderosa do Espírito Santo tornaram-se uma realidade em suas vidas.

E note-se que toda aquela chuva de bênçãos começou a cair com a leitura de um folheto.

Eis porque precisamos acreditar mais no valor da página impressa, como poderoso meio de divulgação do Evangelho. Em particular, no valor de um folheto, quando bem escrito, em bom papel e com boa apresentação gráfica, sem dúvida, pode ser usado pelo Espírito de Deus para orientar, confortar e salvar as almas sedentas de paz e esperança eterna.

O leitor costuma distribuir folhetos evangelísticos? Ah, nunca os distribui? Então, comece hoje essa distribuição. Faça dessa distribuição um ministério em sua vida diária. Tenha sempre à mão folhetos próprios para distribuir em hospitais, em escolas, em consultórios médicos ou dentários. Aproveite também as oportunidades que surgem durante as viagens; espalhando as bênçãos do Evangelho em muitas almas, que talvez estejam sedentas da verdade.

Torne-se, assim, um ganhador de vidas para Cristo. E esteja certo que dessa situação resultarão muitas bênçãos para a sua própria vida e para aqueles que vivem ainda sem Cristo e sem salvação.

(O Jornal Batista)
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FOLHETO

O pregador silencioso
As vantagens desse pregador

Ele prega no silêncio.
Ele acompanha o pecador.
Ele é um pregador temperado e paciente.
Ele não discorda com o incrédulo.
Ele deixa o pecador lhe ofender, amassar e rasgar.
Ele é humilde e resignado.
Ele não desanima, nem perde a esperança.
Ele tem uma mensagem que permanece.
Ele percorre todas as distancias.
Ele viaja por terra, mar e ar.
Ele viaja de qualquer forma.
Ele segue pelo correio.
Ele entra em todos os lugares.
Ele entra em todos os ambientes.
Ele não faz acepção de pessoas.
Ele não faz diferença de posição social, racial ou religiosa.
Ele não se importa com o tempo ou com horário.
Ele não é atingido pelo pecado do mundo.
Ele não pede licença da comunhão com Deus.
Ele não tira férias nem pede aposentadoria.
Ele é usado por Deus.
Ele tem vida, é persistente, é incansável.

Valdemar Fontoura (Instituto Bíblico Esperança, Porto alegre)

11 de dezembro de 2009

ASAS DE SOCORRO

Após a Segunda Guerra Mundial, alguns pilotos cristãos, decidiram utilizar o avião, não mais como arma de destruição, mas sim, em missões. Muitos começaram simultaneamente, em países como Austrália, Inglaterra e Estados Unidos. Eles formaram pequenas organizações, que cresceram rapidamente. Em 1947, resolveram unificar o nome das entidades como Missionary Aviation Fellowship (MAF), embora continuassem autônomos.

No Brasil, não foi diferente do resto do mundo. Quando as missões brasileiras tomaram conhecimento do trabalho da MAF, lançaram um apelo para que viessem atuar no Brasil. A MAF já estava no México, Equador e Honduras, chamada “Alas de Socorro”. Em 1954, os diretores dessas entidades decidiram buscar meios de atender aos missionários brasileiros e enviaram para cá, o missionário James Truxton e sua esposa. Eles planejaram a criação de ASAS DE SOCORRO, fazendo uma viagem de pesquisa para Goiás, Mato Grosso e Amazônia.

James Lomheim e Harold Berk foram os dois primeiros pilotos-mecânicos que aqui chegaram, juntamente com suas famílias, em 1955, enviados pela MAF. Depois de quase um ano estudando a língua portuguesa, eles adquiriram, em 1956, um avião Piper PA-22, que havia sido acidentado, e o recuperaram, lentamente, no quintal de suas casas, até que, em 1957, estava pronto para os primeiros vôos, tendo como base de operação Cuiabá (MT). Nesse mesmo ano, um terceiro piloto-mecânico, Paul Lewis, chegou ao Brasil, para se estabelecer em Anápolis (GO) e fundar uma oficina de manutenção de aviões de Asas de Socorro. Outro piloto, Eldon Larsen, iniciava o transporte aéreo de missionários com um outro avião, o Piper PA-14 Cruisier, em Roraima.

Com os serviços prestados às missões evangélicas crescendo rapidamente, e as bases de operações estabelecidas, Asas de Socorro foi reestruturada e registrada como entidade brasileira, filantrópica e sem fins lucrativos, em 7 de Dezembro de 1964.

Após alguns anos, Asas de Socorro percebeu novas necessidades e com isso expandiu sua área de atuação. Em 1968 foi criada pelo piloto-mecânico Paul Lewis, a Oficina Aeronáutica, com o propósito inicial de dar assistência somente aos aviões da organização. Com o passar dos anos o trabalho da Oficina estendeu-se a outras organizações e missões coirmãs. Hoje além da manutenção dos aviões é utilizada também para o treinamento dos nossos alunos pilotos/mecânicos.

Com o tempo, aprendemos que mais que máquinas colocadas no serviço, eram necessárias pessoas capacitadas e treinadas para a aviação. Com esta visão foi criada em 1972 a Escola de Aviação de Asas de Socorro, homologada pelo Departamento de Aviação Civil (antigo DAC) com dependências próprias e professores com vasta experiência no ramo. A escola de aviação tem formado dezenas de pilotos e mecânicos. Todo este trabalho não teria fundamento se o alvo não fosse promover a valorização social e ética do ser humano.

Em 1985, fiel à sua visão de atender, tanto as necessidades espirituais, quanto as materiais dos povos isolados, Asas de Socorro iniciou, o projeto de Assistência Médica Dentária e Evangelística (AMDE). No dia 24 de junho daquele ano, inspirada no trabalho do reverendo Alberto Reasoner, da Missão Presbiteriana - que na sua época já atendia 30 localidades no sertão de Goiás, com seu Cessna 182. A primeira clínica do AMDE partiu para as comunidades de Vila Borba, Araí e Limoeiro, no interior de Goiás, e para as aldeias de Aukra e Kubenkranken, no interior do Pará, com a equipe composta pelo médico Porfírio de Andrade Neto, o dentista Jolian Sampaio, a enfermeira Cristiane Pinto Ferreira e o piloto Lelis Fachini Filho.

Desde então o Projeto AMDE multiplicou consideravelmente sua esfera de ação para os estados de Goiás, Tocantins, Pará, Amapá, Amazonas, Roraima e Acre. Em sua história, criou condições para que diversas igrejas fossem fundadas em locais onde as pessoas nunca tinham ouvido falar do Evangelho. Muitas pessoas dessas comunidades foram treinadas como agentes de saúde. Ao se converterem, passaram, não só a salvar as vidas com o seu trabalho de atendimento emergencial e sanitário, como também a testemunhar da nova vida que receberam em Cristo. O Projeto AMDE tem sido também um grande fator de mobilização da igreja brasileira.

Seguindo a mesma visão a organização criou o curso Ferramentas para líderes, que que visa alcançar a liderança local de populações isoladas, procurando trabalhar o caráter do líder local e do cidadão comum, tornado-os cidadãos conscientes. O trabalho é desenvolvido através de cursos e palestras com temas específicos para esta finalidade.

Após anos de assistência na região norte, Asas de Socorro estendeu seu trabalho, alcançando agora o povo nordestino. Normalmente realizado nas férias de julho, o Projeto IDE visa despertar na juventude evangélica o desejo de servir o próximo, permitindo assim que seus participantes vivam experiências sociais de curto prazo. O alvo é alcançar a região nordeste do Brasil onde o projeto realiza parcerias com organizações e governos municipais.

Asas de Socorro se alegra em saber que através dos aviões e dos dons de cada integrante, colabora para a busca e restauração da dignidade de muitos povos indígenas, ribeirinhos e sertanejos, que vivem isolados e destituídos do direito à cidadania.

(www.asasdesocorro.org.br)

4 de dezembro de 2009

OS GEMIDOS DO MUNDO

O mundo está doente, o pecado o enfermou. Ele está sofrendo dores, está gemendo e sua esperança não encontra sequer um alívio até que Jesus volte. O pecado entrou no mundo e atingiu não apenas o homem, mas, também, a natureza. Em vez de cuidar da natureza, o homem passou a depredá-la. Em vez de ser mordomo da criação, o homem tornou-se seu algoz.

A doença que assola o mundo é aguda e crônica. Ela aflige sempre, sem pausa nem trégua. O mundo está sucumbindo e se contorcendo, gemendo e gritando, fazendo soar sua voz de lamento. As catástrofes naturais não são caprichos da natureza; são sinais de alerta. O apóstolo Paulo é enfático em nos informar que "toda criação geme e suporta angústias até agora" (Rm 8.22). Essa grandiosa sinfonia de gemidos não é vista como o estertor da morte da criação, mas como as dores de parto que levam à sua restauração. Duas verdades devem ser aqui apontadas:

1. O cativeiro da criação

É importante observar as palavras que Paulo usa para descrever esse cativeiro da criação: sofrimento (Rm 8.18), vaidade (Rm 8.20), corrupção (Rm 8.32) e angústias (Rm 8.22). Notemos três fatos:

A criação foi submetida à vaidade (Rm 8.20). Ela está confusa, contraditória, doente. Há uma desarmonia brutal na natureza. A expressão "cativeiro da corrupção" traz a idéia de um ciclo contínuo de nascimento, crescimento, morte e decomposição. Os sinais da morte estão presentes na natureza. O que está presente não é a evolução do universo, mas sua decadência. Vale ressaltar que essa sujeição da criação é involuntária. A criação não é o agente da sua queda. Ela é vítima e não ré. Ela não se submeteu; foi submetida.

A criação vive prisioneira no cativeiro da corrupção (Rm 8.21). A criação não pode redimir-se nem libertar a si mesma. A terra e os animais estão gemendo nesse cativeiro como prisioneiros num calabouço.

A criação geme e suporta angústias até agora (Rm 8.22). Não apenas parte da criação, mas toda ela geme e suporta angústias até agora. A natureza está com suas entranhas enfermas. Ela está com cólicas intestinais. Nossos rios estão se transformando em esgotos a céu aberto. Nosso ar está sendo poluído por toneladas de dióxido de carbono a cada minuto. Nossos campos estão se transformando em desertos e nossas fontes estão morrendo. Os animais do campo, os peixes do mar e as aves do céu estão gemendo.

2. A expectativa da criação

Destacamos três pontos importantes:

- A redenção da criação está conectada com a glorificação dos filhos de Deus (Rm 8.19,21). A criação foi amaldiçoada por causa do pecado do homem e será redimida do cativeiro da corrupção na glorificação dos salvos. Sua redenção do cativeiro não se dará antes nem à parte da glorificação dos salvos. Então, haverá liberdade em vez de escravidão, glória incorruptível em vez de decomposição. Se nós vamos participar da glória de Cristo, a criação participará da nossa glória.

A criação aguarda ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus (Rm 8.19,21). A criação vive como que na ponta dos pés, esticando o pescoço, olhando para esse futuro que virá trazendo em suas asas a restauração de todas as coisas. A expectativa da criação é uma esperança viva e certa.

Os gemidos da criação não são de desespero, mas de esperança (Rm 8.22). A criação não se contorce com os gemidos da morte, mas ela geme como uma mulher que está para dar à luz. Seus gemidos não são de desespero, mas de gloriosa expectativa. Ela não geme por causa de um passado inglório, mas por causa de um futuro glorioso. Os gemidos da criação não são dores que carecem de sentido e de propósito, mas são dores inevitáveis no vislumbre de uma ordem nova. A escravidão da decadência dará lugar à liberdade da glória (Rm 8.21). Às dores de parto seguirão as alegrias do nascimento (Rm 8.22). O universo não será destruído, mas sim libertado, transformado e inundado da glória de Deus. Amém!

(Hernandes Dias Lopes)

27 de novembro de 2009

O TOTEM DA PAZ

Don Richardoson começou falando sobre a figura de Jesus como Cordeiro de Deus, afirmando que Deus dera aos judeus, antes do seu nascimento, a possibilidade de entender que o pecado só pode ser perdoado através do sacrifício substitutivo.

Citando vários exemplos, Richardson defendeu que as culturas de todo o mundo têm, de alguma forma, o testemunho da justiça de Deus. Ele afirmou que os povos têm uma cosmovisão espiritual básica que aponta para um Deus criador e que a idéia de “salvação” engloba a necessidade de uma morte substitutiva. Ele chamou estas referências de “bússolas culturais”: em todas as culturas há a prova de que Deus preparou as nações para ouvir a história da morte redentiva de Cristo.

Um dos povos citados, o Sawi, foi um grupo étnico que habita na Papua Nova Guiné, o qual ele alcançou no início dos anos de 1960. Segundo ele, essa tribo, que na época tinha apenas cerca de 2.600 pessoas, possuía hábitos como cortar a cabeça dos inimigos e exibí-las como troféus, e que vivia em guerra com tribos vizinhas. Para os Sawi, a paz era algo impossível, pois só aconteceria se alguém fosse oferecido como símbolo do pacto da paz, mas ninguém estava disposto a dar a sua vida para isto. Mas, um dia, alguém, num ato de amor, entregou o seu próprio filho. Don Richardson pôde ver, mais uma vez, a “bússola de Deus” apontando para o sacrifício de Jesus.

Ele começou, assim, a contar a história do livro O Totem da Paz, de sua autoria.

Aos apaixonados por Missões, O Totem da Paz é uma leitura imperdível. (Editora Betânia)

20 de novembro de 2009

ANTIOQUIA: DA MITOLOGIA GREGA AO CRISTIANISMO

A igreja tem papel fundamental na construção de uma sociedade moralista, sendo ela o freio da sociedade. O principal objetivo do evangelho foi, e sempre será a salvação de almas, e esta responsabilidade cabe a cada cristão pertencente ao corpo de Cristo. Para o escritor norte-americano Steven Lawson, a igreja do Senhor é o agente de mudança em qualquer ser humano e cultura. Por isso, quando o imperador Nero decretava a morte de cristãos que serviam de esporte em arenas, sabia ele da influência que a pregação do evangelho causava sobre a vida dos cidadãos romanos.

Na cidade de Antioquia da Síria a igreja do Senhor mudou a identificação dada à terceira cidade do império romano, pois a nove quilômetros do centro da cidade, havia um vale chamado de Dafnis. O nome é proveniente de uma lenda da mitologia grega que dizia o lugar ter sido habitação da deusa Diana, a deusa da caça, e com ela algumas ninfas visitavam o local. Certa vez, seu irmão Apolo visitou-a, e lá encontrou uma moça de nome Dafnis. A ninfa fugiu de Apolo que a perseguiu ao ponto de pedir socorro à sua mãe, Terra, que a transformou em um loureiro, dessa maneira o loureiro tornou-se sagrado por Apolo, e o vale de Dafnis passou a ser frequentado e conhecido como um lugar de imoralidades. Tanto era sua influência que Antioquia também era chamada de - Antioquia de Dafnis.

A cidade era famosa pelas práticas perniciosas, imorais, frívolas realizadas juntamente ao vale, mas quando o evangelho começou a ser pregado e, Barnabé, juntamente com irmãos, que haviam se convertido através dos apóstolos em Jerusalém, instituíram a primeira igreja missionária da história do cristianismo. Dezesseis cidades tinham o nome de Antioquia, pois Seleuco Nicator, que era o general preferido de Alexandre, o Grande, a cada batalha vencida, como costume da época, era erigida uma cidade, e esta recebera o nome de Antioquia da Síria. O contexto era totalmente desfavorável para instituição de uma sociedade cristã fundamentada em conceitos, regimentos, normas morais e físicas, mas naquele lugar o trabalho missionário desenvolveu-se de maneira espantosa, pois o lugar que está em trevas impacta-se ao conhecer a luz, e a luz do cristianismo que é Cristo transformou a vida de diversos cidadãos antioquianos.

Num lugar de imorais sexuais, numa terra de promiscuidades, dentre tantos pecados, Antioquia não seria mais conhecida por suas debilidades, mas por marcar a história do evangelho, pois lá começamos a ser chamados de Cristãos.

Calebe Ibaldo Moreno (gideoes.com.br)

13 de novembro de 2009

EMAD - CONQUISTAS E DESAFIOS

Entrevista com o Pr. Elizeu Garcia Martins, diretor executivo da EMAD

Fazer missões sempre foi o grande desafio da Igreja do Senhor Jesus. Com o objetivo de oferecer às igrejas preparo específico aos seus obreiros que sentem-se vocacionados para servir na obra missionária, a Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) criou, em 1989, a Escola de Missões das Assembleias de Deus (EMAD), que completa este mês (novembro) 20 anos de existência.

Na edição de novembro de 2009 (número 1.494), o jornal Mensageiro da Paz entrevistou o pastor Elizeu Garcia Martins, que está à frente da instituição há cinco anos como diretor executivo. Aos 55 anos, casado com a irmã Mara Sônia Nunes Martins, pai de quatro filhos e apaixonado por missões, pastor Elizeu falou sobre as conquistas da Emad nos últimos anos e os planos para o futuro.

MP Quais os locais onde o senhor trabalhou na obra missionária?

Trabalhel no sul da Espanha, no Estreito de Gibraltar, na cidade de San Roque, a 15km de Aljeciras, o porto mais importante da Europa. Esse local é considerado por causa de sua tonelagem de exportação e trânsito de navios. Ali existia um projeto conhecido como "Passo do Estreito" ou Operação Trânsito. Todos os norte-africanos que vivem na Europa, na época das férias, que ocorrem de julho a setembro, descem de carro até ali e passam esse período nesse local. Estou falando de 2 milhões de pessoas. Tínhamos, então, como evangelizar a todos eles com material apropriado, configurando uma experiência brilhante para mim e minha família.

MP Nestes 20 anos da Emad quais as principais conquistas?

Acredito que as maiores conquistas nesse período foram a maior abrangência da entidade por todo o Brasil e uma conscientização de missões no país. Nós ainda estamos muito aquém de nossos objetivos, mas a Emad avançou muito. Para se ter uma ideia de sua abrangência, estamos com quase 200 núcleos no território nacional e neles já contabilizamos um número superior a 5 mil alunos atuantes na instituição. Para mim, o que chama a atenção é a formação de uma consciência missionária na Igreja do Senhor Jesus.

MP Quais os cursos que a EMAD disponibiliza para as igrejas e os interessados em missões?

A Emad trabalha em duas frentes. Temos o CMC, que é o Curso de Missões por Correspondência, um curso de missões básico elaborado para atender às pessoas de todos os níveis, com uma linguagem bastante acessível para que qualquer pessoa consiga ter um bom desempenho; e o COM, o Curso de Preparação Missionária. Enquanto o CMC é aberto para todas as denominações, o COM está voltado para os membros da Assembleia de Deus, mas a Emad recebe somente alunos que a denominação enviar. Este curso é destinado aos vocacionados à chamada missionária que precisam ter um conhecimento e preparo transcultural. É um curso de internato, onde o aluno permanece 10 meses em nossas instalações. Mas, para isso acontecer, cabe à igreja interessada enviar candidatos maiores de idade, e a pessoa deve apresentar uma grau satisfatório de ensino, pois ele será preparado para o campo missionário. É preciso que tenha tambem pelo menos um curso básico de Teologia, porque o objetivo da Emad não é a formação acadêmica, mas o preparo para missões transculturais. Ali o aluno vai estudar antropologia, comportamento das pessoas em relação às culturas, a ética, princípios para que a pessoa consiga sobreviver sem levar resquícios de sua cultura para o outro povo, mas simplesmente levar a mensagem de Cristo.

MP O senhor acredita que o Brasil poderá ser o novo ''celeiro missionário" do mundo?

Fui missionário na Espanha e na Califórnia, e enquanto estive na Europa o Senhor me levou a conduzir um centro de treinamento missionário destinado aos latinos para o continente e o norte da África. Convivi nesse meio e sei que há um desejo de que o Brasil medite no que Deus está fazendo com o nosso país e veja mais adiante, levando a mensagem do Evangelho a outras nações. Há bilhões de pessoas que ainda não foram alcançadas e o Brasil é realmente um celeiro. Nosso povo desfruta de uma bênção incontestável, pois não há porta fechada para um brasileiro. Existem portas fechadas para a maioria das nações, que enfrentam restrições, mas um cidadão brasileiro tem portas abertas em qualquer lugar do mundo. Isso é uma bênção de Deus. Ele reservou isso para nós, e o Senhor preparou esta nação para se mobilizar e fazer algo para que os povos tenham a mesma oportunidade que nós tivemos um dia, de ouvir que Jesus Cristo é o Caminho e que sem Ele não há outra maneira de ser salvo. Os cristãos brasileiros devem entender que esta é nossa oportunidade, este é o nosso tempo, e o mundo clama.

MP Quais os projetos futuros da Emad?

O projeto que temos em nosso coração, e o Senhor está fazendo cumprir, é a multiplicação de nossos núcleos por todo o Brasil, considerando que nosso país é um verdadeiro continente. Meu desejo é que 20 mil alunos estejam inscritos inscritos por todo o Brasil, ou mesmo 30 mil alunos. Afinal, nós, assembleianos, somos uma comunidade de cerca de 20 milhões de pessoas. Procuramos contribuir para que esta visão seja ampliada. A direção da Emad deseja contribuir nesse sentido e este é um dos objetivos da instituição ao ser criada pela CGADB. Atualmente, estão inscritos mais de 5 mil alunos, mas já emitimos quase 25 mil certificados de pessoas que concluíram o curso na Emad. Nosso projeto é apresentar o Curso Elevado de Missões à Distância, norteado pela estrutura do ensino à distância, mas com toda a estrutura online através da internet com 20 pastores que estão escrevendo a grade do curso dentro de uma linha pentecostal da liderança das Assembleias de Deus, e a Casa Publicadora estará nos apoiando a fim de disponibilizá-lo aos interessados, e este curso será oferecido para a liderança missionária no Brasil. Queremos estimular uma conscientização em toda a igreja, no sentido de despertá-Ia para a necessidade de capacitar todos aqueles que estão de saída para o campo missionário e no sentido de preparar a liderança que trabalha com os vocacionados. Esse curso da Emad tem esse perfil para que tenhamos a mesma linguagem, postura e desempenho dentro das características das Assembleias de Deus.

4 de novembro de 2009

MISSÃO A PARTIR DE ANTIOQUIA

Por John Stott (28/04/07)

Em Atos 13 o horizonte de Lucas se alarga pois o nome de Jesus seria massivamente testemunhado além da Judéia e Samaria. A partir de Antioquia chegaria aos confins da terra. Os dois diáconos evangelistas prepararam o caminho. Estevão através de seu ensino e martírio, Filipe através de sua evangelização ousada junto aos samaritanos e ao etíope. O mesmo efeito tiveram as duas principais conversões relatadas por Lucas, a de Saulo, que também fora comissionado a ser o apóstolo dos gentios, e a de Cornélio, através do apóstolo Pedro. Evangelistas anônimos também pregaram o evangelho aos “helenistas” em Antioquia. Mas sempre a ação esteve limitada à Palestina e à Síria. Ninguém tinha tido a visão de levar as boas novas às nações além mar, apesar de Chipre ter sido mencionada em Atos 11:19. Agora, finalmente, vai ser dado esse passo significativo. A população cosmopolita de Antioquia se refletia nos membros de sua igreja e até mesmo em sua liderança, que consistia em cinco profetas e mestres que moravam na cidade. Lucas não explica a diferença entre esses ministérios, nem se todos os cinco exerciam ambos os ministérios ou se os primeiros três eram profetas e os últimos dois mestres. Ele só nos dá os seus nomes. O primeiro era Barnabé, que foi descrito com “um levita, natural de Chipre” (Atos 4:36). O segundo era Simeão que tinha o sobrenome de Níger, que significa Negro, provavelmente um africano e supostamente ninguém menos que Simão Cireneu, que carregou a cruz para Jesus. O terceiro era Lúcio de Cirene e alguns conjecturam que Lucas se referia a si mesmo o que é muito improvável já que ele preserva seu anonimato em todo o livro. Havia também Manaém, em grego chamado o “syntrophos” de Herodes o tetrarca, isto é, de Herodes Antipas, filho de Herodes o Grande. A palavra pode significar que Manaém foi “criado” com ele de forma geral ou mais especificamente que era seu irmão de leite. O quinto líder era Saulo. Estes cinco homens simbolizavam a diversidade étnica e cultural de Antioquia e da própria igreja.

Foi quando eles estavam “sevindo ao Senhor, e jejuando” que o Espírito Santo lhes disse: “separai-me agora a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado” (At.13:2). Algumas perguntas precisam ser respondidas.

1. A quem o Espírito Santo revelou a sua vontade ? Quem eram “eles”, as pessoas que estavam jejuando e orando ?

Parece-me improvável que devamos restringi-los ao pequeno grupo dos cinco líderes, pois isso implicaria em três deles serem instruídos acerca dos outros dois. É mais provável que se referia aos membros da igreja como um todo já que eles e os líderes são mencionados juntos no versículo 1 de Atos 13. Também em Atos 14:26-27, quando Paulo e Barnabé retornam eles prestam conta a toda a igreja por terem sido comissionados por ela. Possivelmente Paulo e Barnabé já possuíam anterior convicção do chamado de Deus e esta verdade foi aqui revelada para toda a igreja.

2. Qual o conteúdo da revelação do Espírito Santo à Igreja em Antioquia ?

Foi algo muito vago e possivelmente nos ensina que devemos nos contentar com as instruções de Deus para o dia de hoje. A instrução do Espírito Santo foi “separai-me agora a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado”, muito semelhante ao chamado de Abrão: “vai para a terra que te mostrarei”. Na verdade em ambos os casos o chamado era claro mas a terra e o país não.

Precisamos observar também que tanto Abrão como Saulo e Barnabé precisariam, para obedecerem a Deus, darem um passo de fé.

3. Como foi revelado o chamado de Deus ?

Não sabemos. O mais provável é que Deus tenha falado à igreja através de um de seus profetas. Mas seu chamado também poderia ter sido interno e não externo, ou seja, através do testemuho do Espírito em seus corações e mentes. Independente de como o receberam, a primeira reação deles foi a de orar e jejuar, em parte, ao que parece, para testar o chamado de Deus e em parte para interceder pelos dois que seriam enviados. Notamos que o jejum não é mencionado isoladamente. Ele é ligado ao culto e à oração, pois raras vezes, ou nunca, o jejum é um fim em si mesmo. O jejum é uma ação negativa em relação a uma função positiva. Então jejuando e orando, ou seja, prontos para a obediência, “impondo sobre eles as mãos os despediram”.

Isto não era uma ordenação ao ministério muito menos uma nomeação para o apostolado já que Paulo insiste que seu apostolado não era da parte de homens, mas sim uma despedida, comissionando-os para o serviço missionário.

4. Quem comissionou os missionários?

De acordo com Atos 13:4 Barnabé e Saulo foram enviados pelo Espírito Santo que anteriormente havia instruído a igreja no sentido de separá-los para ele. Mas de acordo com o versículo seguinte foi a igreja que, após a imposição de mãos, os despediu. É verdade que o ultimo verbo pode ser entendido como “deixou-os ir”, livrando-os de suas responsabilidades de ensino na igreja, pois às vezes Lucas usa o verbo “adulou” no sentido de soltar. Mas ele também o usa no sentido de dispensar. Portanto creio que seria certo dizer que o Espírito os enviou instruindo a igreja a fazê-lo e que a igreja os enviou, por ter recebido instruções do Espírito. Esse equilíbrio é sadio e evita ambos os extremos. O primeiro é a tendência para o individualismo pelo qual uma pessoa alega direção pessoal e direta do Espírito sem nenhuma referencia à igreja. O segundo é a tendência para o institucionalismo, pelo qual todas as decisões são tomadas pela igreja sem nenhuma referencia ao Espírito.

Conclusão

Não há indícios para crermos que Saulo e Barnabé eram voluntários para o trabalho missionário. Eles foram enviados pelo Espírito através da igreja. Portanto cabe a toda igreja local, e em especial aos seus líderes, ser sensível ao Espírito Santo, a fim de descobrir a quem ele está concedendo dons ou chamado.

Chamado missionário não é um ato voluntário, é uma obediência à visão do Senhor.

Assim precisamos evitar o pecado da omissão ao deixarmos de enviar ao campo aqueles irmãos com clara convicção de que foram chamados por Deus, bem como a precipitação de o fazermos com outros que possuem os dons para tal, mas sem confirmação do Espírito à igreja.

O equilíbrio é ouvir o Espírito, obedecê-lo e fazer da igreja local um ponto de partida para os confins da terra.

John R. W. Stott é conhecido pregador e estudioso da Palavra. Pastoreou por vários anos a Igreja de All Souls em Londres. É diretor do London Institute for Contemporary Christianity e autor de diversos livros como “A mensagem do sermão do Monte”, “A mensagem de Efésios” e “Crer é também Pensar”.

(www.mssionews.com.br)

27 de outubro de 2009

PIETA E SEU PORQUINHO COR-DE-ROSA

"Pieta, esse é seu único vestido?", perguntou a missionária. A menina filipina, de semblante triste, timidamente olhou para ela. Então explicou: "Meu senhor é espanhol. Meu pai me vendeu para ele há muito tempo para pagar uma dívida. Ele não me deixa usar outro vestido, senão este feito de pano de saco".

A senhora Wightman, a missionária, olhou com pena para aquele pobre vestido. Era apenas um saco de farinha, velho e desbotado, virado de cabeça para baixo. Buracos rudes tinham sido feitos em baixo e nos lados do saco, para passarem a cabeça e os finos braços da menina. "Deixe-me fazer-lhe um vestido, Pieta", disse a senhora impulsivamente. "Seu senhor não irá ligar se ele não tiver que pagar, não é?"

Um olhar de medo atravessou o rosto da menina, enquanto ela abanava a cabeça vigorosamente. "Obrigada, mas a senhora não entende. Meu senhor é um beberrão e mui cruel. Se eu chegasse em casa com um vestido novo, ele ficaria desconfiado e bravo. Ele me espancaria e depois venderia meu vestido para comprar mais bebida. Ele diz que escravos devem usar as coisas mais fajutas porque não custam nada".

A senhora Wightman, uma jovem missionária nas Ilhas Filipinas, estava dando aulas diárias para crianças num grande pavilhão. Ela tinha descoberto que a hora da "siesta" (descanso depois do almoço) era uma ótima hora para ajuntar as crianças, pois os pais estavam contentes em tê-las longe de suas casas, para que eles pudessem descansar em paz. A classe tinha crescido e mais de cem meninos e meninas vinham correndo assim que a missionária aparecia. Quando as crianças entravam alegremente e barulhentas, Pieta ficava triste atrás das outras crianças com seu vestido gasto.

Um dia, a missionária chamou Pieta novamente ao seu lado. "Eu já decidi a respeito do seu vestido. Vou fazer-lhe um bonito vestido, igual ao que as outras meninas usam. Todo dia eu o trarei comigo para a classe e você o vestirá antes que os outros cheguem. Você poderá usá-lo enquanto as crianças estiverem aqui e, ao sair, o deixará comigo. Gostaria de fazer isto?"

O olhar de Pieta foi a resposta. "Oh! A senhora poderia fazê-lo de cor-de-rosa e com babados, por favor?" Ela sussurrou alegremente.

Nos dias seguintes, a radiante Pieta em seu bonito vestido cor-de-rosa, sentava na primeira fileira; seu faminto coração acolhia cada palavra das histórias bíblicas.

Era a Páscoa e a senhora Wightman contou a história do sofrimento e morte do Salvador Jesus pelos pecados do mundo. Inesperadamente, Pieta a interrompeu:

"Eu sei o que mais machucou o Senhor Jesus".

"O que você quer dizer, Pieta?"

"Algumas vezes, quando eu tenho sido malvada, o meu senhor fica bravo comigo e me pendura na cerca", disse a menina. "Ele amarra arame em volta do meu corpo até eu pensar que vou morrer. O arame machuca meus pulsos e a dor se espalha por todo o corpo, mas a dor mais terrível é bem aqui!" E ela passa a mão no seu coração. "É a dor mais terrível de todas e eu tenho certeza que foi isto que mais machucou o Senhor Jesus".

A missionária ficou chocada ao ouvir do tratamento cruel que a menina tinha sofrido, mas continuou: "Você está certa, Pieta. O Senhor Jesus sofreu mais no Seu coração. Não só por causa da terrível dor da crucificação, mas porque todos os nossos pecados foram postos nEle por Deus e então Deus O deixou sozinho para sofrer o castigo que nós merecíamos".

"Oh! Eu queria que Ele tivesse morrido por mim, também!" Pieta falou com ansiedade marcada em sua voz.

"Ele morreu por você, Pieta", assegurou-lhe a missionária. "Você pode recebê-Lo como seu Salvador agora mesmo!"

"Mas a senhora se esqueceu que eu sou uma escrava? Escravas não podem ser salvas, pois meu senhor me disse que uma escrava não tem alma".

Quão feliz estava a sra Wightman em poder contar-lhe a hïstória de Onésimo, no livro de Filemom. Apesar de ser um escravo e de ter pecado grandemente, Onésimo tinha aceitado o Senhor Jesus Cristo como seu Salvador e foi perdoado. Então ela pediu a Pieta que, depois da aula terminar, ela ficasse para poderem conversar juntas.

Quando estavam sozinhas, depois dos outros terem ido embora, lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Pieta. "É maravilhoso que o Senhor Jesus me ama! Eu não consigo lembrar-me de outra pessoa que me tenha amado. Mas eu receio que sou muito ruim para pertencer a Ele!"

"Como assim, Pieta?"

"As vezes, meu senhor me manda à loja para comprar um repolho e eu lhe roubo uma das moedas para comprar um doce para mim. Outras vezes, quando ele é cruel para mim, eu cuspo na água que retiro da cisterna; outras vezes... bem, faço muitas coisas feias!"

"Pieta, é por causa destas coisas que o Senhor Jesus morreu. Jesus já pagou o castigo que você merece, ao morrer sobre a cruz. Ele quer ser seu Salvador".

"Eu quero pertencer a Ele? Como posso dizer-Lhe que eu O quero?"

"Você está lembrada do corinho que cantamos hoje, aquele que diz: 'Lava-me e serei mais branco que a neve'? Por que você não pede para o Senhor Jesus fazer isto por você agora mesmo?"

Olhando para o céu, Pieta orou com simplicidade: "Senhor Jesus, lava-me e serei mais branca que a neve". Depois de um momento, ela disse tristemente, olhando para sua professora: "Ele não o fez. Eu me sinto como antes".

"Escute este versículo, Pieta: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo. O que a palavra "crê" significa na sua língua?"

"Significa 'confiar em alguém, aceitar que é assim', ela respondeu pensativa. "Já sei! Eu Lhe pedi que me deixasse mais branca que a neve. Não importa como eu me sinta. Eu posso confiar que Ele cumprirá Sua promessa e o fará!" O rosto molhado de lágrimas começou a brilhar. "Espere até eu contar para o meu senhor! Eu acho que ele não sabe nada sobre isto e eu quero que ele também seja salvo, pois ele é tudo que eu tenho".

No dia seguinte, quando a missionária ajudava Pieta a vestir o seu vestido cor-de-rosa, ela notou uma porção de machucados em seu magro corpo. Pieta explicou: "Meu senhor me xingou e disse que o que a senhora me ensina é tudo mentira e, depois, me bateu. Não sei porque ele estava bravo. É uma história tão boa! Ajude-me a orar para que um dia ele entenda que é uma história verdadeira a história de Jesus". E perguntou: "Haveria alguma coisa que eu pudesse fazer pelo Senhor Jesus por ter me amado tanto?"

A sra. Wightman deu-lhe a responsabilidade de todo dia varrer o pavilhão e, daquele momento em diante, ele estava tão lindo como uma menininha poderia deixá-lo.

Então vieram os dias de muita chuva e de vento. Ventos do nordeste curvavam os coqueiros e as bananeiras até o solo, arrancavam o telhado das casas e jogavam grandes ondas sobre a ilha. Torrentes de água caíam com fúria, era uma chuva que parecia interminável. Era um dos terríveis furacões e, quando a tempestade terminou, muitos estavam desabrigados e alguns tinham morrìdo.

Quando puderam ter novamente sua aula, os meninos e as meninas tinham muitas histórias excitantes para contar e algumas eram histórias bem tristes. A missionária reparou que Pieta estava sentada em seu lugar de costume, mas que não estava sozinha! A seu lado havia um porquinho cor-de-rosa!

"Ora, Pieta, de onde veio este porquinho?"

"Ele é todo meu!" Pieta respondeu com orgulho. "Quando a água corria por nosso quintal, este porquinho veio flutuando nela. Eu pensei que ele estava morto e quase estava. Eu o peguei com um pau e cuidei dele e agora está melhor. Eu já perguntei em todas as casas, mas ninguém sabe de onde ele veio ou quem é seu dono. Então, agora é meu!"

"Isto é muito bom", sorriu a missionária. "Mas seria melhor deixá-lo em casa, pois esta é uma classe para meninos e para meninas e ele poderá atrapalhar a aula".

O medo brilhou nos olhos escuros de Pieta. Ela pegou seu porquinho e o segurou com força. "Não! Não! Não! Eu nunca poderia deixá-lo em casa. Se ele não pode vir, eu tenho que ficar em casa com ele. A senhora não entende. Se eu o deixar em casa, meu senhor pode comê-lo ou vendê-lo e ele é meu porquinho! Ele é a única coisa que eu jamais tive que é toda minha. Ele é para mim algo muito importante!"

"Por que ele é tão importante assim para você?", perguntou a sra. Wightman.

"Quando ele estiver grande, gordo e forte, então eu o darei ao Senhor Jesus. Ele já me deu tanto e eu nunca tive nada para dar a Ele. Eu não estou deixando meu senhor alimentá-lo porque aí ele diria que o porco lhe pertence. Eu estou pedindo comida e lavagem aos vizinhos".

"Eu entendo, Pieta", assegurou-lhe a missionária. "Se você conseguir que ele fique quieto para não nos atrapalhar, você pode trazê-lo sempre".

E assim, o porquinho de Pieta se tornou um fiel membro da classe. Passaram-se semanas e até meses e a sra. Wightman podia ver que a menininha filipina estava tornando-se uma cristã firme. Seu porco também crescia! Um dia, ele apareceu com um laço vermelho em volta de seu gordo pescoço e o sorriso no rosto de Pieta levou sua professora a perguntar: "Hoje é um dia especial, Pieta?"

A menina disse com entusiasmo que "Hoje é o dia que quero dar meu porco ao Senhor. Veja como ele está grande e gordo! Eu não gosto do jeito como meu senhor fica olhando para ele. Amanhã é seu aniversário e eu receio que ele deseje fazer uma festa para seus amigos com meu porco. A senhora daria ele para o Senhor Jesus por mim, hoje?"

Depois de pensar cuidadosamente, a missionária perguntou: "Você gostaria que eu o levasse ao mercado e o vendesse? Poderíamos usar o dinheiro para comprar Bíblias e livrinhos que contam a história da salvação para darmos a pessoas que não ouviram do Senhor Jesus".

Pieta concordou e, depois da aula, a sra. Wightman e o porco de Pieta foram ao mercado. No dia seguinte, Pieta não veio à aula.

Quando três dias se passaram sem ela vir, a sra. Wightman perguntou se alguém sabia se ela estava doente. As crianças se entreolharam com medo. Então um menino disse: "A senhora não sabe? O senhor dela ficou tão bravo quando descobriu que ela tinha vendido seu porco e nem tinha o dinheiro que lhe bateu muito. Ele tinha planejado fazer uma festa com seus amigos. Surrou-a com tanta crueldade que um olho já foi e pensamos que ela está morrendo!"

Horrorizada e com temor no coração, a missionária despediu as crianças e correu para a pequena casa onde tinha sido informada que Pieta vivia com o espanhol. Era uma típica casa de um quarto, construída sobre paus para ficar por cima das águas durante as enchentes. Embaixo da casa, no meio dos porcos, frangos e lavagem, ela viu Pieta.

Engatinhando para baixo da casa, a missionária sentou ao seu lado e pegou a criança doente em seus braços. A pele quente de Pieta indicava a forte febre de que estava possuída e, enquanto a segurava, a menina teve uma convulsão. Lágrimas escorreram pelo rosto da missionária e ela disse: "Oh, Pieta! O que ele fez para você? O que ele fez para você?"

O pequeno corpo estava imóvel em seus braços. Após algum tempo a menina recuperou a consciência. Olhando para ela com seu único olho, Pieta perguntou com voz fraca: "A senhora está chorando? Por que está chorando? A senhora não está chorando por mim, está?"

A missionária não conseguiu responder e Pieta continuou: "Não chore por mim! Eu estarei no céu com o Senhor Jesus logo, logo, e estou tão contente por isso! Por favor, nâo chore por mim, eu mal posso esperar".

Então a sra. Wightman perguntou: "Você acha que conhecerá o Senhor Jesus quando estiver com Ele?"

Pieta respondeu: "Claro que O conhecerei! Ele é o único que terá marcas de pregos nas mãos e nos pés!" Após um minuto, ela sussurrou, olhando para cima de novo: "Quando eu for, a senhora orará por meu senhor, não é? Ele é tudo que eu tenho e eu quero que ele se salve".

Foi difícil para a sra. Wightman responder, pois as lágrimas a engasgavam. Ela sentia tanto ódio contra aquele homem, mas Pieta esperava a resposta e, finalmente, ela conseguiu falar: "Sim, Pieta, eu orarei por sua salvação".

Em poucos minutos, Pieta ficou imóvel em seus braços e a missionária percebeu que seu espírito tinha ido para junto do Salvador a Quem ela tanto amava. Segurando o corpo mole da criança, ela saiu de debaixo da casa e lentamente subiu os degraus. Abrindo a porta com o pé, ela entrou no quarto onde estava o espanhol, com uma garrafa na mão.

Por um momento, a missionária e o homem se encararam. Então, a senhora Wightman disse: "Olhe para Pieta! Ela está morta! Você a matou!"

"E eu com isso?", respondeu grosseiramente o homem. "Ela não tinha alma. Ela era somente uma menina escrava e eu tinha o direito de fazer o que queria com ela. Ela era minha propriedade".

A missionária estava tremendo, mas conseguiu responder: "Sim, ela tinha uma alma e você sabe disso. Pieta agora está no céu. Você é um assassino cruel aos olhos de Deus".

"Saia daqui! Eu não tenho nada a ver com Deus e nem com as coisas que você ensina! Saia daqui!"

"Eu irei num instante, mas antes tenho algo a lhe dizer. Um pouco antes de morrer, Pieta me pediu para fazer algo muito difícil. Ela pediu-me que orasse por você. Ela o amava, apesar de sua crueldade, e queria que se salvasse do castigo etemo. Eu guardarei minha promessa feïta a Pieta. Eu orarei para que Deus lhe mostre como você é pecador e que você venha a Ele para obter Seu perdão".

Em casa, a missionária lavou os machucados de Pieta e a vestiu com seu vestido cor-de-rosa de que ela tanto gostava. Com alguns crentes filipinos, tiveram um enterro cristão. Então a sra. Wightman contou-lhes a história toda e lhes pediu: "Orem comigo para que este homem cruel aceite o Senhor Jesus Cristo como seu Salvador".

Eles concordaram em orar e orar continuamente, até que este homem fosse salvo. Durante a quarta noite de oração, eles escutaram passos. Olhando para fora, viram o espanhol, cambaleando para dentro do quarto onde eles estavam.

"Há misericórdia em Deus para um homem tão cruel como eu?", ele perguntou. Seus olhos estavam vermelhos e parecia que não tinha comido nem dormido por algum tempo.

Caindo de joelhos, o homem esvaziou seu coração perante Deus, confessando o seu pecado e sua necessidade de Cristo como Salvador. Os crentes mostraram-lhe pela Palavra de Deus que a morte do Senhor Jesus no Calvário tinha pago a sua dívida e ele recebeu o dom da salvação de Deus.

A mudança na vida deste homem foi vista por todos. Imediatamente ele foi ter com seus colegas e lhes compartilhou o que Deus tinha feito por ele. Logo o seu testemunho estava ganhando outros para o Salvador.

A guerra veio com todos os seus horrores. Pearl Harbour foi bombardeada e os japoneses estavam em todo lugar, forçando os filipinos a se prostrarem diante do Imperador japonês. Um dia, o espanhol recebeu ordem para se prostrar.

Sem medo, ele disse que não, pois só adoraria o Deus vivente que o tinha salvo dos seus caminhos cruéis.

Houve um momento de espanto e de silêncio! A ordem foi repetida furiosamente. "Prostre-se para o Imperador ou morra!"

O espanhol não se moveu.

Uma ordem foi seguida de tiros e o espanhol estava com o Salvador a Quem ele aprendera a amar até à morte, e com Pieta, em resposta à sua oração!

Pieta e seu porquinho cor-de-rosa
"Histórias Missionárias para Adolescentes"
Margaret J. Tuininga - Edições Cristãs, 1985

16 de outubro de 2009

CARTA AO APÓSTOLO PAULO

Conta-se que o Apóstolo Paulo enviou seu currículo para uma determinada Junta de Missões oferecendo-se para trabalhar como missionário. Depois de algumas semanas, o Secretário da Junta escreveu-lhe esta carta, justificando por que não poderia aceitá-lo.

Ao Reverendo Saulo Paulo, Missionário Independente em Roma, Itália
Caro Sr. Paulo:

Recebemos recentemente seu currículo, exemplares de seus livros e o pedido para ser sustentado pela nossa Junta como missionário na Espanha. Adotamos a política da franqueza com todos os candidatos. Fizemos uma pesquisa exaustiva no seu caso. Para ser bem claro, estamos surpresos que o senhor tenha conseguido até aqui "passar" como missionário independente.
Soubemos que sofre de uma deficiência visual que, algumas vezes, o incapacita até para escrever. Essa certamente é uma deficiência grande para qualquer pessoa. Nossa Junta requer que o candidato tenha boa visão, ou que possa usar lentes corretoras.
Em Antioquia, o senhor provocou um entrevero com Simão Pedro, um pastor muito estimado na cidade, chegando a repreendê-lo em público. O senhor provocou tantos problemas que foi necessário convocar uma reunião especial da Junta de Apóstolos e Presbíteros em Jerusalém. Não podemos apoiar esse tipo de atitude.
Acha que é adequado para um missionário trabalhar meio turno em uma atividade secular? Soubemos que fabrica tendas para complementar seu sustento. Em sua carta à igreja de Filipos, o senhor admite que aquela é a única igreja que lhe dá algum suporte financeiro. Não entendemos o porquê, já que serviu a tantas igrejas.
É verdade que já esteve preso diversas vezes? Alguns irmãos nos disseram que passou dois anos na cadeia em Cesaréia e que também esteve preso em Roma, e em outros lugares. Não achamos adequado que um missionário da nossa Junta tenha folha corrida na Polícia.
O senhor causou tantos problemas para os artesãos em Éfeso que eles o chamavam de "o homem que virou o mundo de cabeça para baixo". Sensacionalismo é totalmente desnecessário em Missões. Deploramos, também, o vergonhoso episódio de fugir de Damasco escondido em um cesto.
Estamos admirados em ver sua falta de atitude conciliatória. Os homens elegantes e que sabem contemporizar não são apedrejados ou arrastados para fora dos portões da cidade, tampouco são atacados por multidões enfurecidas. Alguma vez parou para pensar que palavras mais amenas poderiam ganhar mais ouvintes? Remeto-lhe um exemplar do excelente livro "Como Ganhar os Judeus e Influenciar os Gentios", de Dálio Carnego.
Em uma de suas cartas, o senhor referencia a si mesmo como "Paulo, o velho". As normas de nossa Missão não permitem a contratação de missionários além de uma certa idade.
Percebemos que é dado a fantasias e visões. Em Trôade, viu "um homem da Macedônia" e em outra ocasião diz que "foi levado até o Terceiro Céu e que ouviu palavras inefáveis". Afirma ainda que viu o Senhor e que ele o confortou. Achamos que a obra de evangelização mundial requer pessoas mais realistas e de mente mais prática.
Em toda a parte por onde andou, o senhor provocou muitos problemas. Em Jerusalém, entrou em conflito com os líderes do seu próprio povo. Se alguém não consegue se relacionar bem com seu próprio povo, como pode querer servir no exterior? Dizem que tem o poder de manipular serpentes. Na ilha de Malta uma víbora se enroscou no seu braço, picou-o, mas nada lhe ocorreu. Isso soa muito estranho para nós. O senhor admite que enquanto esteve preso em Roma, "todos o esqueceram". Os homens bons nunca são esquecidos pelos seus amigos. Três excelentes irmãos, Diótrefes, Demas e Alexandre, o latoeiro, disseram-nos que acharam impossível trabalhar com o senhor e com seus planos mirabolantes.
Soubemos que teve uma discussão amarga com um colega missionário chamado Barnabé e que acabaram encerrando uma longa parceria. Palavras duras não ajudam em nada a expansão da obra de Deus.
O senhor escreveu muitas cartas às igrejas onde trabalhou como pastor. Em uma delas, acusou um dos membros de viver com a mulher de seu falecido pai, o que fez a igreja ficar muito constrangida e a excluir o pobre rapaz.
O senhor perde muito tempo falando sobre a segunda vinda de Cristo. Suas duas cartas à igreja de Tessalônica são quase totalmente devotadas a esse tema. Em nossas igrejas, raramente falamos sobre esse assunto, que consideramos de menor importância.
Analisando friamente seu ministério, vemos que é errático e de pouca duração em cada lugar. Primeiro, a Síria, depois, Chipre, vastas regiões da Turquia, Macedônia, Grécia, Itália, e agora o senhor fala em ir à Espanha. Achamos que a concentração é mais importante do que a dissipação dos esforços. Não se pode querer abraçar o mundo inteiro sozinho.
Em um sermão recente, o senhor disse "Longe de mim gloriar-me, a não ser na cruz de Cristo". Achamos justo que possamos nos gloriar na história da nossa denominação, no nosso orçamento unificado, no nosso Plano Cooperativo e nos esforços para criarmos a Federação Mundial das Igrejas. Seus sermões são muito longos. Em certa ocasião, um rapaz que estava sentado em um lugar alto, adormeceu após ouvi-lo por várias horas, caiu e quase quebrou o pescoço. Já está provado que as pessoas perdem a capacidade de concentração após trinta ou quarenta minutos, no máximo. Nossa recomendação aos nossos missionários é: Levante-se, fale por trinta minutos, e feche a boca em seguida.
O Dr. Lucas nos informou que o senhor é um homem de estatura baixa, calvo, de aparência desprezível, de saúde frágil e que está sempre agitado, preocupado com as igrejas e que nem consegue dormir direito à noite. Ele nos disse que o senhor costuma levantar durante a madrugada para orar. Achamos que o ideal para um missionário é ter uma mente saudável em um corpo robusto. Uma boa noite de sono também é indispensável para garantir a disposição no trabalho no dia seguinte.
A Junta prefere enviar somente homens casados aos campos missionários. Não compreendemos nem aceitamos sua decisão de ser um celibatário permanente. Soubemos que Elimas, o Mágico, abriu uma agência matrimonial para pessoas cristãs aí em Roma e que tem nomes de excelentes mulheres solteiras e viúvas no cadastro. Talvez o senhor devesse procurá-lo.
Recentemente, o senhor escreveu a Timóteo dizendo que "lutou o bom combate". Dificilmente pode-se dizer que a luta seja algo recomendável a um missionário. Nenhuma luta é boa. Jesus veio, não para trazer a espada, mas a paz. O senhor diz "lutei contra as bestas feras em Éfeso". Que raios quer dizer com essa expressão?
Pesa-me muito dizer isto, irmão Paulo, mas em meus vinte e cinco anos de experiência, nunca encontrei um homem tão oposto às qualificações desejadas pela nossa Junta de Missões. Se o aceitássemos, estaríamos quebrando todas as regras da prática missionária moderna.
Sinceramente,
A. Q. CabeçaduraSecretário da Junta de Missões.
(Autor: Anônimo)

9 de outubro de 2009

A BÍBLIA ENTRE OS ESQUIMÓS

(Entrevista baseada em informações fornecidas por John Sperry à revista A Bíblia no Brasil - A Bíblia no Brasil abr-jun 1993. Foto: Esquimó canadense: os animais e as plantas da Bíblia eram novidade; os milagres não).

Como traduzir o nome de Deus para uma língua na qual não existe a palavra "Deus"? Este é apenas um dos muitos desafios que John Sperry, bispo anglicano e presidente da Sociedade Bíblica do Canadá, vem encontrando em seu ministério de mais de 40 anos entre os esquimós e os índios, na região do Ártico canadense.

Nascido na Inglaterra, o bispo Sperry iniciou a atividade pastoral no Ártico logo depois de sua ordenação ao ministério, acontecida no Canadá. Desde então, ele tem se dedicado a levar a Palavra de Deus aos esquimós, aprendendo a sua língua e conhecendo a sua cultura. Há cerca de 20 anos, ele começou também a traduzir a Bíblia para várias das línguas faladas na região. Hoje, Sperry está trabalhando na tradução das Escrituras para um dialeto da língua esquimó, falado na região central.

Recentemente, ele esteve no Brasil e participou de uma das viagens do barco "Luz na Amazônia lI" no Pará. Sperry afirma que aprendeu muito com essa experiência. "Fiquei impressionado com o ministério de cura tanto de almas como de corpos - que está sendo desenvolvido pela SBB na Amazônia."

Na entrevista que publicamos a seguir, John Sperry fala sobre a história e as curiosidades do seu trabalho de tradução das Escrituras e conta como os povos do Ártico canadense recebem a Palavra de Deus.Pergunta - O senhor poderia contar a história da tradução da Bíblia no Ártico canadense? Resposta - Antes de tudo, é preciso dizer que, nessa região, vivem dois povos diferentes: os índios e os esquimós - ou "inuits", como são chamados na região. A palavra "esquimó" quer dizer "pessoa que come peixe cru" e, para os inuits, tem um sentido pejorativo. Os índios vivem nas terras que vão até os limites dos territórios onde existem árvores. Os esquimós, por sua vez, ocupam as terras inférteis que ficam acima desses limites, em direção ao norte.

P - Como foi iniciado o trabalho de tradução das Escrituras na região?
R - Os primeiros exploradores dessas terras vinham do Quebec; eram canadenses de origem francesa. Depois, vieram também exploradores de origens inglesa e escocesa. Todos eles estavam interessados no comércio das peles dos animais que vivem ali. Mais tarde, chegaram os missionários das igrejas - Anglicana e Católica Romana -, os quais trabalharam muito nessa região. Desde essa época, as Escrituras vêm sendo traduzidas no Ártico canadense.

P - Quais foram as principais dificuldades encontradas no trabalho realizado para os índios?
R - A grande dificuldade foi a alfabetização, já que as tribos indígenas do Canadá não conheciam a escrita. Uma das etapas mais importantes do trabalho de tradução da Bíblia para eles foi a criação de um sistema de notação (conjunto de sinais) de suas línguas. Durante a metade do século XIX, James Evans, um missionário metodista, adaptou o pitnan (uma espécie de sistema estenográfico) com o objetivo de transcrever foneticamente a língua dos índios e permitir que eles aprendessem a ler mais facilmente. Os índios aprenderam o pitnan com uma rapidez extraordinária. A partir daí, o uso desse sistema não demorou a se propagar entre os povos indígenas. Ainda hoje há alguns povos que utilizam o pitnan; eles chamam esse sistema de "a casca de bétula que fala".

P - Em que fase se encontra hoje a tradução das Escrituras para os índios canadenses?
R - Apesar de existirem numerosas tribos na região, todas elas dispõem atualmente de pelo menos uma tradução do Novo Testamento - e, algumas, também do Antigo Testamento. Existem 25 línguas indígenas nessa região. Mas, hoje, muitas delas já não são faladas pelos índios, a não ser pelos mais idosos.

P - Os índios canadenses se identificam com as histórias contadas na Bíblia?
R - Sim, os mais idosos em particular. Eles conhecem as histórias contadas nas Escrituras e falam a respeito deles mesmos utilizando termos cheios de sentido bíblico. É o caso da história da libertação do povo de Deus no Egito. Os índios gostam muito dessa passagem por causa do significado político que ela tem, o qual se aproxima da própria situação deles.

P - O que os índios acham familiar ao modo de vida deles no texto bíblico?
R - Tudo aquilo que se refere à caça. E que eles são caçadores, e isso lhes fala diretamente. No caso da tribo dos "crees", eles gostam particularmente da história do vale dos ossos secos, que representa a vida, escrita no capítulo 37 do Livro do profeta Ezequiel. Os "crees" têm uma afinidade cultural muito próxima com o corpo humano. Nessa tribo, quando duas pessoas têm o mesmo nome, são chamadas de "osso companheiro". Outras histórias, como a Parábola do Filho Pródigo ou da barca de Noé, também os tocam muito. E, é claro, a vida de Jesus.

P - E quanto aos esquimós - qual é a sua população no Ártico, hoje?
R - Em todo o Ártico, há cerca de 22 mil esquimós. Graças ao notável apoio do governo canadense e à conseqüente melhora do nível de vida na região, essa população vem aumentando.

P - Quantos deles são cristãos?
R - Todos, ou quase todos, têm um relacionamento mais ou menos estreito com a igreja. Mas a tendência a respeito desse relacionamento é baixar. Os esquimós são menos ligados aos valores espirituais de seus avós do que os índios canadenses. Mas ainda existem muitos crentes ativos, e as igrejas estão cheias. Digamos simplesmente que, para os jovens esquimós de hoje, o cristianismo não é mais "a religião do povo", como era há 40 anos.

P - Como é a religião tradicional dos esquimós?
R - Os esquimós são animistas; eles crêem no espírito do mundo e não têm nenhuma palavra para designar Deus. É que os caçadores esquimós tiravam dos animais tudo o que lhes era necessário para viver - a comida, a luz, o calor (eles se aquecem com o óleo de foca), as roupas. Então, eles acreditavam que a ordem do mundo era regida pelos animais.

P - Como se resolveu, na tradução da Bíblia, esse problema de não existir um nome para Deus?
R - Essa é uma questão muito interessante. A primeira sugestão para solucionar esse problema foi dada por um missionário no Alaska. Ele perguntou aos esquimós do local onde trabalhava qual era a coisa mais importante para o povoado deles. Os esquimós responderam que era uma embarcação "umyalik", um tipo de barco maior que o "caiaque". Então, esse missionário utilizou a palavra "Embarcação" para designar Deus. O começo da oração do Pai-nosso, por exemplo, ficou assim: "Nosso Proprietário do Grande Barco que estás nos céus...". Mais tarde, outros tradutores protestantes acharam que essa palavra não era apropriada e criaram a palavra "Goody", para Deus. Os tradutores católicos usam a palavra "Munalyokt", que quer dizer "O Criador da Terra".

P - Que outras palavras ou expressões tiveram de ser inventadas para a tradução em esquimó?
R - Os esquimós desconhecem completamente tudo aquilo que diz respeito à agricultura. Do mesmo modo, não conhecem nada do que se relaciona à natureza das terras bíblicas. Então, é preciso achar palavras e expressões para traduzir o que está ligado a esses assuntos. Por exemplo: um jumento é "um grande cachorro de orelhas compridas", e a serpente, "uma corda que vive e se mexe rapidamente".

P - Como a Bíblia é recebida hoje por essas comunidades?
R - No espírito desses cristãos, não existe dúvida alguma de que a Bíblia é a Palavra de Deus revelada aos seres humanos. Eu diria que eles não vêem a Bíblia de uma maneira sofisticada, mas a recebem como Palavra de Deus, porque eles são provenientes de um ambiente de milagres e mágicas. Os chefes espirituais de seus antepassados podiam fazer coisas espantosas; por isso, nada do que está escrito nas Escrituras os surpreende. Mas acredito que, à sua maneira, os esquimós podem provar a existência de Deus. Muitos deles têm a experiência que Deus cumpre as promessas que faz na Bíblia e que, quando as coisas vão mal, existe uma fonte de esperança.

1 de outubro de 2009

MENOS PRÁTICA, MENOS ATITUDES, MENOS HISTÓRIA...

Aquela era uma pequena aldeia africana rodeada por uma floresta pouco densa. As palhoças foram construídas com barro. Uma fogueira ao centro iluminava a noite sem luar. Ao redor do fogo, homens e mulheres, cnrolados em coloridos panos, dançavam freneticamente sob o ritmo forte e acelerado de dois tambores. Estes eram tocados por homens negros, enfeitados com cordas e tendo as faces pintadas com um barro branco.

Estavam celebrando o Khwllcm - funeral. Três homens armados com arcos e flechas corriam ao redor do grupo gritando e mirando suas flechas para todos os lados. A música cantada já é conhecida daquele povo há 1.000 anos. Os sons guturais soam roucos e estranhos. Eles se auto-intitulam bisalyiins. Habitam essa região há séculos.

Repentinamente um homem bem mais alto que os demais se levanta do meio do grupo e vai em silêncio até uma árvore que fica à esquerda. Ali toma quatro galinhas, um porco e três cabritos. Então os mata. Recolhe o sangue em pequenas cabaças. Ele as leva até a aldeia, onde começa a proferir certas palavras enquanto molha um pano com o sangue e o passa nos umbrais das portas de cada palhoça. Continua esse ritual até chegar à última palhoça, onde derrama o restante do sangue colhido. Nesse momento há um profundo silêncio e ele, com o semblante abatido, vira-se e começa a cantar sozinho, bem baixo, uma música que diz: "U Nyun ka cha linampaln bika-polechona" (Os espíritos de morte não virão por mais algumas semanas).

O canto prosseguia quando eu o parei no meio do caminho e lhe perguntei:

- Quem lhes ensinou a usar o sangue dessa forma?

- Quando Uwumbor era Deus, principiou ele a dizer, não precisávamos temer os espíritos. Desde que nossos ancestrais vieram para estas terras, tivemos de aprender a usar o sangue nas portas das palhoças, renovando a cada lua, para evitar os Nyunin. Mesmo assim a morte e a opressão continuam a se abater sobre o nosso povo.

Essa aldeia ouviu o evangelho e ali nasceu uma igreja. Entretanto mais de mil povos sobre a face da Terra permanecem sob um manto de total escuridão. Acham-se a espera de um missionário que nunca vai, uma igreja que nunca envia e um povo que nunca ora.

Nos anos 70, a missiologia possuía uma ênfase eclesiológica localizada e pragmática. Avaliava-se na época a identidade da igreja como comunidade responsável por transmitir o evangelho de Cristo por toda a Terra. Essa ênfase eclesiológica com base na poimênica (aconselhamento pastoral) definia a formação da mentalidade evangélica, levando a uma consciência de quem nós somos e para que fomos chamados. Foi um período de fundamentação missiológica, a época dos conceitos, que preparou também a igreja dos países missionários emergentes para a década seguinte.

Nos anos 80, iniciou-se um processo centrado na análise e avaliação do campo missionário. Notamos entao o que tenho chamado de "Efeito PNA" (Povos Não-Alcançados), fazendo com que o assunto "missões" passasse a ter gráficos e estatísticas; quem são os PNAs, onde estão e como alcançá-los. Movimentos como AD 2000, WEC International (AMEM), World Mission e outros dedicavam-se intensamente à tarefa de definir quem eram, onde estavam e qual a chance de alcançar os grupos aos quais o evangelho ainda não chegou. Nasceu a Janela 10/40, entendeu-se a dimensão do desafio islâmico, foi revelada a necessidade de investimento missionário entre o crescente grupo dos "sem-religião". E também compreendeu-se melhor a permanente resistência dos grupos animistas, além do constante perigo do sincretismo religioso. Era a década da definição da largura, extensão e profundidade do restante não-alcançado da nossa geração e do que ainda precisava ser feito.

Nos anos 90, ficaram evidentes as limitações missionárias, os problemas freqüentes de contextualização e de comunicação transcultural, além do reduzido número de igrejas autóctones entre os grupos recém-alcançados. Diante disso, fomos levados a crer que a formação missiológica era insuficiente perante o sonho de plantio de igrejas no restante intocado do planeta. Toda a ênfase voltou-se para a pessoa do missionário. Nasceu assim a preocupação pastoral do campo ao lado do impulso para uma melhor formação missionária.

No início deste milênio, entretanto, percebemos que na obra missionária brasileira há mais credo do que prática. Há mais pregações do que atitudes. São mais escritos do que história.

Missionário Ronaldo Lidório (Missões, o Desafio Continua, Ed. Betânia).


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UMA PEQUENA HISTÓRIA DE IMPACTO:
Postagem do PÁGINAS MISSIONÁRIAS
no VEREDAS MISSIONÁRIAS.

Interagindo com consciência missionária!

www.veredasmissionarias.blogspot.com

21 de setembro de 2009

CHAMADOS PARA ANUNCIAR O EVANGELHO

“Certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia”. (Atos 16:14)

A evangelização é uma ordem expressa e é uma tarefa inacabada. Por isso mesmo, cometida a cada geração. A pregação do Evangelho do Reino é uma das formas, e a principal, para se apressar a volta gloriosa do Senhor Jesus, para o arrebatamento da igreja e implantação definitiva do Reino de Deus, o novo céu e a nova terra, nas quais habitarão a paz, a justiça e o amor.O texto bíblico de hoje é o da história da Igreja de Cristo na era Apostólica, envolve personagens conhecidos como Paulo, Silas e Lídia, a primeira mulher convertida na Europa, onde aprendemos, com clareza, algumas lições, das quais destacamos:

I. O Espírito Santo direciona as obras de evangelização e plantação de Igrejas: Você que é ou deve ser leitor atento das Sagradas Letras, seguramente já percebeu que o Espírito de Jesus não permitiu a Paulo pregar na Ásia, nem tão pouco na Bitínia, pois o plano de Deus era outro. Paulo sendo um homem de Deus, também foi obediente à visão celestial e, assim Deus abençoou o seu ministério: pois no ministério, tanto a visão quanto o chamado vêem de Deus.

II. A visão e o Chamado vêm de Deus: Referimo-nos à visão de Trôade, que veio a Paulo, de noite, da parte do Senhor. O que ele viu e ouviu você também pode ouvir: “Passa a Macedônia e ajuda-nos!”. Assim que teve a visão, Paulo concluiu que Deus o chamava para pregar o Evangelho e obedecendo, partiu para aquele destino. Cremos firmemente, que o ministério só pode ser bem-sucedido quando guiado pelo Espírito Santo. É Deus quem opera e o homem coopera. Outro ponto fundamental é ter uma consciência vertical do chamado de Deus; chamando este confirmado pela igreja, pela comunidade dos eleitos. Claro está que Visão e Chamado vêm de Deus e são confirmados pela comunidade dos salvos.

III. Nós pregamos, mas quem convence e converte é o Espírito Santo: Esta é uma verdade consoladora, a nossa parte é lançar a preciosa semente: pregar, de forma clara e culturalmente relevante, que seja por todos entendida a fim de que possam responder ao SIM de Deus. Semear e regar são obras do homem; germinar, crescer, florir e frutificar é obra de Deus. Quando fazemos bem o que Deus quer da nossa parte o Espírito Santo nunca falhará no que dEle depende. Nós pregamos, mas quem converte é o Espírito. E tudo o que Deus faz dura eternamente.

IV. A Igreja em sua Casa: Lídia, ao ter o seu coração por Deus aberto, foi convertida: submeteu-se ao juízo da igreja, “se julgais que sou fiel ao Senhor, entrai em minha casa e aí ficai. E nos constrangeu a isso” (Atos 16:15). Abrir o coração para Jesus e a casa para a igreja trazem bênçãos maravilhosas. Cada crente nascido de novo, é um evangelista. "Quem não evangeliza, termina evangelizado por alguma heresia por aí; quem não é um missionário, transforma-se em campo missionário”.

Quando alguém se torna parte do “povo de Deus”, há muito mais coisas em jogo do que simplesmente atender a um apelo, ir à frente, queimar velhos objetos de idolatria ou começar a participar do culto público. O nosso entendimento de conversão, nesse sentido, é a transformação dos que eram “não-povo” em povo ministrador de Deus, o corpo de Cristo que age, participa e serve (I Pedro 2:10). É uma conversão de egoísmo do egocentrismo, da servidão ao domínio das trevas para o amor ágape, para o discipulado e para o serviço a Jesus Cristo. Essa conversão parte da decisão por meio de um processo de discipulado. O discípulo buscando ministrar em nome de Cristo como seguidor de Jesus. Aliás, poder-se-ia defender que a conversão plena, no sentido bíblico, é um processo tríplice que implica: 1. A conversão a Deus em Jesus Cristo; 2. A conversão a Igreja, o corpo de Cristo; 3. A conversão ao ministério no mundo pelo qual Cristo morreu.

O Senhor ordena que a sua comunidade especial de discípulos vá como testemunha, a Jerusalém, a Judéia, a Samaria e aos confins da terra (Atos 1:8).

Que o Senhor soberano nos abençoe no cumprir tão relevante tarefa.
Pr. Francisco Carlos Côrtes Alves (soumovidopormissoes.blospot.com)

16 de setembro de 2009

QUEM PODE SER MISSIONÁRIO

O texto abaixo foi extraído do site www.jmm.org.br

Os missionários através da JMM (Junta Mundial de MIssões) são pessoas a quem Deus vocaciona para uma missão especial de evangelizar. São homens e mulheres qualificados espiritual, física, intelectual e emocionalmente, que serão treinados para evangelizar fora do Brasil. Para ser enviado a um campo de Missões Mundiais, o missionário que vai trabalhar em outra cultura passa por um processo de seleção e treinamento, que o qualifica para enfrentar uma realidade diferente em outro país. Ele se apresenta à Junta e, após uma série de exames e entrevistas, se aprovado, deve levantar seu sustento financeiro junto às igrejas da CBB para ser enviado a um campo missionário.

O missionário que vai trabalhar em outra cultura precisa estar preparado para atuar em diversos ministérios. Além de evangelizar, discipular, implantar igrejas, ensinar em seminários, visitar lares, ele faz capelania em hospitais e presídios, presta atendimento médico, odontológico e de enfermagem, realiza multi-ministério e ensina em escolas. O propósito é o surgimento de igrejas fortes, que se sustentem e se propaguem na comunidade, na cidade, no país e no mundo. Ele utilizará várias estratégias para estar em contato com o povo através das seguintes áreas:

Educacional - O trabalho de educação básica é uma das estratégias que o missionário utiliza para, além de evangelizar, ajudar o povo a melhorar suas condições de vida. Em países como Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Cabo Verde, o trabalho educacional é uma oportunidade de tirar as crianças da rua e oferecer-lhes uma nova maneira de viver.

Saúde - A vida tem sido desperdiçada em muitos países por falta de atendimento médico. Missionários preparados na área acumulam funções de médico, enfermeiro e dentista no socorro ao povo. Fazem consultas, oferecem remédios e ministram tratamentos em caso de doenças mais sérias. Para crianças desnutridas e gestantes é feito um trabalho nutricional. Quando a dor profunda é no coração, o trabalho de capelania é ministrado pelos missionários em hospitais, presídios e igrejas, levando alívio e esperança aos que sofrem.

Social - O trabalho de assistência social, realizado em campos da África e América Latina, é um dos mais empolgantes. De acordo com uma visão ampla e integral, os missionários têm dirigido projetos em comunidades carentes, com atendimento médico e um trabalho nutricional feito com gestantes e crianças. Especial atenção é dada ao cuidado do corpo marcado pelas muitas guerras, com atendimento a mutilados, doentes e órfãos; ensino de fabricação de sapatos, muletas, roupas e distribuição de alimentos. A assistência social à comunidade é também dada através de serviços de creche.

12 de setembro de 2009

URGÊNCIA E RESPONSABILIDADE

(Uma reflexão pelo Dia Nacional de Missões - 2º domingo de setembro)

Ao comissionar seus discípulos para a evangelização do mundo, Jesus estava entregando-lhes total responsabilidade pela tarefa.

O cumprimento literal desta tarefa será impossível sem um reconhecimento total, por parte da Igreja, de que cada salvo, cada crente, é um comissionado para participar desta obra. Somente todo corpo poderá realizar toda a tarefa. Mesmo que o nosso envolvimento não signifique deslocar-se para a Ásia, ou para a África, ou qualquer outro lugar, o nosso não-envolvimento em qualquer aspecto é um verdadeiro "crime espiritual". Um importante aviso nos é dado através de Ezequiel 3.18,19: "Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; se não o avisares, nem falares para avisar o ímpio acerca do seu mau caminho, a fim de salvares a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua iniquidade; mas o seu sangue, da tua mão o requererei. Contudo se tu avisares o ímpio, e ele não se converter da sua impiedade e do seu mau caminho, ele morrerá na sua iniquidade; mas tu livraste a tua alma".

Está claro que a obra de evangelização do mundo está inteiramente em nossas mãos - nas minhas mãos, nas suas mãos. Há três níveis em que podemos nos envolver nesta responsabilidade:

Podemos ir fisicamente

Alguns são chamados para um campo missionário, para um envolvimento específico na evangelização de linha de frente. Todo crente, todavia, é um missionário em potencial, no sentido de IR: Todos somos chamados para tomar parte ativa na propagação das Boas Novas. Há uma velha pergunta que diz: "Se não eu, quem? Se não agora, quando?" Há grandes bênçãos e oportunidades para todo aquele que se dispõe a IR. Podemos participar de equipes e viagens missionárias, podemos dedicar nossas férias e tempo livre para a evangelização, podemos ajudar como voluntários em pequenos serviços na própria igreja e em organizações missionárias. Você já se dispôs a ajudar INDO?

Podemos ir financeiramente

Podemos ir através de nossas ofertas. Sem sustentadores não há trabalhadores. Os que se dedicam a sustentar a obra do Senhor estão ajudando a equipar e manter o trabalho. Quando Paulo disse aos crentes em Roma: "Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo", fez a seguir uma pergunta significativa: "Como pois invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram falar? e como ouvirão se não há quem pregue? e como pregarão, se não forem enviados?"

Podemos ir sobrenaturalmente

De joelhos. É igualmente vital a ajuda daqueles que vão através da oração. O intercessor ajuda a suprir espiritualmente os obreiros de primeira linha, assim como o que contribui financeiramente ajuda a suprir materialmente. A oração está no centro de tudo o que envolve a obra evangelizante. "Cada passo no processo de missões está diretamente relacionado com a oração. Ela tem sido a preparação para cada nova vitória e o segredo de todo o sucesso".

O seu envolvimento na evangelização pode estar tão perto quanto os poucos passos que o levarão ao seu quarto de oração ou à mesa onde você guarda o talão de cheques.

Na parábola da grande ceia (Lucas 14.16-23) destacam-se as palavras "... sai depressa para as ruas... ", Jesus dá ênfase à urgência. Em João 9:4 Ele diz: "Importa que façamos as obras daquEle que me enviou, enquanto é dia; vem a noite, quando ninguém pode trabalhar".

(Dick Eastman - Jornal de Oração - C.M.L.)